O dia depois do amanhã

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Eu e Luciana fomos embora no carro dela. Ela me contou que tinha subido para ficar com o André mas que ele não estava muito interessado em sexo ultimamente e o motivo da briga foi por isso.

Fiquei um tempo em silêncio até que contei pra ela do meu amasso com Daniel.

- Paraaaa tudoooo! Daniel Daniel? Clara, uau, você tem certeza que é isso o que quer?! Quer dizer, o cara é charmoso, gato, gente boa até, mas é um pegador, você sabe? Ele não tem relacionamentos com ninguém. Ele pega e sai fora. Bem, se o seu objetivo é esse, tudo bem mas se não ....
- ESSE É EXATAMENTE O OBJETIVO. Eu já sei da fama do Daniel. E vi ontem ele com pelo menos três meninas diferentes.... Eu nem sei onde estava com a cabeça. Eu nunca fiquei com ninguém. Quer dizer, nunca foi só um momento, me entende?! Meus pais sempre foram muito rígidos em relação a isso e eu também ... Então hoje eu resolvi tentar.
- Ah... Que bom então ! Fico com medo de você chegar na segunda na escola com cara de apaixonada e levar o maior fora. Você sabe... As meninas ficam assim atrás dele e ele alimenta sabendo que não vai querer mais.
- Tudo bem. Vou ficar bem. Foi só um beijo... Demorado, é verdade, mas um beijo.
Rimos e fomos pra casa dormir.

A festa foi no sexta e hoje era sábado. Eu cheguei em casa e fui colocar as matérias em dia sem tentar me preocupar com o dia que viria depois do amanhã e o reencontro com Daniel.

No domingo ainda minha mãe disse que o viu na igreja. Ele a cumprimentou e disse que estudávamos na mesma faculdade. Achei tudo bem estranho... Nunca o tinha visto na igreja.

Na segunda-feira durante o intervalo eu estava sentada com os meninos da minha turma e o avistei. Ele passou há uns metros de distância e olhou pra mim. Eu tentei ser o mais blasé possível e apenas acenei com a cabeça. No grupo em que eu estava tinha mais uma menina além de mim e quatro meninos sentados. Todos comentaram a presença do veterano do nosso lado do campus e a inédita falta de alguém em seus braços.

Eu fiquei calada. William, um colega que sempre me cercava, olhou pra mim e perguntou: - impressão minha ou ele estava olhando pra vc ?

- Olhando pra mim? Eu vi um cumprimento. Nós somos quase vizinhos, ele frequenta às vezes a minha igreja... Foi educado!
William colocou um braço sobre meus ombros e disse: - menos mal! Não quero esses merdas cercando nossas meninas...

Nesse momento todos riram e assobiaram alto. Quase que de forma simultânea, Daniel saiu do corredor e nos viu rindo. Parou e olhou bem para o braço do William sobre meus ombros e sua proximidade. Todos ficaram em silêncio e ele prosseguiu.

Marcela então observou :- não sei se é algum lance de proteção entre vizinhos mas te aviso william, ele não gostou!
Todos riram, inclusive William. Eu disse que era coisa da cabeça deles.

O dia seguiu. Aula e aula durante todo o dia. A ultima aula do dia era laboratório e ficava no prédio mais afastado do Campus. Entrei, marquei minha dupla e fui ao toalete.

Ao lavar minhas mãos e me virar dei de cara com Daniel, ali dentro do banheiro feminino. Tomei um susto e dei um grito abafado: - o que você tá fazendo aqui? É o banheiro das mulheres!

- Vim perguntar se vai ser assim. Tivemos um lance sexta e você nem olha pra mim na faculdade? É assim ?

- O que você quer dizer com é assim? Esse é o comportamento que você tem com todas as meninas com quem fica por aqui, até onde eu sei. Além disso, você teve uns três lances com pessoas diferentes na sexta se eu contei bem. Então.... Desculpa, quem não está entendendo alguma coisa aqui sou eu.

Ele então trancou a porta do banheiro e foi chegando perto de mim.

- Daniel, o que você está fazendo? É um banheiro... Alguém vai bater a qualquer momento e eu estou na aula de laboratório...

ENTRE O PRAZER E O CORAÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora