Luz

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– O queee? – Disse e olhei assustada para Amity, que apenas olhava fixamente para a abominação.

Tinha vontade de sacudi-la. Como iríamos fazer aquilo?!? A escola estava maluca. É claro que eu aceitaria qualquer aventura que aparecesse pela frente, afinal, eu era uma nem tão simples humana embarcando em um mundo mágico, mas talvez fosse algo para além das minhas habilidades...

– Luz – Não me dei conta que dava passos para atrás até Amity chamar meu nome, a garota estava evitando meu olhar e com as bochechas coradas – Será que podemos...?

Minha maior vontade era de negar, mas eu só conseguia pensar em como talvez aquilo fosse importante para Amity e seu desejo de ser aceita no coven do imperador. Mas eu conseguiria ser corajosa por ela e enfrentar essa batalha por ela?

– Vamos garotas, existem mais alunos para receberem suas instruções – O diretor disse e olhou para nós, engoli em seco – São apenas três dias, apenas tem que cuidar da abominação por esse tempo. Vocês aceitam?

Olhei para Amity outra vez e então para a abominação realista. Era um bebê. Uma criança. Iríamos cuidar de uma criança durante três dias. Eu sabia que era algo importante para constar em atividades extracurriculares...

– Luz, talvez... – A Blight desviou o olhar, ela iria desistir depois de ver minha reação.

Certo, aquilo não podia ser tão difícil. Afinal, tinha King... E uma vez eu tive um gato por uma semana.

– ACEITAMOS – Disse e recebi um olhar de Amity que fora acompanhado por um breve sorriso, ela veio para meu lado.

– Obrigada, Luz – Ouvi a bruxa sussurrar e corei.

– Vocês podem escolher um nome e se quiserem, até mesmo modificar características físicas da abominação...

– Está perfeito assim – Disse, seria estranho escolher algo assim, se bem que crianças com cabelos multicoloridos seriam incríveis...

– Posso fazer uma modificação? – Amity perguntou e observei curiosa enquanto ela se aproximava da abominação.

Que característica ela gostaria de adaptar? Franzi a testa quando ela fez um círculo mágico com a ponta dos dedos em frente às orelhas do bebê abominação. Orelhas humanas?!? Pisquei confusa, mas não falei nada. O que aquilo significava?

– Instrumentos serão enviados à casa de uma das duas, é onde devem tomar conta da abominação. O fim de semana deve passar rápido e não será nenhum desafio para as melhores alunas da classe. Bem-vindas a grande aventura da maternidade – O diretor acenou com a mão e praticamente jogou a criança em meus braços – PRÓXIMOS.

⊱◈⊰

– Ouça isso King! Não acredito que ela foi estúpida o suficiente para aceitar – Eda e King riram até a bruxa imitar um porquinho – Kid, não me faça chorar de rir. Me diga, pelo menos está ganhando algo com isso tudo?

– Eda, olhe a carinha dela – King colocou as patinhas nas bochechas, senti meu rosto pegar fogo.

– Hmm, isso só pode significar uma coisa... – Eda olhou séria para mim – Está apaixonadinha por aquela garota Blight, não está!?! Ah, garotas! O que não fazemos por elas?

– Eda tem muitas histórias sobre isso... – Tentei disfarçar minha expressão, mas eu nunca fui boa nisso de qualquer forma.

– Tenho mesmo... – Edalyn estava com aquela cara de quem iria começar a contar histórias antigas, e eu adoraria ouvir, mas não quando estava sendo pressionada sobre gostar ou não de Amity.

– Certo, certo! As coisas do bebê chegam em alguns minutos, tenho que arrumar tudo! – Corri para meu quarto e fechei a porta atrás de mim.

Amity Blight, o que eu não faria por ela? Mas isso não precisava significar nada demais, certo? Eu faria o mesmo por Willow, Gus, King e Eda, não faria? Ou será que eu estava apenas me enganando como qualquer protagonista de romance? Talvez Amity fosse minha princesa em um cavalo branco, pronta para espancar vilões com sua magia. Gemi de frustração, era mais fácil ser uma observadora de romances fantasiosos! Não que fosse um romance, mas poderia ser...

Hooty interrompeu meus pensamentos ao aparecer no quarto com uma expressão fechada.

– Hooty-Hooty, sua amiga mal humorada chegou – Desci as escadas correndo e abri a porta para Amity.

– Oi – A bruxa coçou a nuca – A abominação já chegou?

– Hm, não, mas... Hãn... Será que podemos chamar de bebê? É estranho chamar de abominação – Somos andando até o sofá – Ou então dar um nome...

– Como você gostaria de chamar? – Era uma boa pergunta, como chamar um bebê abominação sem gênero ou personalidade?

– Hmm... Azura? – Era algo que Amity e eu gostávamos. Amity corou.

– Não seria estranho chamar de Azura? Quer dizer...

– Não, não! Você está certa, quem sabe... Deixe eu pensar...

– Aury? – Olhei para a Blight, ela se encolheu um pouco – Me lembra Azura e...

– É perfeito, Amity! – Ouvimos a campainha de novo, o bebê e suas coisas haviam chegado.

– Podemos mesmo ficar na sua casa nesses três dias? – Eu sabia que seria mais difícil se estivéssemos na mansão Blight, e bem, Eda iria sair por alguns dias junto com King.

– Claro, podemos fazer uma festa do pijama enquanto cuidamos do bebê! – Consegui me sentir animada no mesmo instante – Festa do pijama de três dias!

⊱◈⊰ 

Bebê abominação - LumityOnde histórias criam vida. Descubra agora