Capítulo 21

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Assim que consegui abrir meus olhos senti minha cabeça latejar. Foi um momento demorado até me dar conta de onde eu estava. Me encontrei deitada em um sofá, estava sem os tênis e a jaqueta. Comecei a analisar aquele lugar, que conclui que era um apartamento de uma pessoa solteira. Havia caixas no chão, quadros de algumas bandas de rock e livros em vários lugares. O lugar estava meio bagunçado, mas ainda sim era muito bonito.
Com um esforço tremendo, me sentei. Quando avistei duas figuras me olhando, não deixei de soltar um grito. Na minha frente estava a menina igual Will Traynor, que me olhava já na defensiva depois do meu ato. E mais para o lado o Sr. Traynor, ele estava lendo um jornal enquanto analisava a cena. Esse homem só sabia ler jornal?
_O que aconteceu? – perguntei.
A menina olhou para o Sr.Traynor, ele apenas assentiu.
_Te encontramos em um bar desacordada, depois de algumas cervejas e outras bebidas mais fortes. Você ficou muito mal. Então decidimos te trazer para o meu apartamento- ela disse fazendo movimento com as mão.
Levei a mão na cabeça.
_ Encontramos... Decidimos...Como isso aconteceu?
A menina bufou e imitou um olhar que só Will sabia fazer.
_Não estávamos te seguindo. Eu estava no bar com alguns amigos e te vi entrar. Você chegou bem, recusou três homens e depois disso começou a falar sozinha. Não se preocupe, aonde eu estava não deu para escutar nada.
Gelei. Eu nem sequer lembrava dos homens.
_Continuando. -ela prosseguiu.- Liguei para Steven ir me buscar, mas um pouco antes dele chegar, você caiu daquele banco. Se eu fosse você colocaria gelo aí.-ela disse apontando para o meu quadril. Como reflexo coloquei a mão e senti dor. – Enfim, ninguém lá deu muita bola para você, só o Derek, o dono do bar. Quando Steven chegou, ele te encontrou desacordada. Então, decidimos te trazer para cá. Já que não sabíamos aonde você mora.
Eu intercalava o meu olhar entre a menina e o Sr. Traynor.
Aquilo tudo não se encaixava. Steven parecia mais relaxado do que nunca. Aquela menina estava tranquila em ter uma estranha no apartamento. Só de pensar cada parte do meu corpo doía.
Steven me tirou dos meus pensamentos.
_ Pensei em te levar para o anexo. -ele disse e fechou o jornal. – Mas Will não teria condição nenhuma de cuidar de você. Então te deixei aqui, e fui embora. Ela cuidou bem de você.
_ É, cuidei sim. Por sinal, você me deve um tapete novo.
Isso não podia estar acontecendo. Nunca bebo dessa forma. Me sentia um lixo.
Olhei para a menina que estava fazendo o mesmo comigo. Me lembrei que em nenhum momento mencionará o seu nome. Agora eu descobriria quem ela é.
_Quem você é?
A menina abriu um sorriso encantador, o que me fez lembrar do Will. Mas antes de começar ela olhou para o Sr.Traynor, que mais uma vez assentiu.
_Eu me chamo Lily. E sou filha de William Traynor.
Ela nem esperou para soltar essa bomba.
Meu queixo caiu.
Me enjoei assim que ela falou o sobrenome do Will.
_Eu vou vomitar.
_O primeiro a direita. – ela disse.
Mas não precisei me preocupar em saber aonde ficava direita e esquerda. Steven abriu uma porta e eu só entrei. Agradeci logo depois que ele fechou a porta. Sozinha, coloquei tudo para fora.
Deve ter se passado quinze minutos até eu sair do banheiro. Ajeitei o cabelo em um coque frouxo e decidi enfrentar o que me esperava. Assim que saí do banheiro, encontrei meus tênis, que logo calcei.
Voltei para a sala, mas Steven e Lily se encontravam na mesa saboreando um delicioso café da manhã. Eles pareciam bem com toda a situação. Aquilo era uma piada.
Lily notou minha presença. Ela apenas balançou um braço como se tivesse me chamando.
_Vem, Clark.
Respirei fundo. A ideia de comer algo fazia ter vontade de voltar ao banheiro. Mas me sentei ficando de frente para os dois.
A incrível cena do Avô com sua neta me fez esquecer por um momento do que isso se tratava. Eles pareciam se dar bem. Camila e Will deveriam ver isso... Camila e Will. Aí meu Deus, pensei.
Perguntei o que seria óbvio para Lily.
_Como você sabe quem eu sou?
_É bem óbvio, vovô me contou.-ela me olhou. – O quê? Achou que eu seria uma doida que acolhe uma estranha?
Isso tá ficando pior do que eu imaginava. Percebi que quando Lily chamou Steven de vô, ele se alegrou todo, já ela parecia ter feito algo normal. É filha do Will mesmo.
_Eu sei mais do que você imagina, Clark. – ela continuou.- Sei que você cuida do meu pai faz alguns meses. E que tá se saindo bem nisso.
Tentei ver tom de controvérsia, mas não tive. Ela estava sendo sincera.
Decidi começar a conversa que queria ter com eles. Então enchi uma xicara de café e me servi de alguns cookies, me esquecendo que não tinha nada no estômago. Apenas precisava me concentrar.
_ Então, o que eu devo saber?
Steven pousou a xicara sobre o jogo americano e me olhou.
_Eu sou a melhor pessoa para te explicar isso, Srta. Clark.
_Louisa, me chame de Louisa.
