Mi-So levantou cambaleando e viu que já era de manhã, por sorte era sábado e não tinha aula ou quaisquer outras atividades que envolvia sair do conforto do seu lar. Olhou em volta e percebeu que estava levantando do chão enquanto seu notebook, descarregado, ainda estava em cima da mesa justamente do mesmo modo que havia deixado. Quando foi que dormiu e não percebeu? Será que jogou tanto e acabou caindo da cadeira dormindo ali mesmo?
Até que lembrou do ocorrido e principalmente o motivo de estar ali.
– Ele devia estar aqui não devia? – perguntou olhando em volta mas tudo parecia a mesma coisa, não havia sido um sonho, acreditava de pé junto que estava lúcida na hora.
– Falando de mim humana?
A garota se assustou ao ver o rapaz misterioso sentado no canto do sofá a olhando com um olhar superior e uma certa expressão de deboche no rosto, como se ele fosse alguém da nobreza e ela uma mera plebéia que o atrapalhava.
– Você está aqui ainda? Não foi um sonho?
– E por que não estaria?
– Talvez pelo fato de ser minha casa – disse indo em direção a cozinha e olhando a bagunça que estava em volta – Mas o que? Por que bagunçou tudo isso?
– Vocês humanos possuem comidas estranhas.
– Eu não possuo comida estranha, possuo comida. E se você bagunçou tudo isso vai arrumar e repôr o que comeu!
– Eu arrumar?
– Sim, faça o seu bibidi bobidi boo aí com a água e dê um jeito nisso. Depois saia da minha casa ou te denunciarei a polícia por invasão.
– Eu não vou ajeitar nada e duvido você me denunciar – falou cruzando os braços.
– Dúvida? Como dúvida? O errado da história é você lindo!
Suho se aproximou da humana e a encarou nos olhos, o olhar foi tão intenso sobre a mesma e aquela boca rosada era tão atraente que Mi-So sentiu suas bochechas começarem a ficar coradas ao notar que o secava.
Era uma pena que um louco ser tão lindo assim.
– O que está fazendo? – perguntou o rapaz ao ver que uma vermelhidão intensa estava sobre a pele da garota.
– E-eu?
– Está vermelha. O que está pensando?
– N-nada. S-só arrume tudo.
Mi-So saiu de perto e se trancou no banheiro dando tapinhas no próprio rosto.
– Seja firme Mi-So, não caia na lábia de quem você nem conhece. Já basta suas ilusões com os jogos, não precisa cair na lábia de ilusionistas.
[...]
Enquanto a humana demorava uma eternidade, na opinião de Suho, para sair de onde ele tinha aparecido naquela casa, ele começava a vasculhar mais sobre aquela humana.
Já havia mexido em algumas partes da residência dela, tudo era estranho e algumas coisas meio primitivas como a água sair de um buraco tão pequeno e imitar uma “cachoeira” em direção a uma bacia de metal que possuía um buraco no meio onde a água ia embora, ao ponto de se perguntar o porquê humanos usavam aquilo se nem cabia alguém inteiro ali para ser uma banheira.
Além da caixa grande gelada e com luz que possuía diversas comidas dentro, e as caixas sem luz que possuía mais comida ainda.
Humanos eram estranhos na percepção de Suho.
Ele viu algumas imagens congeladas dela sorridente sozinha ou com alguns rapazes, outras com alguém mais velho que ele supôs ser seus pais até ver uma foto que lhe chamou a atenção: a garota com um colar e uma senhora ao seu lado.
– Esse colar…não pode ser o que eu estou pensando ou pode?
– Algum problema? – Mi-So apareceu envolvida em um roupão.
Suho a olhou e viu a semelhança entre a senhora na foto com a garota que estava na sua frente. E então se deu conta de que era justamente o que ele estava pensando.
– Não, nenhum.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Deus da Água - Kim Junmyeon
FantasíaEm uma outra galáxia longe do Sistema Solar, os governantes de doze planetas enfureceram uma divindade e, como penalidade pelo seu ato, cada planeta está condenado a desaparecer para sempre se não cumprir a sua missão. O planeta da água estava a um...