• All over again •

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NA // Antes de tudo, quero dizer que estou muito muito feliz que apesar do tema aqui ser um tiquinho pesado, vocês estão gostando da história! Eu estava realmente muito apreensiva de como iriam recebe-la. ( Vamos sair da Barralzinha anônima agora ) A maioria das pessoas tem a mania de ao escutar relatos de uma agressão contra um mulher e falar " Só ela denúnciar " " Faz porque ela deixa " eu era um desses seres humanos, não sinto orgulho disso e nem negarei, mas tomei tanto tapa na cara quando fui fazer aquilo que escolhi fazer, minha profissão no caso, quando me deparei com relatos de mulheres vitimas, quando passei a conviver com mulheres vitimas, primeiro de tudo, elas nunca se veem como vitimas, elas sempre se acham as culpadas! O agressor destrói tanto o psicológico delas, que muitas acabam achando que merecem a vida que levam! Elas se sentem sozinhas, com medo, culpadas, não conseguem relatar pra prórpia família por medo de julgamentos quem dirá fazer uma denúncia. Ninguém apanha porque quer, ninguém sonha em levar socos, chutes, tapas. Um agressor não marcar só o corpo, ele marca a mente, ele marca a alma, ele marca a vida dessa mulher. Ela não precisa de mais dedos apontados pra ela. Ela precisa de apoio, de proteção. ( voltando pra Barralzinha anônima kkk ) é isso, não será uma historia só de tristeza tá? É uma história de superação, da Luísa como mulher e da Luísa como merecedora de amor.

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[ Luísa ]

Sabe aqueles dias em que você se sente perdida?
Quando algo sai da rotina e faz uma enorme baguça na sua vida? É como eu estou me sentindo desde ontem.

Minha cabeça dói, meus olhos queimam, meu corpo está sentindo um cansaço inexplicável.
Do mesmo jeito que me joguei nesse chão ontem e me entreguei ao choro, eu adormeci e acordei.

Desnorteada, buscando respostas pra tudo o que aconteceu.

Por que tudo chegou a esse ponto?
A culpa foi minha?
Eu tirei ele tanto do sério assim, pra que chegasse a aquilo?

Chega a ser assustador o quanto ficamos burros, quando passamos a ser protagonistas de determinadas situações. Eu, Luísa Margarida Portugal de Barros, médica, que vim de uma família maravilhosa onde o amor sempre falou mais alto, estou aqui jogada nesse chão frio me questionando, onde foi que eu errei!?

Eu sempre busquei ser a esposa perfeita, mesmo sabendo que a perfeição não existe. Eu nunca cometi um deslize. Nunca dei sequer um motivo pra que ele pensasse qualquer coisa ao meu respeito.

Onde foi que eu errei?
Onde eu estou errando?

É em não ter conseguido gerar um filho?
É em trabalhar o máximo que consigo porque é o que eu amo e o que me faz feliz?
É ter amigos não em comum com ele?

Onde eu errei pra chegarmos onde chegamos?

Por um minuto eu tento esvaziar minha mente e trazer de volta a Luísa de anos atrás. Aquela que se colocava em primeiro lugar. Aquela que descobriu ou achava que havia descoberto o amor tão nova, e que achou que havia encontrado o mesmo casamento que o dos pais.

Sinto meu celular vibrar em baixo do meu corpo, assim que vejo a notificação de mensagem meu coração dispara.

" Bom dia meu amor, sei que talvez ainda esteja com raiva de mim, mas repito: O que aconteeu foi um acidente! Apenas isso! Aproveite seu dia de folga e descanse, a noite terei uma surpresa pra você. Eu amo você, nunca duvide disso!"

Eu não sabia o que pensar e nem o que sentir lendo aquilo. Eu só sabia que precisava sair daquela casa, estava me sentindo sufocada ali. Não iria me permitir ficar sozinha.

Me levanto do chão e pego meu celular. Eu precisava da companhia da minha segunda pessoa favorita no mundo. Disco seu número e fico torcendo pra que ela me atenda.

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