A FESTA

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On Alissa

Estou receosa do que e quem eu vou encontrar essa noite, na festa da fraternidade.

Algumas mensagens me dão pistas de quem possa ser, mas nada concreto. Confesso que o Anônimo tem me deixado em dúvida sobre a sua verdadeira identidade, e a imaginação faz o resto do trabalho.

Espero que hoje a gente se esbarre ou se encontre pela festa. Sinto que ele é uma ótima pessoa, apesar de ser um grande safado, mas quem não gosta de um homem safado, que atire a primeira pedra.

Em nossas troca de mensagens, ele aparenta ser bem simples e direito. Pelo jeito não gosta de enrolação, desde o começo foi direito em dizer que me quer e outras tantas coisas que ele fala, que eu fico embasbacada.

Respiro fundo. Não sei se estou preparada para o furacão "kawl". Aliás, será que isso é um nome? Provavelmente é apelido.

Estou me arrumando para a festa, olho as opções de vestidos que tenho no meu guarda-roupa. Decido então, ir com um vestido preto básico, porém ele acentua as minhas curvas. Coloco um sandália de salto alto preta e faço uma maquiagem bem simples, nada muito elaborado. Por fim, confiro o resultado, e me agrada bastante.

Margot me falou que estaria lá, se caso eu precisasse e porque também queria dar umas espiadas no Anônimo, pra saber se ele é tudo isso mesmo...  Bom, se for cheio de atitude como aparenta ser por mensagens, ele já tem meio caminho andado comigo.

Me pego pensando, eu não sou de jogar fora, mas também não sou lá essas coisas. Até brinquei, sobre carregar dois títulos (CDF e NERD) que um atleta como ele jamais olharia pra mim. Vamos dizer que atletas gostam de garotas mais avantajadas e com mais atitude, talvez seria bem o estereótipo de "Meninas Malvadas" com a síndrome Regina George.

Meu ex-namorado, era um atleta. Terminamos tem algumas semanas e vejam só, ele já está namorando uma garota que prática ginastica e é líder de torcida. Atleta e líder de torcida ou a garota mais rica da escola/universidade, são o suprassumo do romantismo. Mas claramente, não serei eu a desmistificar isso, essa missão deixo para o universo.

Como já estou pronta, verifico se as janelas do dormitório que estão fechadas e dou um sachê de whiskas para o meu gato. Por fim, faço uma análise geral do ambiente e está tudo certo. 

— Smoke..— Chamo-o e escuto o miar dengoso, me aproximo e ele ronrona ao sentir meu carinho pela pelagem preta. Ele é meu fiel companheiro desde que sai da casa do meu pai, não sei sua raça ao certo, mas acredito que seja um SRD (sem raça definida). — Se comporte, eu já volto! — Faço mais um carinho e vou até a porta. 

Combinei de encontrar Margot na frente da fraternidade que irá rolar a festa. Ao sair do dormitório, vejo uma caixinha cinza no chão, olho para os lados e não tem ninguém no corredor. Entro novamente para ver do que se trata.

Ao abrir a caixinha, visualizo o cordão delicado com um pingente solitário, é a letra V cravejada de pedrinhas azuis. Deixo o cordão de lado e vejo um bilhete.

"Espero que tenha gostado do presente, e se quiser usá-lo hoje, saberei que quer me encontrar."

P.S.: Estarei lá te esperando, se caso queira me conhecer. Eu te prometi beijos e espero poder te dá-los.

Com amor, K".

Meu coração dá um solavanco, e ao mesmo tempo fico assustada. O cordão é perfeito, porém como ele sabe em qual dormitório estou? Essa questão deixo para tratar com ele depois, me certifico de fazer uma nota mental. 

O Anônimo ObscenoOnde histórias criam vida. Descubra agora