Prólogo

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- Que perfeito, um belo rapaz para nossa perfecta Isabela - Alma fala alegremente, enquanto sua neta mais velha fingia o melhor sorriso para todos.

Hoje era quando sua vida mudaria completamente, ou melhor, suas esperanças acabariam. Isabela iria ser pedida em casamento por alguém que ela nem ao menos ama, sua esperança de que a avó percebesse o quão falso são suas ações tinha acabado. Viveria presa a um homem que nem ao menos gostava.

Isabela havia pedido tudo de tão importante. Era proibida de se misturar com suas irmãs, principalmente Mirabel, sua avó diz que ela deve ser perfeita e não perder o foco e controle; sua prima Dolores a odiava e tinha motivos, ela amava Mariano, sempre foi apaixonada a aquele homem e aqui está Isabela, sendo obrigada a se casar com o mesmo e nem ao menos pode explicar isso a Dolores, pois a mesma a ignorava regularmente.

Isa mal falava com Camilo, pois o mesmo sempre estava ocupado se divertindo ou pregando peças nos outros, a morena sentia inveja do primo, o mesmo era tão feliz em cumprir seu destino, alegrava e ajudava a todos sem nem se preocupar em ter que ser perfeito, mas Isabela não podia, seu dom era visto como a pura perfeição, aliás, quem iria querer um flor murcha ou sem pétalas?

- Com licença, irei descansar... - a morena levanta calmamente e vai até seu quarto.

Ao fechar a porta, deslizou na madeira, olhava para aquele imenso rosa e violeta que era seu quarto. Flores e cipós perfeitos, cada estátua sua perfeitamente em uma posição, olhava agora pra si mesma, seu vestido perfeito sem nem ao menos uma sujeira, tudo em perfeita ordem, certo? Errado... Isabela odiava seu vestido, odiava aquelas estátuas estúpidas, odiava a cor rosa e violeta, odiava a se mesma por ser tão fraca e ter deixado isso acontecer consigo mesma. Isso, fraca, era essa palavra que ela mesma se descrevia.

Então ela vê um pequeno espaço naquela imensidão rosa.

- Será que posso criar algo novo?... - se apoia em seus joelhos e tenta pensar em algo, pensar em algo que não seja essa pressão de der perfeita, mas nada vinha, nada além de flores idiotas.

Com raiva, ela vai até sua cama e tenta esquecer do mundo, tenta descansar e torce para que se possível não acordasse pra viver seu pesadelo.

Flores e Uivos ~ Isabela Madrigal × S/NOnde histórias criam vida. Descubra agora