Capítulo 10

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Greg

O dia começou com um pesadelo. Recebi uma mensagem do banco informando que havia um problema com minha conta. Não era apenas uma questão de resolver um problema financeiro; era o embate constante contra a sensação de estar preso, impotente.

— Fabrícia! — chamei, a frustração evidente em minha voz. O tom foi mais ríspido do que eu pretendia, mas não me importei. Eu precisava de ajuda.

Ela apareceu com um sorriso bobo, que apenas me irritou mais.

— Sim, Greg? — perguntou, aparentemente animada.

— Parece que há um problema com minha conta bancária. Vou ter que ir ao banco. — respondi, tentando não deixar transparecer o quanto isso me incomodava. A ideia de sair da segurança da minha casa e enfrentar o mundo lá fora já era uma tortura por si só.

E então, ela sorriu ainda mais, como se fosse uma boa notícia.

— Ótimo! Finalmente vamos sair um pouco! — exclamou, a empolgação dela contrastando com minha frustração.

— Eu só quero resolver isso e voltar para casa. — avisei, tentando manter a calma.

A preparação para sair foi um caos. Eu sabia que não era fácil para ela, empurrando minha cadeira de rodas para fora da casa, e depois enfrentando a chuva lá fora, mas isso não fazia com que eu ficasse menos irritado. Cada gota de chuva parecia um lembrete cruel das limitações que eu enfrentava.

— Vamos logo. — pedi, a irritação me consumindo.

A sensação de lutar contra a chuva e as calçadas escorregadias era desgastante. Cada movimento era uma batalha, e eu estava cansado antes mesmo de chegarmos ao banco.

— Não é o dia mais divertido que eu já tive. — murmurei para mim mesmo, enquanto Fabrícia tentava proteger a cadeira da chuva.

A fila no banco parecia uma eternidade. Eu estava exausto e impaciente, sentindo cada minuto se arrastar. A falta de acessibilidade e a indiferença das pessoas me deixavam ainda mais frustrado. Eu resmungava para mim mesmo, irritado com a situação.

— Por que tudo tem que ser tão complicado? — falei, enquanto o atendente parecia alheio à minha frustração.

Quando finalmente o problema foi resolvido, eu estava completamente drenado. A sensação de alívio não fazia o cansaço e a irritação desaparecerem completamente, mas pelo menos era um passo para longe do inferno que o dia havia sido.

— Finalmente. — murmurei, enquanto Fabrícia me ajudava a sair do banco.

Voltamos para casa e, embora eu estivesse exausto, havia um pequeno alívio na presença dela. Sua ajuda fez o dia um pouco mais suportável. Quando finalmente me acomodei para descansar, a sensação de gratidão por ter enfrentado o dia com ela foi o que me fez sentir um pouco melhor.

Fabrícia

Eu estava empolgada para sair de casa. Greg tinha chamado, e eu pensei que ele poderia estar precisando de um pouco de distração, além de resolver o problema do banco. A primeira coisa que me veio à mente foi que talvez ele estivesse finalmente aceitando um pouco da ajuda que ofereci. Quando ele anunciou o problema com a conta, a minha empolgação foi mal interpretada.

— Ótimo! Finalmente vamos sair um pouco! — exclamei, sem perceber o quanto isso poderia soar insensível.

Ele me lançou um olhar que claramente dizia "não é hora para isso", mas não deixei que isso me desencorajasse. Preparei-me para ajudar, e a ideia de enfrentar o tempo ruim não me desanimou. Afinal, eu estava animada para mostrar a ele que sair um pouco poderia ser menos complicado do que parecia.

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⏰ Última atualização: Oct 16 ⏰

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Tesão Sobre Duas Rodas( Em Andamento)Onde histórias criam vida. Descubra agora