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Sejam fortes! Esses caps que virão vão valer a pena no final confiem em mim e não desistam da fic por causa deles, por favor. Boa leitura a todos!

- Está me ouvindo, Jennie!? – A voz de minha melhor amiga interrompeu meus pensamentos.

- Oi Lisa, desculpa, eu me distraí!

- Até imagino em quem você estava pensando –Ela riu – Eu perguntei sobre o presente de comemoração de dois meses de namoro.

- Ah... eu estou meio sem dinheiro porque gastei toda a minha mesada com o presente de aniversário dela, porque você sabe que esse ano eu não podia dar um cocô falso para ela de novo, enfim... seria muito cedo dar o anel da abuelita para ela?

Minha avó sabia do que eu sentia por Roseanne e no ano anterior havia me dado de presente o anel do seu primeiro amor.

"Eu olho para você hoje lembro da moça que eu fui há trezentos anos. As gerações mudam e o tempo passa, mas o brilho do amor ainda resplandece da mesma forma. George foi o meu primeiro amor e o mais forte e puro, mas eu o perdi naquela guerra maldita e precisei substituir esse anel por outro em meu dedo quando me casei com o seu avô. Agora é hora dele ocupar outros dedos e representar outros amores. Não sei se será Roseanne a felizarda, mas dê esse anel à mulher cujo amor a faça se sentir resplandecer como o sol"

Ela disse muitas coisas mais para mim, mas aquelas palavras eram as que permeavam em minha mente naquele momento. Roseanne já me fazia sentir como o sol e em meu coração aquele anel com uma única perola solitária passou a pertencer a ela a partir do momento que foi dado a mim.

- Amiga, eu sei que você está pronta para dar o anel para ela, mas você acha que ela já está pronta para receber? – Lalisa interrompeu minhas divagações.

- Eu não sei Lisa, por isso eu estou te perguntando.

- Meu conselho para você é o mesmo que você me deu há poucos segundos, siga o seu coração. –Ela riu – Viu como não adiantou nada dizer isso? O coração às vezes pode ser tão confuso quanto a mente. –Ela suspirou – Amiga, vou desligar porque preciso treinar alguns passos antes de tomar banho e ir dormir.

- Tudo bem Lisa, boa noite!

- Boa noite! – Ela desligou e eu notei que havia uma notificação de mensagem recebida na tela.

10:13 PM – AMOR
Amor,
Não se esqueça que amanhã será a sua vez de regar a Rosinha II

Conversou com as meninas? =D
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Fazia pouco mais de um mês que Roseanne e eu havíamos decidido juntas replantar a Rosinha II. Eu havia contado a ela a sugestão de Irene (Roseanne ainda morria de ciúmes dela) sobre replantar a Rosinha como algo a ser representado por nós duas e Roseanne adorou a ideia resmungando bastante antes de admitir aquilo.

Havíamos terminado de retirar o toco que ainda havia da primeira Rosinha e dali retirei uma muda que nos fez começar do zero. Aquela nova planta então estava crescendo assim como o meu relacionamento e de Roseanne, sendo cuidada com amor por nós duas e eu esperava de todo o coração que ela crescesse forte, aguentasse todas as tempestades mesmo que titubeasse e que por fim, desse frutos magníficos. Fazer o quê? Eu sempre adorei analogias.

Conversei com Roseanne e expliquei tudo o que eu havia conversado com Lalisa inclusive sobre meu conselho para que ela se permitisse novas oportunidades. Roseanne concordou que aquilo talvez pudesse ser bom para fazer Jisoo abrir os olhos e ver que Lalisa não estaria para sempre disponível para as indecisões dela. Só esperávamos não estarmos erradas sobre o conselho.

Naquela mesma semana eu havia conseguido agendar uma consulta com o médico que me acompanhava há anos. Depois de explicar os sintomas, responder várias perguntas e realizar o raio-x do meu pulmão, o doutor Cowell me solicitou uma tomografia computadorizada do tórax. Perguntei-lhe se o que eu tinha era muito grave e ele me respondeu que não diria nada até ter a certeza de algo.

