PERFUME SUSPEITO

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On Alissa

Observo Vincent subir a escada.

- Tenho quase certeza que ele foi tomar banho. Sempre faz isso, depois dos treinos na universidade. - Simone diz enquanto dá os últimos retoques na decoração da mesa.

- Bom, pelos corredores da faculdade, só se fala em time de basquete e o quanto Vincent é dedicado... - Tento puxar assunto, já que não temos muita intimidade.

- E não me admiro que seja assim. Sempre foi o sonho dele se tornar profissional, e isso vem desde pequeno! - Simone fala com orgulho na voz, e sorri de um jeito carinhoso.

Noto que Simone tem um carinho especial por Vincent.

- Ele é realmente bom no que faz! - Concordo. - Precisa de alguma ajuda? - Me ofereço.

- Não se preocupe, já estou terminando. Se quiser pode ir lá em cima chamar Vincent... - Ela sugere sorrindo.

- Claro, posso sim. Só preciso das coordenadas... - Falo atingindo o primeiro degrau da escada.

- Que cabeça a minha. - Simone toca em suas têmporas. - Você vai subir, pegar o corredor em frente a escada e virar a direita. É uma suíte. - Ela explica tranquilamente.

- Obrigada. - Agradeço.

Vou avançando os degraus calmamente, e conforme chego mais perto do corredor escuto o barulho do chuveiro.

Observo em volta. A casa de Vincent é muito bonita e requintada, com um toque aconchegante. O ambiente é bem masculino, porém há um toque feminino que acredito ser de Simone. A paleta de cores clean, com tons cinza, branco e preto, e alguns detalhes em mármore. A escada é toda trabalhada com uma madeira maciça escura, que dá um toque ainda mais imponente. Ao caminhar pelo corredor há alguns quadros espalhados por toda a sua extensão, o que deixa tudo em um ordenamento perfeito. É uma mansão sofisticada.

Caminho até quase o final do corredor, quando vejo uma porta aberta, espio para dentro e é o quarto de Vincent. O aposento conta com uma cama king size, uma parede inteira somente para medalhas e troféus e outra prateleira somente para livros. O quarto inteiro gira em torno da paleta de cores da mansão.

Entro para poder chamá-lo, noto que há uma porta entreaberta, é o closet e não tem ninguém.

Depois se ser enxerida no quarto alheio, vou até a porta do banheiro e dou uns toques.

- Oi, é a Alissa. Simone pediu para avisar que o almoço está pronto. - Falo alto o suficiente para que ela possa ouvir lá de dentro. Fico esperando alguma confirmação de que ouviu, mas nada vem.

Quando estou quase indo embora e a porta é aberta de supetão.

- Obrigado, mas já estou indo. - Faço algo que eu sei que vou me arrepender depois, mas é aquele dilema "a gente só vive uma vez".

Me viro para fita-lo. Ele está somente com uma toalha, e a mesma está enrolada em sua cintura. O seu cabelo está molhado e bagunçado, e é nesse momento que eu sem querer posso ter babado, tem algumas gotículas de água que correm pelo seu peitoral até próximo a sua cintura.

Esse momento deveria ser registrado em algum livro nos céus, pois se eu morri e esse é o querubim que foi enviado para me levar, pode ter certeza que vou bem confortável em seus braços.

- Desculpe, eu achei que já estive indo lá para baixo. - Ele comenta arrumando o nó da toalha.

Se fosse em um mundo perfeito, essa toalha já teria caído a muito tempo e provavelmente eu não estaria somente olhando.

O Anônimo ObscenoOnde histórias criam vida. Descubra agora