_Como quiser, Louisa. A essa altura você deve saber a reputação que Will tem com mulheres.- apenas assenti. – Will sempre foi rodeado por muitas. Principalmente quando foi para a faculdade. Lá ele se envolveu com três, bom que ele nos apresentou. Duas delas não passaram de alguns meses, mas Tanya Houghton foi a que fez Will sossegar. Não só em questão de mulheres, mas em aventuras. Ela fez ele amadurecer. Fez Camila e eu nos apaixonamos pelo os dois juntos.- engoliu em seco.- Eles tiveram um namoro aparentemente tranquilo e duradouro. Mas eles se separaram assim que a faculdade acabou. Will era cheio de sonhos profissionais, então em um momento de loucura terminou com Tanya por achar que ela não acompanharia os sonhos dele. Alguns meses depois ele apareceu com  Alicia.
Sr.Traynor terminou com um certo cansaço, como se lembrar tudo aquilo tirasse suas forças. Lily parecia estar fadigada também aquilo tudo, ela se debruçou sobre a mesa, que logo recebeu um olhar afiado do seu avô, que a mesma não se importou. Will irá amar ela.
Me servi de mais café  quando o Sr.Traynor falou de Alicia, pressenti que viria mais histórias.
_Continuando.- Steven disse.- Assim que acabou a faculdade, Will fez sua vida em Londres,  junto com Alicia. Alguns meses depois da separação, Tanya veio ao castelo procurando o Will, mas acabou me encontrando. Assim que entendi a gravidade do problema, senti que não iria ter mais paz por um longo tempo em minha vida.- Sr. Traynor lançou um olha de desculpas para  Lily, assim que a mesma soltou um grunhido.- Tanya chegou aqui desesperada, e em um momento desesperador pediu somente a minha ajuda, me fazendo prometer que nem Camila e Will saberia do que estava por vir.
Lily arrumou-se e olhou para Steven.
_Fala logo vovô.
Ele ignorou o comentário da neta e voltou o seu olhar para mim. Não importaria se ele demorasse, estava difícil tirar conclusões antes do tempo.
_Ela veio me procurar, pois estava esperando um neném.
Meu queixo caiu. Ok, ok, já era de se esperar, mas quando você se envolve em uma história, não tem como não se surpreender. Ainda mais essa história. Mas o que me fez ficar mais surpresa é o fato de que Will na sabia mesmo da existência de sua filha.
Steven continuou:
_ Tanya me fez prometer que não pensaria nunca em falar para ninguém sobre. E assim eu fiz. No começo fiquei meio receioso, estava preste a explodir, mas assim que Lily nasceu, comecei a olhar a proposta de um outro jeito. Ela hoje se parece muito meu filho, mas quando era neném, parecia mais o Will do que o próprio. Tanya e eu compartilhava do mesmo medo: Lily ser reconhecida. Já que Tanya se casou com um homem poderoso e foi morar em Londres.
Meu queixo caiu novamente. Ela esteve por um bom tempo debaixo do nariz de Will.
_É incrível, não?- Lily falou.
Apenas assenti.
_Mas o Sr. Apenas se prontificou em guardar o segredo, certo?
_Me chame de Steven, por favor.
Sorri e logo ele me acompanhou.
_Como eu estava falando. Assim que vi Lily em uma foto que recebi de sua mãe, meu medo acabou. Claro que ainda o medo dela ser reconhecida ainda era grande, mas vontade de me fazer presente na vida dela, era maior. Tanya deixou claro que não queria dinheiro, que se fosse para ser presente poderia mimar Lily com surpresas e doces, como avós fazem. Mas aí é que tá, passei 15 anos da vida de Lily sendo apenas um tio de consideração. Eu vi ela dando seus primeiros passos, os primeiros dentinhos nascendo, as primeiras refeições e palavras, vi ela indo para as escolinha. Acompanhei Lily no ensino médio também, sendo expulsa também.- me engasguei quando ele falou isso.-Vi ela saindo com os primeiros namoradinhos.-Lily corou.- Isso com certeza ela puxou de Will.-Steven abriu um sorriso triste. – Eu vi tudo isso, Louisa. Ainda continuo vendo, mas está tudo mudado. Eu vi minha neta a vida inteira e nunca pude me apresentar com seu avô e nem falar para ninguém, Louisa.
Pude notar a dor na voz do Sr.Traynor, algo que deveria doer na alma. Algumas lágrimas ameaçaram a cair, mas ele foi mais rápido e se segurou. Olhei para o lado e vi Lily pela a primeira vez abalada, ela estava de cabeça baixa e se concentrando em tirar o esmalte de suas unhas. Me surpreendi assim que minha mão pousou sobre a sua, ela me olhou surpresa, mas recebeu de bom agrado.
Parei para pensar que nunca precisei esconder nada de ninguém. A não ser quando escondia cookies do meu irmão, mas isso nem se compara.
Steven olhava com um sorriso a  cena em que eu estava acariciando a mão de sua neta  e Lily apenas olhando nossas mãos.
_Por que Lily mora aqui?
Perguntei assim que senti o choro entalado na garganta.