Não demorou muito para eu realizar a tomografia e o mais difícil em todo aquele processo era ter que esconder tudo da minha família, amigos e principalmente de Roseanne. Eu tentei não me apavorar durante aqueles exames e realmente consegui ser forte até receber uma ligação do doutor Yang informando que já estava com o resultado da minha tomografia e pedindo para que eu comparecesse ao consultório acompanhada dos meus pais.

Eles não gostaram nada de eu haver escondido o fato de possivelmente estar doente, mas eu expliquei que não queria preocupa-los com aquilo e enfatizei o fato de eu já ser adulta e precisar começar a me cuidar sozinha.

- Bom dia! – O doutor nos cumprimentou e eu já não gostei nada da expressão em seu rosto. –Esse é o doutor Reid pneumologista responsável pelo diagnóstico da Jennie. –Ele nos apresentou o homem negro com um sorriso simpático ao lado dele.

- Bom dia! – Nós os cumprimentamos e minha mãe imediatamente sentou-se na cadeira que o doutor Yang ofereceu.

- O que minha filha tem? –Eu podia sentir todo o pânico contido na pergunta da minha mãe e me xinguei por tê-la que fazer passar por aquilo. O olhar do doutor Reid vagou por nossos rostos antes dele suspirar.

- Vou tentar ser o mais breve e claro possível. –Ele entrelaçou os dedos em cima da mesa – a tomografia da Jennie revelou cicatrizes nos tecidos de seus pulmões que fazem com que ele se torne mais rígido. –Ele olhou para mim – Por isso essas crises de tosse seca, falta de ar e perda de peso – O olhar dele alternou entre nós três – Jennie tem fibrose pulmonar idiopática e isso quer dizer que as causas da doença são desconhecidas. A fibrose é uma doença rara em que ocorre cicatrização do tecido pulmonar, com espessamento e rigidez. Estão conseguindo me acompanhar?

- Sim – Eu respondi sentindo meu corpo começar a suar frio e o médico olhou para mim e assentiu antes de continuar.

- O pulmão é o órgão vital responsável pelas trocas gasosas e a destruição da unidade alveolar, constituída pelo alvéolo pulmonar (uma espécie de "saco" onde o ar entra com o oxigénio) e pelos vasos sanguíneos, e a sua substituição por fibrose (cicatriz), dificulta a função de transporte. Como consequência, o cérebro, o coração e os restantes tecidos e órgãos corporais não recebem o oxigénio necessário para o seu correto funcionamento.

- Isso é muito ruim? – Minha mãe perguntou a voz embargada eu segurei sua mão.

- Claro que é ruim Claire, se o corpo dela não está recebendo oxigênio o suficiente nada vai funcionar direito –Meu pai respondeu com a voz grossa antes de voltar-se para o doutor – Como funciona o tratamento e em quanto tempo minha filha vai estar boa?

- Infelizmente não há um tratamento eficaz para a doença e... – Eu não me contive interrompê-lo.

- Isso quer dizer que não tem cura? – Eu não consegui evitar o pânico na minha voz e o olhar piedoso do médico respondeu o que eu precisava saber antes mesmo dele abrir a boca.

- Infelizmente não tem cura e como se trata de uma doença progressiva... – Eu o interrompi de novo.

- Isso quer dizer que eu só vou piorar?

- Sim – Ele respondeu assentindo e não teve a oportunidade de continuar porque meu pai o interrompeu.

- No que isso vai impactar a vida da minha filha? –Eu senti os dedos do meu pai apertarem os meus ombros com força inconsciente e contive um gemido de dor.

- Eu queria encontrar outra forma dizer isso, mas como já expliquei que é uma doença progressiva, que afeta funcionamento dos pulmões e consequentemente do corpo, não dá ao paciente chances de sobrevivência e...

- Quanto tempo de vida eu tenho? –Eu não consegui evitar que as lágrimas caíssem. Eu não queria morrer.

- Descobrimos a doença logo no início, você é uma jovem sem vícios e... –Eu o interrompi.

- Seja direto doutor!

- A expectativa de vida de um portador de fibrose pulmonar é de dois a cinco anos.

You Hate Me While I Love You (Chaennie Version) Onde histórias criam vida. Descubra agora