Christian foi o primeiro a chegar no hospital. O acidente não chegou a ocorrer a um raio de cinco quilômetros sequer da BCNews.
— Christian! — Anahí exclamou, aflita, ao ver Christian entrar pela porta. Estava desconcertada, um pouco dolorida, mas sem nenhum arranhão.
— Anahí! Você está bem? — Christian tinha um semblante preocupado, examinando a amiga de cima a baixo.
— Aonde estão Poncho e Jade? — perguntou com o coração prestes a sair pela boca, ignorando a pergunta de Christian.
— Desculpe. — Christian ergueu as mãos. — Não cheguei a vê-los ainda...
Anahí bufou, as sobrancelhas demonstravam a angústia no rosto. Sem pensar, levantou-se e caminhou depressa pelo corredor, buscando por cada quarto um rosto que lhe fosse familiar. Christian a seguiu, aliviado por vê-la bem.
O coração de Anahí chegou a parar para depois retornar ao movimento quando viu Poncho abrir os olhos, sentando-se em uma maca azul. Ela piscou três vezes para ter a certeza de que o que via era real. Correu rápido até onde ele estava.
— Poncho! — ela suspirou, agora a poucos centímetros de distância. Ele a olhou por alguns segundos, para então cair em si após um turbilhão de cenas da última hora invadir sua mente.
— Anahí... — ele silabou com a voz fraca. Viu que ela, assim como ele, não tinha um arranhão sequer. Puxou-a para um abraço forte, como há alguns meses não fazia com tamanha intensidade.
— O que houve...— Anahí murmurou, segurando o rosto de Poncho com as mãos. — Foi tudo tão rápido...
— Um acidente na encruzilhada. Três veículos, um carro com vocês e outros dois com dois homens cada. Uma vítima foi fatal, infelizmente. — Christian explicou da porta do quarto onde estavam. Tinha um semblante pesaroso. — Ficamos sabendo desses ocorridos em primeira mão lá no jornal. — Justificou. — Quando soube que o carro de vocês estava envolvido, vir para cá foi a primeira coisa que fiz.
— Meu Deus... — Anahí baixou a cabeça, o semblante triste. Poncho a olhou por um segundo e a acariciou no cabelo. Ela respirou fundo. — Preciso ver minha filha.
— Vou com você. — Poncho concordou.
— A ala das crianças é para lá. — Christian apontou. — Sigo com vocês.
Anahí assentiu para o amigo, internamente agradecida por ele estar ali, mas aflita demais pela filha para dizer algo em voz alta agora.
Anahí voltou a olhar pelos quartos pelos quais passava. Através da janela de vidro observava pessoas muito feridas, outras em tratamento, entubadas... Anahí definitivamente odiava hospitais, apesar de ter ficado um bom tempo ali, há mais ou menos três meses. Mas isso não importava agora, ela precisava ver Jade com os próprios olhos e ter a certeza de que estava bem.
De repente, um olhar quase tão assustado quanto o seu próprio a fez parar no meio do corredor. Um homem que ela sabia que conhecia estava sentado sobre uma cama, olhando para a porta, como se esperasse por alguém. Esse alguém com certeza não seria Anahí, mas...
— Christopher? — Anahí perguntou consigo mesma, em voz alta. Aproximou-se da porta do quarto, examinando o homem de seu delirium bem à sua frente.
Christopher a olhou com espanto, sem entender o porquê de aquela mulher o reconhecer. Ele estava esperando a chegada de Dulce, afinal.
— Você é enfermeira? — Christopher perguntou, com a primeira coisa que lhe veio à mente. Poncho e Christian olhavam Anahí com estranhamento do corredor. Poncho não interferiu, apenas observou. Christian seguiu Anahí e entrou no quarto.
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Dos Veces III - Final
RomanceLeia: Dos Veces e Dos Veces II Este volume é o último da trilogia Dos Veces, um romance AyA. Após a morte do principal inimigo de Anahí e Poncho, uma nova barreira é imposta ao amor de ambos. Todavia, uma ligação que nunca mais poderá ser desfeita a...