As descobertas e o primeiro beijo

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O tempo já tinha passado muito rápido para a maioria das meninas quando o assunto eram os namorados. Com 15 anos Clara era praticamente a única que nunca havia beijado ninguém. O fato é que não foi por falta de oportunidade!
Com 14 anos eu começou a chamar atenção ... Não foi tão rápido como a maioria das outras meninas mas quando aconteceu foi tudo de uma vez... Recebia cartinhas e recados na escola e os meninos queriam estar sempre por perto na aula ou no recreio... Em casa não era diferente. Os amigos dos irmãos apareciam muito mais frequentemente do que o normal, assim como os vizinhos e os filhos das amigas da mãe.
A sensação de "poder" que isso traz para uma menina de 15 anos é um prazer inexplicável! Sim... Porque há um tempo atrás, as meninas de 15 anos eram realmente meninas... Nessa idade começavam a despertar para a sexualidade e para os meninos que as rodeavam.
Clara era a filha mais nova de um casal religioso e tradicional. Tinha dois irmãos mais velhos, dentre os quais um era mais protetor ( Pedro) e o outro nem tanto ( João ). Uma família bonita... Em todos os sentidos.
Embora baixinha- não media mais de 1.60cm, começou a despertar o interesse dos rapazes e dos homens... De todas as idades... O corpo violão e o bumbum acentuado chamavam atenção. Somado a isso o cabelo comprido, de um loiro descolorido, e cacheado. Os olhos castanhos cor de mel emolduravam um rosto angelical e a voz de anjo dava tom ao conjunto. Ela tinha crescido!
O assédio constante foi assustando e incomodando aos pais de Clara que já ouviam gracinhas dos amigos e vizinhos. Em razão disso, incentivaram Clara a escolher um.
A verdade é que Clara não queria escolher um namorado. Clara sequer tinha dado um beijo na boca e queria desfrutar um pouco mais do papel de troféu que assumiu. Para Clara, sentir-se desejada era muito bom... Em toda a sua imocência, se achava ainda mais bonita. Além disso, escolher alguém significava abrir mão dos outros e, mais que isso, fazer a escolha que seus pais acreditavam ser a melhor.
Pois bem, de todos os "pretendentes" três se destacavam: o primeiro era o Alex. Bonitinho e bonzinho, era um rapaz da Igreja com o qual as meninas eram encantadas. Um cavalheiro. Assim como Clara, estava estudando ainda. Tinha 17 anos e estava terminando o ensino médio. O segundo era o André. Atraente e bad boy, ele era o grande medo dos pais de Clara. Apesar de o adorarem e de ser frequentador da casa, a verdade é que ele não era o que um casal desejava pra sua única filha. Estudava à noite tentando muito penosamente terminar o ensino médio. Tinha 18 anos. A terceira opção séria seria o Cláudio. Lindo de morrer, ele era filho de amigos da família e tinha acabado de mudar para perto. Com seus 18 anos já era uma grande promessa do pré vestibular dando claros sinais de que seria um rapaz de futuro. Apesar de lindo, ele alternava momentos de timidez e altivez, que por vezes eram confundidos com arrogância.
Clara queria beijar os três com certeza! Ou pelo menos ser beijada pelo Cláudio e dar uns amassos no André. Mas como seus pais só lhe deram a opção de namorar e ela era obediente, escolheu a opção mais "tranquila" , nesse caso, o Alex.
É tão logo ele entendeu que teria "sinal verde", falou com Clara e seus pais. Depois da conversa autorizativa, O casal ficou na varanda da frente da casa de Clara.
Clara morava em uma casinha muito charmosa, com quintal na frente e atrás. Todos os espaços livres da casa eram cercados de árvores e flores. Assim como o ambiente em que fora criada, tudo naquele lugar era bucólico: as cerquinhas brancas, os jardins, as portas azuis... Era o lugar onde era feliz, onde vivia o seu conto de fadas.
Chegando da varanda da frente, as mãos de Clara, entrelaçadas às do seu namorado, estavam suando. Seu coração estava disparado e parecia de verdade que não estava mais no seu peito e sim na sua garganta. Alex, muito carinhosamente, a enlaçou pela cintura e deslizou uma das mãos por sua nuca, dentro do seu cabelo, olhando entre seus olhos e boca. Clara abraçou seu pescoço e espero por seus lábios que não demoraram a chegar... Doces, úmidos e tranquilos.... Foi um primeiro beijo doce! É verdade que ela esperava talvez mais do beijo mas quando ele a abraçou sentiu a pressão no centro de suas pernas e percebeu que aquilo foi mais que um beijo... Pelo menos pra ela...

ENTRE O PRAZER E O CORAÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora