Capítulo 4

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Greg

- Caramba! Esse homem só tem roupas enchovalhadas? Aqui! Aqui!

Escutava suas altas murmurações vindo da área de serviço. Tive um desejo forte de soltar umas risadas, mas os meus lábios travaram na hora. O importante que isso estranhamente estava me fazendo bem, porque ela não conseguiria arrumar um jeito de me fazer sair. Nenhuma mulher ficaria a vontade ao lado de um maltrapilho largado e além disso travado das pernas.

Bufei vendo a coitada se acabando de reclamar ao se dar conta que todas as peças do meu simples guarda roupa se encontravam naquele cesto.

- Melhor ir preparar o almoço querida babá. - relatei desgostosamente analisando a moça erguendo-se totalmente de maneira mecânica.

Engoli em seco analisando sem querer suas lindas panturrilhas. Foi rápida a minha analise, não me permitiria deixar transparecer nada. Fora que a senhorita Noier poderia ficar constrangida, preciso me atentar a isso, faz tempo que não fico próximo de uma mulher assim, ainda mais uma tão... atraente quanto a Fabrícia.

Sua respiração ofegante mostrava que daria uma ataque por não conseguir o que pretendia, mas rapidamente buscou o alto controle e se virou trazendo duas blusas largas em suas mãos. Ela as apertava bem no alto, na altura dos seus ombros curtos como duas tochas acessas.

- Como pode viver assim, Greg? Não achei nada limpo e cheiroso no seu armário. O cesto contém somente essas coisas... - Fez cara de desdenho. - Faz anos que não compra roupas?

- Bingo!

Juntei as mãos no centro das minhas coxas, aquele levíssimo incomodo retornava novamente, agora com mais intensidade. O pulsar que desejava ignorar não me dava trégua. Talvez se ela parasse de me encarar essa sensação excitante passaria. Queria expulsá-la daqui, dizer para ir embora. Dessa maneira voltaria a não sentir nada.

Mas ao olhá-la de pé ali pensando, bolando alguma ideia, arquitetando endiabradamente uma formula de me fazer ir na rua, pude perceber que não seria fácil colocá-la de escanteio. Nem mesmo ignorá-la durante o curto período de sua estádia.

- Então...

Desceu os braços bastante descontente.

- Pode ficar aí fuçando o quanto quiser, vou preparar nosso almoço. Tudo bem?

Uma maneira normal de sair de perto dessa pessoa inconformada.

Sai dali sem esperar resposta da parte dela, que ainda parecia bastante chateada com a situação.

***

Enquanto almoçavamos percebia uma alegria genuína e insinuante vindo daquela boca carnuda, disfarcei o interesse de olhar focando mais no rango. Tomei um chá para aquietar o que não deveria ter potencia, afinal, resolvi ser uma celibatário convicto. Não condenaria nenhuma mulher junto da minha nova condição, já era um fardo para uma ser carregar sozinho.

A campanhia tocou e na hora pelo impacto fiz menção em levantar, é claro que foi algo expontâneo, usando os braços com demasiada força nas laterais da cadeira para fazer o impulsionar.

- Hã! - Ergueu-se delicadamente.

Notei o raio de sol da tarde dando um destaque para aquele belo rosto de princesa.

- Minha encomenda chegou.

- Sua o quê?

O que a minha fajuta fisioterapeuta está aprontando?

- Você verá. - disse-me toda empolgada.

Naquele instante desejei destruir aquela empolgação por desconfiar que seria algo que me traria raiva, no entanto retardei para jogar na cara depois, se algo do seu planejamento desse errado, pois sua feição destemida me pegava de um jeito inesperado. Acabei sentindo algo a mais, e dessa vez senti uma pontada aguda no peito. Ao ponto de quase arfar.

Tesão Sobre Duas Rodas( Em Andamento)Onde histórias criam vida. Descubra agora