A primeira coisa que Suho notou foi o silêncio em casa. Sem barulho de panelas, passos ou qualquer sinal de vida além da dele no ambiente onde estava, fazendo-se a pergunta de onde Mi-So já poderia estar àquela hora do dia.
O relógio marcava quase onze da manhã, e o sol do lado de fora dava as caras com toda a força possível fazendo-o lembrar de que mais um dia do seu prazo estava passando e ele não conseguia encontrar a joia.
Não devia ser tão difícil assim encontrar uma pedra, por menor ou maior que ela fosse, mas estava sendo uma missão impossível que fazia o rapaz temer por seu planeta.
Ele iria sumir, todos iriam sumir e ninguém se lembraria do povo que tinha vivido. Tudo por culpa dos antigos que enfrentaram uma divindade.
Se arrumando da forma mais humana possível, Suho resolveu dar uma volta pelas ruas. Não podia negar que a Terra tinha lá seus atrativos, ainda que primitivos ou exóticos na opinião do jovem. Algumas coisas eram boas, como a comida e a música, mas outras eram muito estranhas, como a quantidade de água que era regulada pelos canos nas casas, se não pagasse podia ficar sem e muitos não tinham o líquido em boa qualidade, o que deveria ser um crime por causa de um líquido tão rico ser tão controlado.
Andando mais um pouco, Suho notou que uma máquina cheia de coisas que pareciam interessantes e ficou observando o aparelho, tentando entender como poderia pegar um deles para Mi-So.
Pera, Mi-So?, ele se repreendeu tentando entender o porquê a garota ter vindo para seus pensamentos. Ao olhar de novo, não teve como não imaginá-la sorrindo com aquele pequeno objeto de pelúcia.
Então, ele socou o vidro.
Uma, duas, três, quatro vezes e só não socou a quinta porque as juntas dos dedos já doíam.
— Com licença — uma menina o chamou — O senhor tem que colocar o dinheiro e tentar pegar com o controle, que controla a garra.
— Que?
— Com licença — ela o empurrou de lado, deixando Suho espantado.
A menina, que parecia conhecer muito da máquina, colocou o dinheiro numa abertura e, em menos de dois minutos, pegou a pelúcia que ele imaginou Mi-So segurando.
— Aqui — ela estendeu a pelúcia para ele — Dá para a sua namorada.
— N-namorada?
— O que está acontecendo aqui?
Suho se virou para ver quem tinha falado e se surpreendeu ao ver Mi-So andando até ele, mas ao contrário do dia anterior, tinha sentido o coração perder uma batida ao vê-la caminhando na direção dele.
— Então? — ela olhou para Suho e a menina — O que houve?
— Ele estava querendo pegar uma pelúcia para você, a namorada dele — disse a menina antes de rir pela cara que Suho havia feito — Ele queria muito que socou o vidro.
Sem dizer mais nada e indo embora correndo, a menina saiu de perto dos dois. Suho ainda segurava a pelúcia nas mãos tentando entender o que tinha acontecido.
— Um polvo? — Mi-so perguntou olhando a pelúcia — Bem clichê.
— Ela tá certa, queria pegar para você — ele confessou estendendo o pequeno bichinho para ela.
Mi-So piscou rapidamente duas vezes, processando o que acabara de ouvir e aceitou o presente de bom grado.
— Ah... obrigado.
Suho apenas assentiu, sentindo a garganta mais seca do que deveria ou era de costume. Estava muito calor ali ou era só ele sentindo isso?
— Você... — inicou Mi-So — Está afim de curtir um dia como um verdadeiro humano? Sem preocupações, nem nada do gênero?
Ele ponderou por alguns instantes. Um dia sem preocupações não seria nada mal, já que só pensará na joia desde que pisou na Terra, na verdade ele só estava ali para isso, mas já que tinha se molhado o suficiente com a cultura mundana... o que poderia ser de pior?
— Claro, por que não?
Mi-So sorriu pegando sua mão e puxando-o pela rua.
— Então espero que você tenha estômago para o que vamos fazer.
Suho congelou por dentro. Talvez Mi-So lhe mostrasse mesmo uma coisa que poderia ser pior do que o ele já vira.
Notas da autora: Hey pessoal, como estão?
Sumida? Sim, mas estou de volta trazendo os capítulos finais de Deus da Água para a alegria de vocês (será que tem alguém ainda aí?) e avisando que se você não shippa nossos protagonistas, podem se preparar para começar a fazer isso nos próximos capítulos.
Me digam o que estão achando, quero saber de tudo.
Até o próximo!
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Deus da Água - Kim Junmyeon
FantasyEm uma outra galáxia longe do Sistema Solar, os governantes de doze planetas enfureceram uma divindade e, como penalidade pelo seu ato, cada planeta está condenado a desaparecer para sempre se não cumprir a sua missão. O planeta da água estava a um...