Capítulo lll

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Acabara de devorar todo o pão, leite e o chocolate quente que Tristan havia colocado em sua frente

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Acabara de devorar todo o pão, leite e o chocolate quente que Tristan havia colocado em sua frente. Ficara com vergonha, pois, comeu como uma selvagem. 
Mas desde que havia fugido era a primeira vez que comia algo tão bom. Teria de pedir desculpas pelos maus modos.
O homem, a sua frente, a encarava espantado após ela dizer que nunca provara aquela bebida deliciosa. Na sua casa, somente bebiam chá. Era o que sua avó gostava.

- Quanto tempo está na rua? - a pergunta foi feita por Tristan.

- Um mês. - respondeu com vergonha.

- De quem fugiu? 

- É bem curioso. 

- Não vai responder? - ele a encarava.

- Não posso.

- E, porque não?

- Não confio em você. - não confiava em ninguém.

- A deixei entrar na minha casa, lhe dei o que comer. Mesmo assim, não confia em mim?

Estava muito agradecida, mas tinha receio em confiar.

- Desculpe- me, tenho problema em confiar nas pessoas.

- Entendo.

- Estou muito agradecida pela refeição. - estava mesmo. - Mas, creio que seja a hora de ir.

- Aonde vai?

- Sinceramente, não sei.

- Qual o seu nome?
- Sunshinne. - se apresentou como sempre fazia. Odiava que lhe chamassem pelo verdadeiro nome.

- Está mentindo! - disse ele nervoso.

- Não estou, não.

- Não sou seu inimigo, não precisa dessa desconfiança toda.

- Está bem. - suspirou frustrada. - Meu nome é Dorothy, mas eu gosto de ser chamada Sunshinne.

- Porquê?

- Minha avó sempre me chamava Sunshinne, por isso, me apresentei assim.

Sunny, percebera que Tristan conseguia fazê-la falar o que não queria. 

- A chamava? O que aconteceu com ela?

- Faleceu. - respondeu melancólica.

- Sinto muito.

Sentindo sua tristeza, Sabine colocou o focinho gelado em sua mão.

- Estou bem. - disse para a cachorra.

- Ela sente que não esta bem. - disse ele.

- Sim.

Na primeira noite que dormiu na rua, assim que fugira de casa. Sunny encontrou a cadela num canto no beco muito fraca. Roubou um pedaço de pão, deu para a cadela. 
Percebendo que não seria atacada, Sunny se acomodou no beco próximo ao cão. Dormira sentada. Acordou com um movimento. Era a cadela se aproximando dela, deitou bem perto e pediu por carinho. Depois desse dia, não se separaram.
Como sua raça Mastim inglês, Sabine era enorme e podia ser assustadora para alguns.

- Bom, é melhor eu ir. - disse ela saindo dos devaneios.

- Não tem aonde ficar. - constatou ele.

- Darei um jeito.

- Como?

- Estou sobrevivendo durante um mês, posso continuar.

- Pode passar a noite aqui. - ofereceu.

- Não.

- Não está podendo escolher muito.

- Porque esta sendo tão gentil? O que está querendo de mim? - perguntou ela. - Agradeço que tenha me dado comida, mas não irei me deitar com você!

- Menina baixe essa guarda. - rosnou. - Só estou oferecendo ajuda. Mas se não quer é só ir embora de uma vez! E eu jamais deitaria com alguém fedendo. 

Fervendo de raiva, Sunny jogou o leite que estava em sua xícara no rosto de Tristan.

- Você é louca? - disse perplexo. Ela mesma ficara chocada com sua atitude.

- Desculpe-me. - pediu.

Ele não lhe respondeu.

- Estou envergonhada. - disse constrangida.

- Oferecerei somente mais uma vez. Fique aqui esta noite, amanhã pode partir.

Ele estava sendo gentil mesmo depois dela lhe jogar leite.

- Obrigada, aceitarei.

- Irei lhe mostrar o quarto de hóspedes, pode ficar lá. Depois pedirei para alguém subir e lhe ajudar a tomar um banho quente.

- Obrigada.

Entraram no quarto. Sunny ficou encantada, era um cômodo grande. A cama parecia tão convidativa.

- Descerei agora, fique a vontade. 

- Aonde vai? - perguntou ela.

- La em baixo, pedir para alguém subir.

- O que tem lá embaixo? 

- Um clube para cavalheiros.

- É dono de uma taberna? Por isso, quer que eu fique? Vai me colocar para trabalhar com uma meretriz?

- Quantas perguntas! - revirou os olhos. - Sim, eu tenho um clube de cavalheiros. E não, não irei colocá-la para trabalhar para mim. Fique tranquila.

- Confiarei em você. - disse ela por fim. 

- Daqui a pouco alguém sobe. Controle seu bicho, para que não ataque. 

- Sabine é uma dama. Só atacou você, pois, estava agarrando meu braço.

- Certo.

Tristan já estava saindo quando ela o chamou.

- Obrigada mais uma vez.

- Não há de quer.
...
Após o banho, Sunny penteou os cabelos. Vestia as roupas de Soph, ela não era uma mulher muito agradável. 
Não era tão ingênua, percebera que a outra estava com ciúmes dela. Talvez, porque tomava banho na casa de Tristan. Os dois deviam ser bem próximos.
O vestido ficará enorme, já que ela era mais baixa que Soph. Não usava espartilho, ou qualquer outra roupa por baixo, já que não lhe trouxeram nenhuma.
Como estava sozinha no quarto, terminou de pentear o cabelo. Foi para a cama, se colocou embaixo das cobertas. Sunny, chorou até dormir.
Sentia falta da avó, e estar naquela cama confortável a fez perceber que jamais teria tal comodidade como está em outra noite.

O Devasso e a Louca - Clube dos Ordinários 3 Onde histórias criam vida. Descubra agora