UM ARBUSTO

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On Alissa

Sou acordada com o barulho estridente das notificações que não param de chegar no meu celular.

Dou uma olhada rápida. No grupo que eu e as meninas temos, está lotado de mensagens sobre o caso de Stella, também há mensagens em grupos aleatórios da faculdade comentando sobre a traição.

Resolvo não fomentar ainda mais o caso e ignoro totalmente as mensagens. Aproveito para levantar da cama, e me olho no espelho, vejo que os meus cabelos estão em um redemoinho, que mais parece um ninho de rato.

- Credo! – Vou até o banheiro para tomar um bom banho e fazer a minha rotina matinal de higiene. Ao sair do banheiro já escuto o miado de Smoke, o meu gordinho está com fome!

Como o nosso ritual matutino de todos os dias, antes de eu tomar meu café, dou um sachê de Whiskas para Smoke. Não demora muito sinto algo fofo e peludo roçar entre as minhas pernas. Me abaixo para fazer um carinho.

- Bom dia, Smoke! – Me abaixo para fazer carinho e sinto ele ronronar. – Manhoso da mamãe! – O pego no colo e lhe dou um cheirinho, ele mia e já pede para descer.

Smoke é um gato carinhoso, porém muda conforme o seu mood do dia. Hoje, por exemplo ele quer carinho com os olhos, ainda mais porque está com fome.

Começo a preparar o meu café e preparo também o café de Smoke.

Ainda é cedo, então já tenho em mente que vou correr após o café. Eu tento manter uma rotina de exercícios para não ficar sedentária e com um condicionamento físico horrível, apesar de estudar quase em tempo integral.

Após o café, troco de roupa. Coloco uma legging e um top, ambos são pretos. E calço os tênis adequados para corrida. Cato os meus fones, dou um beijo em Smoke e saio para correr.

Correr tem sido uma das coisas mais prazerosas que tenho feito, é bom para aliviar o stress do dia a dia e manter uma saúde mental saudável. Viva a endorfina!

Pego um ritmo bom de corrida e me distraio na letra da música, quando vejo um loiro correndo na direção contraria da minha. De longe percebo que Vincent está sem camisa, a mesma está enrolada na sua mão, como se fosse um soco inglês. Ele está usando um calção próprio para corrida.

Assim que ele me percebe, aumenta o ritmo da corrida e vem me encontrar. Deixo escapar um sorriso no canto dos lábios. Se de longe ele é um espetáculo, de perto é a atração inteira. Aquele peitoral com uma camada fina de suor, é para me matar.

- Alissa? – Ele corre no meu ritmo para me acompanhar, ao que parece.

- Oi! – Cumprimento sem jeito.

- Sempre corre pela manhã? – O tom da voz dele pela manhã é algo imensurável. Grossa, baixa e macia aos ouvidos. Sinto uma onda de calor ultrapassar o meu ventre, ao constatar isso.

- Sim, eu tento manter uma rotina de exercícios... – Olho diretamente nos seus olhos azuis.

- Acho importante, nós dois termos uma boa resistência... – Ele me dá um sorriso sugestivo e eu olho pra ele na mesma hora. O safado começa a rir. – Ainda mais você que pretende cavalgar mais tarde!

No momento em que Vincent termina a frase, uma senhora passa por nós. Ela ao escutar a safadeza dele arregala os olhos.

- Vincent! – Exclamo ao me tocar do que deu a entender pra ela. Ele me dá um sorrisinho torto.

- O que, Ali? – A cara de pau dele é algo.

O pau então...

- Não acredito que deixou ela pensar que eu vou... – Sou interrompida.

O Anônimo ObscenoOnde histórias criam vida. Descubra agora