O Anônimo Obsceno

it is a dream?

On  Alissa

Sinto a adrenalina percorrer no meu corpo, meu coração bate rápido, e ofego ao lembrar dos beijos e dos seus braços em volta de mim, me abraçando tão calmamente.

Agora longe de Vincent, e de todo aquele turbilhão de sensações que ele me causa. Achei muito importante que nós concordarmos em manter tudo em segredo, pois não quero o que a gente mal tem, sendo exposto por aí. Vincent, pelo jeito é apreensivo por ser atleta e deixou claro que não gostaria do assédio que será voltado para mim. E para ser sincera não quero holofotes em cima de mim, sei que ele tem a possibilidade de assinar com algum time de basquete futuramente e isso só acarretaria em uma possível invasão de privacidade para nós dois, mas isso é algo para se pensar futuramente.

Estou de volta ao corredor principal, preciso me segurar para esconder o sorrisinho de satisfação que quero deixar transparecer, pois a cada passo me lembro dos seus toques e beijos.

Vou para a aula e tento me manter focada, para não pensar no que aconteceu mais cedo, mas confesso que quero encontrá-lo logo. Estou me sentindo em uma bolha, onde só existe eu e Vincent, e o nosso desejo desenfreado um pelo outro.

Assim que a aula acaba, vou direto para a biblioteca para adiantar alguns trabalhos antes do final do semestre. Preciso encontrar a estante onde estão os livros de cálculo, são no fundo da grande biblioteca. Ao chegar lá começo a procurar pela letra C, estou abaixada começando de baixo para cima da estante.

Escuto alguém suspirar atrás de mim, e me viro.

- Tá procurando por isso? – Vincent está encostado em uma estante segurando um livro aleatório de cálculo.

- Não, mas boa tentativa. – Digo sorrindo.

- Pelo menos, eu tentei. – Diz se aproximando e me puxando pela cintura para que ficamos abraçados.

- Vincent! - Digo em tom de aviso, espalmando minhas mãos sobre sua camisa.

- O quê? - Os olhos azuis me atingem de um jeito. - Eu te solto, se me der um beijo. – Faz a sua barganha.

- Você sabe que eu não posso te beijar em público! Tá ficando maluco? - Vincent alterna em olhar para a minha boca e meus olhos. - E ainda por cima estamos na biblioteca, se alguém vir aqui... - Digo tentando ser racional.

- Ninguém pode ver a gente daqui, é muito longe da bibliotecária e nem há a possibilidade de alguém vir aqui agora, é horário de intervalo! - Ele fala sussurrando próximo da minha orelha. - Só você mesmo pra vir aqui nesse horário. - E morde o lóbulo da minha orelha. Vincent, gosta de rir na cara do perigo.

Ele cria um caminho de beijos da minha orelha até a minha boca. Nossas boca se chocam em um beijo lento e demorado.

- Eu preciso beijar essa boca o dia inteiro. - Vincent diz baixinho. - Vamos fazer assim, você pega o livro e vamos para minha casa. - Ele dá a sentença, e eu concordo sem a mínima vontade de discordar.

- Tudo bem, mas eu realmente preciso achar esse livro. Tenho um trabalho enorme para fazer! – Falo, e ele me dá um sorriso torto.

- Eu te ajudo a procurar para que seja mais rápido. – Ele me solta devagarinho, como se não quisesse perder o contato.

- Ok, então você vai pra lá que eu vou para o outro lado. – Falo.

- Sim, senhora!

Ele pega a minha mochila e joga sobre os ombros. Ficamos procurando pelo tal livro durante uns 30 minutos, até eu achar escondidinho na letra D, algum "esperto" resolveu dificultar a minha vida.