🌹Capítulo 2🌹

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Ao chegar naquela casa que mais parecia um mausoléu; toda lacrada, parecendo mais um caixão enorme cheirando a

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Ao chegar naquela casa que mais parecia um mausoléu; toda lacrada, parecendo mais um caixão enorme cheirando a... Deixa pra lá.
Sou recebida pela mãe coruja do meu futuro alvo, ops! Quer dizer paciente. Ela não sabia mas eu nunca havia cuidado de um usuário de cadeira de rodas antes, e olhando agora pra ele, notando a gravidade do seu estado, me perguntei internamente se seria realmente capaz de lidar com isso. A minha formação de fisioterapeuta é recente, no máximo fiz aulas com pacientes com leves acidentes ou sofrendo de contrações musculares. É o meu primeiro emprego e precisei agarrar com todas as minhas forças por essa oportunidade. Sim, pensarei positivo, e usando as técnicas certas eu vou me dar bem no trabalho. Não seria tão difícil, afinal, a mãe dele só me disse que o seu filho precisava sair de casa, se animar, fazê-lo sair da cadeira, sofá... Será que ele conseguia...

- Bom filho essa é...

- Já sei! - Retruca fazendo cara de quem não gostou.

E pela sua olhada atravessada me julgava sem me dar uma chance!

- Obrigada senhora.

Olho diretamente pra ele que tenta miseravelmente olhar para qualquer canto que não esteja o meu rosto.

- Tudo bem Greg?

- Na verdade... - Seus olhos contendo desprezo voltaram-se pra mim. - Estava muito melhor antes de você chegar.

- Mas eu...

- Com licença.

Sem mais nem menos se virou, empurrando sua cadeira de rodas com as duas mãos, movimentando-a para fora da sala. Não contente com sua falta de etiqueta saiu gritando:

- A porta da rua é serventia da casa! Fique a vontade pra passar por ela senhorita Noier!

- Seu grosso! - A mãe ficou por conta do samurai.

- Não se preocupe dona Zuleica. - Toquei nela para tranquilizá-la. - Cuidarei do seu filho mesmo com toda arrogância da parte dele, de mim ele não terá nem o sentimento de raiva e muito menos de... pena.

Digo com firmeza, sabendo que ele ouvia cada palavra com bastante atenção. Isso! Veremos quem é durão dessa estória.

Pegarei pesado, este será lapidado, custe o que custar.

🌹🌹🌹

- Precisa de ajuda pra fazer xixi!

- Claro que não! - Grita ele do outro lado da porta e outra vez silêncio.

Bato preocupada.

- Quer ajuda pra limpar o rabo?

Ele sai furioso do banheiro.

- O quê pensa que está fazendo?!

Ingnorando sua pergunta miro o seu colo, notando uma umidade na parte da frente da calça. Avanço tentando tirar a peça, era o certo a se fazer. Contudo, ele me segurou pelos pulsos fazendo nossos olhares se encontrarem na mesma direção.

- Nunca me toque! - Fala entre os dentes.

- Não iria te tocar... - Tento me explicar sentindo que abaixava a guarda. - ... Só ia tirar sua calça mijada, ficou sem tempo de dar uma sacudida antes de guardá-lo?

Seu sembrante mingou.

- Para de falar essas coisas.

- E só olhar pra ele está...

- Você me apressou! - Aumenta o tom de voz ao me soltar, mas ao contrário do que pensava, permaneci a poucos centímetros encarando sua face.

- Desculpe, só queria ajudar.

Me ergui saindo da sua frente.

- Ok, mas se quiser embora...

- EU NÃO VOU EMBORA! - Dito furiosa lhe dando um breve susto. - Preciso desse trampo. - Diminui a intensidade da voz. - Quero pagar o meu curso de artes cênicas, desejo desde pitoquinha virar atriz. Mesmo que toda a minha família diga que eu não tenha talento.

Abraço meu corpo me sentindo triste, desestimulada ando pra longe dele, mas ao sentir que estou sendo seguida meu coração automaticamente começa ver esperança.

- Senhorita me perdoe, veja bem... não irei mais insistir na demissão, sei que repeti isso o dia inteiro. Mas por favor, não me trate feito um bebê recém nascido. Agora vou tomar banho.

- Quer ajuda?

De relance me virei, reparando que havia cometido outro gafe.

- Desculpe. - Falo toda sem graça.

- Tudo bem, sua vontade de ser prestativa superou minha raiva. Embora seja um fato que não precise da sua presença nessa casa, entretanto não vou mais importuna-la. Relato de antemão que sei fazer tudo sozinho; urinar, cagar, tomar banho e preparo minha própria refeição. Minha casa foi adaptada. O problema da minha mãe é que não sou mais um cara sociável, não é pra menos, o mundo não está preparado para receber os deficientes.

- É o seu ponto de vista, se deixasse de julgar as pessoas antes mesmo delas demonstrar um pingo de empatia, talvez assim você se daria uma chance de viver fora dessas paredes. Sair da sua zona de conforto pode ser tão perigoso assim Greg?

Minha pergunta o atingiu em cheio, sem mais delongas o deixei no corredor, sozinho e fui direto para o meu quarto. Primeiro dia e já me sentia exausta... Tirei o calçado e a blusa, só depois fechei a porta. Ficando na dúvida se precisaria trancar, por fim, acabei deixando de lado. Corri para o meu banheiro, precisava tomar um banho antes de preparar o jantar. Greg precisa provar minha comida, pelo menos isso ele vai me deixar fazer.

Tesão Sobre Duas Rodas( Em Andamento)Onde histórias criam vida. Descubra agora