Capítulo 18.

170 20 30
                                    

17 de dezembro de dois mil e vinte um: O Jantar.

— Onde estamos?

Zulema desligou o carro, deixando apenas o poste do estacionamento clarear um pouco dentro do carro. A noite caía perfeitamente para um jantar a dois.

Zahir vestia peças formalmente, seu tronco se acomodava com um blazer abotoado apenas com três botões, deixando os outros dois restantes abertos, fazendo-se um decote um pouco tão grande. Seu colo ficou bastante visível.

As pernas foram cobertas por uma calça social, juntamente aos pés um Salvatore Ferragamo.

Seu corpo cheirava a sua fragrância preferida, o cheiro se exalava por onde passava. Deixando presença.

Ela ficou me esperando na frente do meu prédio para sairmos. E desde do momento em que entrei nesse carro, meus olhos não se desviaram dela.

Hoje estava maquiada com uma sombra misturada com verde e azul. Com um delineado, o bendito risco se fez presente novamente embaixo do seu olho esquerdo.

Ela estava magnífica, tão linda que chegava a doer os olhos com tamanha beleza.

Não é ser trouxa, é ser realista. Ela é muito bonita.

Mal trocamos palavras no carro, Zahir apenas respondeu meu boa noite e me olhou por meros segundos antes de arrancar o carro. Mulher de poucas palavras.

Diferente dela, meu corpo se situava em um vestido bordo longo com uma abertura na lateral. Os detalhes que fazem total diferença, principalmente o Kimono preto e rendado caído sobre meus ombros.

Peças escolhidas por Zulema.

Além do Louboutin nos pés, presente da madame.

A morena fez questão de comprar para mim essas peças, mesmo com minha relutância.

~ Amigos de longa data, iremos encontrá-los e degustar um jantar saboroso com eles, na companhia de diversos tipos de vinhos.

Assim que proferiu, a mulher virou lentamente seu rosto em minha direção.

- São alguns dos patrocinadores? ou são da diretoria?

~ Não.

— Então porque estou aqui se é alguém do seu pessoal? — Indaguei.

~ Porque gostaria que uma bela dama me acompanhasse essa noite.

Zahir sequer deu um sorriso, proferiu seriamente e atenta á mim.

Deixando um sorriso bobo sair dos lábios, passei a olhar para minhas mãos na intenção de desviar dos seus olhos fortes. Não adiantou muito, Zahir ainda me observou por alguns minutos antes de tomar iniciativa de sair do carro

Porque ela me olha tanto? Será que ela está encantada por mim?

Tinha que parar com esses pensamentos, não podia me deixar levar por essa mulher. Eu estava mais para uma adolescente encantada por sua professora de matemática. Eu me sentia assim.

Mas eu não podia levar muito a sério esse nosso lance, não é algo concreto e nunca será. É apenas curtição, sim?

Apenas desejo e nada mais.

Perdida com meus pensamentos, não percebi quando Zulema passou pela frente do carro para ir de encontro a minha porta, na intenção de abri-la.

É a primeira vez que alguém abre a porta para mim. Primeira vez que alguém quer minha companhia para um jantar.

Eu não queria estar tão tocada com ações que deveriam ser mínimas.

Passando em sua frente após a mesma fechar a porta, sua voz sussurrou logo em seguida quando levemente levou sua mão a minha. Insinuando segurá-la

Stigma.Onde histórias criam vida. Descubra agora