Capítulo 12.

211 28 55
                                    

A manhã do dia seguinte foi estranha. Meu celular tocou às 4 horas da manhã.

Tete que estava acomodada em meus braços por algumas horas, acordou assustada com o rostinho inchado. Meus olhos estavam lutando contra si mesmos para permanecer fechados, mas precisava checar a ligação de uma hora para outra.

~ Macarena?

A voz de Zulema soou naquela madrugada, no silêncio da noite e na escuridão daquele quarto. Suspirei esperando o pior.

- Diga..

Posicionei o corpo da menininha ao meu lado de forma confortável, lhe depositei um beijo na testa e esperei a próxima manifestação naquela chamada. Meu corpo encolheu naquele lençol com tamanha canseira da noite anterior.

~ Preciso de você na empresa. Consegue chegar aqui antes das cinco?

Não consigo entender. Praticamente me chamou de inútil na noite passada e agora me quer NESSA HORA DA MADRUGADA lá? Mas vai a merda.

Neguei com a cabeça em sinal de negação várias vezes.

- Não garanto, presidente. Difícil encontrar um táxi a essa hora.

E o que me ferrava era, qual emprego me pagaria tão bem como esse? Além de outros mimos não comentados.

Comentei baixo já me levantando naquela cama sem nenhuma animação. Meu corpo estava dolorido de andar naquele evento de ontem, ainda bem que não fiquei no pós evento. Eu estaria numa situação mais terrível do que essa.

Pegar um táxi às 4 horas da manhã é completamente estranho e perigoso. E não acordaria Raquel do seu sono, ela parece tão cansada nesses últimos dias...

Será que está sendo sobrecarregado ela levar a Tae todos os dias e trazer também? Apesar dela ser sua professora e sua segunda mãe, como a menininha apelidou, não acredito que seja isso. Raquel ama Tae-yo como se fosse realmente sua filha. É alguma outra coisa que tira o raciocínio da mulher do eixo.

Será alguém do seu trabalho? Da sua roda de amigos?

Eu não tinha respostas.

~ Mandarei meu motorista te buscar.

E a ligação desligou, me impossibilitando de responder alguma coisa.

- Porque não me acostumei ainda? - me perguntei enquanto vestia uma blusa social de manga curta com listras bem claras, juntamente com minha saia de sempre. Odiava usar uniforme.

Fiz tudo no escuro para não acordar minha pequena e colocando meus saltos, apenas amarrei meu cabelo em um choque de mal jeito.

Escovei meus dentes um pouco rápido e após lavar meu rosto também, obtive apenas um creme facial em minha derme. Tudo bem, não vou morrer se não for com maquiagem e toda arrumada.

Antes de sair de casa, coloquei meu telefone em meu bolso e na minha mão se encontrava um energético para sumir o pouco meu sono.

- Onde você vai?

Abrindo a porta, dou de cara com Verônica com sua roupa toda amarrotada e algumas marcas pela sua pele. Sua boca estava toda borrada com a única cor de batom que a mesma usava. O clássico vermelho.

Soltei uma risada fraca olhando o corpo da mulher de cima a baixo.

- Indo trabalhar. - Respondi.

Fiquei observando algumas coisas e coloquei a mão na boca um tanto apavorada.

- Verônica do céu, alguém te deu uma surra?

Vero apenas riu se encostando na parede ao lado da porta. Em seus lábios, um sorriso sapeco se fez presente.

Stigma.Onde histórias criam vida. Descubra agora