_Então, eu acompanhei tudo da vida Lily, sendo coisas boas e ruins também. Lily crescia sempre meio revoltada com as coisas ao seu redor, mesmo sempre tendo tudo. Isso ficou pior quando Lily fez dez anos, ela se achava a dona do mundo. Quando disse que ela foi expulsa de algumas escolas, é verdade. Ela sempre arrumava briga por onde passava. A principio não entendíamos bem e foi aí que convenci a Tanya sobre contar a Lily que seu pai era Will. Achei que poderia dar certo, mas foi aí que tudo complicou. Lily passou a não se dar tão bem com sua mãe, seu padrasto e seus meios irmãos. Passou também a sair na sexta e só voltar no domingo. Sabe-se Deus aonde essa menina ficava.- notei que Lily chorava baixinho. – Quando ela teve noção do que se tratava, isso demorou um pouquinho, Lily me procurou assim que fez quinze anos. Um ano depois do acidente de Will. Eu estava desgastado, não suportaria ela de novo rondando meus pensamentos, já que me afastei dela e de sua família assim que contamos a verdade. Lily me procurou assim que soube que seu pai tinha sofrido um acidente, Tanya fez de tudo para esconder isso dela durante o primeiro ano, mas por um descuido Lily descobriu. Lily queria ver seu pai de todas as formas, mas Will não aceitaria ela tão fácil. Você sabe com ele é, Louisa. -eu assenti.- Minha neta não quis voltar para a sua casa, o que fez Tanya enfurecer, logo ela me deu a permissão de cuidar de Lily, mas eu não poderia simplesmente colocar ela dentro de casa e esperar que Camila e Will não se importasse que eu escondi algo tão valioso deles. -ele respirou fundo.- Então fiz Lily prometer que moraria sozinha nesse apartamento nos finais de semanas e feriados e ela continuaria frequentando a única escola que ainda era aceita em Londres. E assim está sendo durante esse último ano. Bom, até você nos ver naquela cafeteria. -Steven concluiu.
Respiramos juntos.
Não sei que determinado momento Lily se livrou de minha mão, mas assim que percebi, a menina correu para o banheiro.
Uau, que história. Sempre achei que por perder meu pai com quinze anos era algo grande, mas você passar quinze anos sendo escondida da verdade, isso era demais. A primeira vez que vi aquela menina, não imaginava que essa seria sua história, queria acreditar que Will sabia dela e a escondia, isso com certeza me faria odiá-lo. Agora vendo a verdade e de certa forma participando disso, só me fez ter vontade de cuidar de Lily e de seu pai, pois nem posso imaginar a reação dele quando descobrir.
Voltei o olhar para Steven, que estava olhando para a janela da mini cozinha. Pude notar um vazio nele, isso deveria ser exaustivo. Lembrei de Camila, ela irá ser uma grande avó, assim que descobrir e aceitar Lily.
Algo me ocorreu.
_Então, você não...bem, não...não trai a Sra. Traynor ?
Steven me olhou perplexo.
_Claro que não, Srta.Clark. As vezes que eu aparecia no anexo com a mesma roupa do dia anterior era por causa de Lily. Sempre quando isso acontecia, era por quê eu voltava de Londres, pois tinha acabado de resolver algum problema dela.
Assenti. Arrependi de ter perguntado aquilo.
_Se quer saber.-Steven começou.- Já ouvi muitos boatos sobre isso nessa cidadezinha. Acredito que Will e Camila também, mas ambos nunca me perguntaram sobre. Sabe, eu amo a minha mulher, meus filhos e minha neta, sou feliz com a minha família imperfeita, eu nunca destruiria isso.
Fiquei sem resposta. Percebi que ele falava a verdade.
Olhei para o relógio perto da porta de entrada, já se passa das nove da manhã. Percebi que a conversa tinha acabado, ou ninguém tinha mais coragem de falar nada.
Respirei fundo e saí da mesa, que logo fui acompanhada por Steven. Lily saiu do banheiro e se jogou no sofá. Eu e o Sr.Traynor só observava a cena.
_Quando Will vai ficar sabendo?-perguntei depois de um tempo.
_Não sei se vai demorar muito tempo para isso acontecer.- Steven respondeu.
_Eu espero que não.-Lily resmungou.
Analisei a sala mais uma vez atrás da minha jaqueta e minha bolsa, achei ambas em uma poltrona. Vesti a jaqueta e coloquei a bolsa sobre o meu ombro. Era isso, eu precisava ir embora.
_Deixa que eu te leve embora, Louisa. -Steven disse sacando sua chave do bolso.- Seu carro ficou estacionado em frente ao bar da noite passada.
Grande noite, pensei.
_Não precisa, vou até o bar andando.- Se eu lembrar aonde fica o bar, conclui mentalmente.
Me virei e fui rumo a saída. Mas antes de abrir a porta, me lembrei de algo.
Me virei para as duas figuras que agora estavam sentados lado a lado no sofá.
_Steven.- ele me olhou. -Aquele dia no café, o senhor assim que foi atrás de mim logo que saí correndo, me gritou para ter cuidado. Por que daquilo?
Lily pousou sua mão sobre o ombro do seu avô, aquilo parecia já ter sido conversado entre os dois. Em um relâmpago de tempo, vi uma lágrima solitária no rosto de Steven. Aquilo iria doer.
_Porque quando Will sofreu o acidente estava chovendo também e na situação que você estava, não me surpreenderia que você causasse ou sofresse um.- ele engoliu em seco.- Só fiz o que queria que alguém fizesse com o meu filho naquele dia.
Aquilo de fato doeu.
Fui embora sem ao menos me despedir.
Sai do prédio sem saber aonde estava.
Com lágrimas que caia como cachoeira de meus olhos, fui andando tentando me lembrar aonde que era aquele bar da noite passada.


