''Um café''

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Flashback

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Flashback

 — Com licença.

Jeongguk conseguiu ouvir a voz de Mi-kyung mesmo dentro do vestiário masculino, apesar do espaço estar impregnado de testosterona e do suor dos seus companheiros de time. A equipe acabara de sair de uma intensa partida de beisebol em Mississippi, enfrentando um adversário difícil da cidade, além de uma torcida rude e barulhenta que não poupava palavras chulas para alfinetar cada jogador dos Yankees. Era como voltar aos tempos dos coliseus, um ambiente nada receptivo.

O time permanecia dentro do estádio, tendo deixado o campo após breves entrevistas com a mídia local. A movimentação lá fora ainda era audível, principalmente das torcidas fanáticas que esvaziavam o estádio, enquanto os torcedores dos Yankees comemoravam o desempenho do time vermelho e branco nas arquibancadas. Entre os cochichos de alegria, ecoava especialmente o nome de Jeon Jeongguk, o jogador 69, aquele que nunca desapontava em campo ou fora dele.

Mi-kyung o chamou novamente, e Jeongguk, ao atender, notou seus dedos se movendo freneticamente pelo celular em suas mãos pequenas e lisas. Ela estava visivelmente animada pela vitória, acenando de maneira exagerada para ele. Como membro da equipe de apoio, Mi-kyung estava devidamente treinada para respeitar a privacidade dos atletas durante o campeonato. Os jogadores, por sua vez, eram condicionados a focar exclusivamente em seu rendimento em campo e no alinhamento tático do time, pois havia um contrato esportivo a cumprir e uma torcida exigente a acompanhá-los.

— Eu tentei te avisar que você estava ocupado, mas eles insistem que é uma emergência. — ela se desculpou, entregando o telefone ao jogador.

Provavelmente, Jeongguk precisava de uma pausa de qualquer forma. Ele costumava se preocupar excessivamente com seus arremessos em campo, sempre com a mente ocupada por pensamentos sobre sua condição física e postura ao lançar a bola durante a partida. Consciente de que as pessoas dependiam dele, ele era considerado uma peça fundamental dentro e fora de campo, sendo uma referência tática para seus companheiros sempre que precisavam. Não conseguia nem imaginar o que seria uma emergência para ele, com a camisa que vestia e todo o peso que carregava.

Pegando o telefone, Jeongguk observou Mi-kyung indicando um lugar mais reservado — o corredor do vestiário. Ao vê-la sair por esse mesmo corredor e deixá-lo ali, ele suspeitou que ela voltaria em breve com alguma comida, já que ela estava beliscando algumas porções desde que acordara naquela manhã devido à dieta pré-jogo. Antes mesmo de receber essa ligação urgente, ele só teve tempo de retirar sua luva compacta e rígida da mão direita, onde a bola ficava antes de ser arremessada, seguido de seu tênis esportivo — uma edição única da Nike — e estava agora descalço. De resto, ele ainda estava vestindo o uniforme do time, completamente suado pela performance no jogo.

— Com quem falo? — Jeongguk colocou o telefone entre a orelha e o ombro, esperando que a pessoa do outro lado da linha fosse direta e breve. Ele queria descansar e recuperar suas energias, já se preparando para o próximo jogo. Era assim que sua mente funcionava. — Sim, está falando com ele.

Dupla de Papais ╏taekook╏Onde histórias criam vida. Descubra agora