Capítulo 6.

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Um clima não muito bom se encontrava naquela cafeteria, apesar de ser a melhor de Madrid, Stigma não estava muito habitável. Tae estava contente com as brincadeiras bobas do seu avô, tão ingênua...

- Quero me aproximar mais da minha neta, Macarena.

Comentou próximo ao meu ouvido enquanto a pequena estava distraída com a garçonete que veio nos atender.

- Depois de tá criada é fácil querer aproximação. — seus olhos estavam atentos aos meus, não conseguiram sentir nenhuma comoção, nem um carinho vindo dele por mim. — não consegue nem me olhar direito e quer exigir?

— Por favor Maca, isso é coisa do passado...

Neguei com a cabeça com tamanha palhaçada.

— Seus olhos não transparecem sentimento igual as suas palavras. — Desviando o olhar dele para a mulher que nos atendia, agradeci ao pegar o milkshake de morango e posicionei nos pequenos lábios da pequena. — Toma devagar, tá gelado.

— Ela não merece viver sem um avô, sem uma figura paterna ao lado dela filha...

— Ela tá a quatro anos bem viva e inteira, viu, você não mudou nada!

Meus olhos começaram a se arder, mas me manter firme seria o adequado, Tae não gostava de me ver triste.

— Você está a privando de coisas por consequências suas! — O senhor dizia com uma certa raiva, querendo ter razão de suas palavras tão sem noção. Por um descuido, vejo o líquido rosa se espalhar pelo vestidinho da menina.

— Mamãe, foi sem querer...

— Tudo bem meu amor, já estávamos mesmo de saída. — peguei um número considerável de guardanapos e sequei o que pôde. — Venha. — seus bracinhos se esticaram em minha direção e não demorando muito para pegá-la, saquei minha bolsa no banco.

— Só fala bobeira, quando tiver realmente com sentimento verdadeiro, me procure.

Me direcionei para o balcão, afim de pagar o que havia pedido.

— Deu 20 com 50 centavos, moça.

Sentindo uma presença atrás de mim, bufei tentando pegar meu cartão na bolsa.

— Quero ser alguém que a Tae se sinta segura e feliz, não faria nenhum mal para ela Macarena, entenda isso.

Segura e feliz depois da baboseira que falou da nacionalidade dela? Por Deus!

— Nunca que vou confiar em você com minha filha envolvida no meio, seu louco! — gritei o suficiente para algumas pessoas e até o atendente direcionar um olhar confuso em nossa direção, mas foi o suficiente para o senhor se afastar.

Tae estava grudada em meu pescoço e achando o bendito do cartão, paguei o mais rápido possível para nós dirigir ao nosso lar novamente.

O final de semana se passou rápido, até achei estranho pois não passava nessa mesma velocidade quando eu não estava trabalhando, já entendi vida!

Era uma segunda feira novamente, lá estava eu encostada no balcão comendo alguns polvilhos, a base de ar e sono. Verônica estava reclamando no sofá sobre o seu terrível encontro do sábado, não havia superado o tão tedioso e chato que foi.

— Sabe Maca, eu perdi meu tempo!

— Tá Vero, já entendemos a sua decepção, mas também né, você continua insistindo em homem, abre seus horizontes! — Raquel se pronunciou enquanto se encostava na parede da cozinha, colocando seus sapatos cheio de desenhos de animaizinhos. Ela colocava cada roupa para ir para a creche que eu mesma queria ter uma professora igual ela, dedicação e ternura não faltavam naquela cabecinha.

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