Já em casa, depois de passar uns dez minutos procurando o meu carro e ter percebido que o bar era três ruas antes do prédio de Lily. Assim que cheguei tomei um banho demorado, fiz uma compressa no meu quadril, que revela um belo roxo daquela incrível queda e escutei um sermão da minha mãe sobre o quanto ela estava preocupada com o meu sumiço, mas o mais engraçado foi Alex chegando em casa com a roupa toda amassada, ou seja, foi sermão em dobro. Conclui que mamãe e Sophie passaram a noite sem minha companhia e do meu querido irmão.
Estava sentada na cadeira de balaço que temos na varanda atrás de casa, vendo a pequena Sophie brincando com o Jhon no nosso quintal, enquanto bebericava um xicara de chá. Arrumei a coberta que estava sobre mim e comecei a pensar. A pensar o que me aconteceu durante essas últimas semanas e dias. Primeiro: Vi Sr. Traynor com uma menina que aparentemente tinha a idade de ser sua neta; Segundo: Terminei meu namoro, que por sinal tinha até me esquecido. Pelo visto a noite em um bar de Pembroke funcionou; Terceiro: Tive a certeza sobre o primeiro ponto, de fato a menina é a neta do Sreven. Ou seja, filha de William Traynor.
Will Traynor... Era normal eu não parar em pensar nele, certo? Ele é o meu patrão e meu amigo, então seria normal eu estar preocupada com ele, tanto com sua vida, quanto a história de sua filha. Mas ainda sim, tinha algo que não se encaixava nesses pensamentos. Will provavelmente vai fazer cena assim que conhecer Lily, e ela vai agi igual o seu pai agiu quando me conheceu, disso não tenho dúvidas. Mas também não tenho dúvidas que ambos vão se amar mais do que tudo nesse mundo. Algo em mim ficou desconfortável com essa ideia, mas a sensação de querer cuidar de Will é Lily só aumentava. Ah, não! Isso não é bom!
Fui dispersa dos meus pensamentos por Sophie que estava esguelhando no chão, pelo o que parecia ela tinha caído e Jhon não sabia o que fazer. Estava levantando quando parei no mesmo momento e comecei a admirar a cena. O pequeno Jhon aproximou de Sophie e falou algo, que não consegui entender o que era, e em um gesto rápido depositou um beijo no joelho da minha sobrinha, que a mesma parou de chorar e pegou na mão dele, e começaram a brincar novamente.
Sorri com aquilo e voltei no conforto da cadeira.
Sophie e Jhon, duas crianças que tem tudo pela a frente, mas que em um gesto me mostrou muitas coisas. Espero que nada nesse mudo faça eles perderem essa amizade, e se algum dia perceberem que possa ser mais do que amizade, eles não percam nenhum minuto para se entregar a esse sentimento.
Amizade...Amor...Saudades. Três palavras que algum tempo faz loop em meus pensamentos. Will tá no meio também. Eu não poderia em menos de três meses estar apaixonada pelo o meu chefe. Ou poderia?
Respirei fundo e peguei o notebook que estava na mesinha ao meu lado. Puxei mais a coberta sobre mim e mandei mensagem para a única pessoa que gostaria de ver agora.

