UM ARBUSTO 2

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On Vincent

A rotina de um atleta é extremamente regrada. Então como todos os dias, resolvi sair para correr, e também para aproveitar que a manhã estava ensolarada e com uma atmosfera boa para praticar exercícios.

Eu estava mantendo um bom ritmo de corrida, e concentrado no foco de alcançar os quilômetros desejados e estabelecidos como meta. Até que reconheci uma certa morena correndo na direção contraria, com uns fones de ouvidos na cor azul turquesa, e sem falar daquele conjunto de top e legging que a deixavam divinamente gostosa.

Não sei como me mantive neutro ao vê-la naquela roupa.

Sou surpreendido por mim mesmo ao reconhecê-la de uma distância considerável, e de fato não há como negar que Alissa foi feita para ser minha.

E encontrá-la pela manhã determinou que o meu humor durante o dia fosse o melhor possível. Conversamos enquanto estávamos correndo juntos, até cheguei a convidá-la para um "café", mas ela já tinha planos para a tarde. Espero que não tenha para a noite, pois estou planejando levá-la para sair.

Nos despedimos, após o episódio do arbusto e fomos nos preparar para o dia intenso de aulas e treinos.

E neste momento estou sentado escutando a aula de Resistência dos Materiais e Estrutura, e assim como eu, grande parte da turma está quase dormindo, pois o professor que leciona essa matéria fala muito baixo e devagar, ou seja, um prato cheio para o tédio, mas tento me manter concentrado ao máximo.

- Psiu, psiu! – Escuto alguém chamar e olha na direção da voz. –Vincent, né?! – Confirmo que sim com a cabeça. – Toma. –  Uma garota de óculos, a minha direita me dá um papelzinho.

- Obrigado! – Agradeço com um sussurro, e ela sorri de lado.

No mesmo instante, desdobro o papel e o conteúdo do bilhete, é a seguinte frase:

"Me encontre, assim que puder!

Com amor, A."

Termino de ler, e a minha mente me manda imagens daquela tarde em que depois da biblioteca, Alissa e eu fomos pra minha casa.

Estou sendo muito libertino ao pensar essas coisas só por causa de um bilhete?

Me lembro detalhadamente dos seus cabelos espalhados pela bancada central da minha cozinha, dos seus gemidos baixinhos e da suas pernas enroscadas em minha cintura.

Quando dou por mim, estou saindo da sala e indo em direção ao ginásio de vôlei onde Alissa realizará o tal teste. Entro me esgueirando e me sento nas ultimas arquibancadas, para não ser notado.

Começo a procurar Aly com os olhos, até que a acho do lado esquerdo da quadra. Assim como pela manhã, ela está gostosa demais com o uniforme. É um conjunto preto com um short curtíssimo e uma camisa grande, o seu número é o 14.

Porra, por que está faltando pano nesse uniforme?

Ela ajeita a postura para se caso a bola vá até a sua direção, e ao fazer isso, eu sou presenteado com o desenho perfeito da sua bunda.

Parece uma lua!

Ela joga os cabelos, que estão presos em um rabo de cavalo. E eu sou obrigado a arfar, dado o movimento. Minhas mãos coçam para querer tocá-la.

A bola vem em sua direção e ela faz o movimento perfeito, dando assistência para as outras colegas.

- Isso! – Torço baixinho e de longe.

Vejo que algumas garotas me notam, mas que Alissa ainda não notou a minha presença e segue focada em passar no teste. Essas que notaram, dá para perceber que ficaram inquietas e querem chamar a minha atenção, mas infelizmente para elas, eu já tenho pra quem olhar. A beldade de olhos castanhos no centro da quadra, tem a minha total atenção.

O Anônimo ObscenoOnde histórias criam vida. Descubra agora