Louisa (mensagem)
Com saudades de sua amiga???

O que demorou um longo minuto recebi a resposta.

Willian Traynor (mensagem)
Morto de saudades!!!
E por falar nisso, não atendeu meus telefonemas ontem as dez da noite.
Como a recém largada sobreviveu em uma noite
fria de Pembroke?

Will estava com o humor ótimo.
Ah, sim ele está falando comigo pelo o notebook. Não dá forma tradicional, mas sim com sua voz. Graças o dinheiro que os Traynor’s tem, possibilitou Will ter um computador com recursos apenas de vozes, ou seja, Will fala e o computador digita.

Louisa (mensagem)
A recém largada sobreviveu bem dessa noite.
Bebeu algumas cervejas e outras bebidas mais fortes, rejeitou
TRÊS homens e de quebra ainda caiu de um banco, o que resultou um
hematoma roxo no quadril.
É, aproveitei bem a noite.

Obs: estou bem em relação ao hematoma.

William Traynor (mensagem)
Como assim TRÊS homens, Clark?
Esperava mais de você!
Pobres coitados, caiu na garra da mulher recém largada mais
bela de Pembroke.

Obs: você sabe se o chão que você caiu tá bem ?

Corei com a parte do “Bela”. Will nunca tinha me elogiado dessa forma.

Louisa (mensagem)
Os pobres coitados não mereciam a bela mulher recém largada
de Pembroke, eu acho

Obs: eu tô bem também!

Will Traynor (mensagem)
Que ótimo!
Por você estar bem, ter recusado os homens e o chão estar bem também.
Clark, preciso ir. Um tal de Nathan chegou aqui para assistir esporte com
a minha ilustre companhia.

Bjsss!
Até segunda e sem ressaca!

Louisa (mensagem)
Pode deixar!
Até segunda!
Bjsss!

Obs: deseja boa sorte ao tal do Nathan.

Confesso que foi difícil acabar a nossa conversas.
Abri um sorriso amarelo.
Estava preste a fechar o notebook, quando apareceu uma notificação de Will, que logo abri.

William Traynor (mensagem)
E sim, estou com saudades.

Fechei o not com um sorriso brilhante e voltei a analisar as duas crianças brincando.
Também estou com saudades Will, pesei.
Que chegue logo segunda.

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Demorei, mas voltei!
Eae, estai gostando da história?
Uma opinião sobre se vocês preferem capítulos grandes ou pequenos?

Como Eu Era Antes de VocêOnde histórias criam vida. Descubra agora