Capítulo 15.

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Segunda-feira, 7:10.

A empresa estava praticamente vazia.

Os corredores passavam poucos funcionários. E um adentro, hoje não era feriado ou uma data importante.

De tão vazio, o barulho do meu salto alto soava bastante audível. Passava por uma a duas pessoas, diferente de um dia normal que mal conseguia andar direito em um corredor.

Um pouco confusa com esse clima, meu coração palpitava mais forte por um outro motivo.

Flashback on

~ Aguardarei ansiosamente. - colocou os fios pro lado deixando meu pescoço exposto. O atacando com beijos molhados, sussurrou em uma das formas mais pecaminosa. ~ Manterei você fechada naquela sala juntamente a mim.

Flashback off.

Apenas por lembrar de suas palavras, meu corpo estremeceu por inteiro. Aquele dia tive certeza do quanto aquela mulher conseguia mexer com minha cabeça e o mais incrível, ela sabia fazer com excelência.

Suas palavras pecaminosas não pararam de serem sussurradas em meu ouvido no sábado passado, nem suas mãos pararam de me tocar tão intensamente. Foi um momento único, inexplicável, inesquecível e quente.

Era prazer misturado com vontade, desejo, sede pelas sensações de luxúria engavetadas por um bom tempo mas o mais surpreendente, Zulema é a primeira mulher a me tocar. O descobrimento por me sentir atraída pelo mesmo sexo encheu meus pensamentos de cenários leves aos mais obscenos, Zahir conseguiu superar minhas expectativas. E por Deus, só sentindo suas mãos me apalpando daquele jeito acabei ficando no estado que fiquei, imagina por inteiro?

Esse foi o tema dos meus pensamentos desde sábado.

Eu estava ansiosa, estava reagindo como uma adolescente boba apaixonada como se fosse minha primeira vez ficando com alguém. Era vontade, um desejo imensurável quando a via com aquele semblante sério, aquela voz rouca sussurando palavras grotescas, seus olhos negros como imã atraindo atenção por onde passava.

Que horror Macarena, pensando em sua chefe dessa maneira. O que os funcionários achariam?

Mas pensando bem, foda-se eles?

Pela forma da Zahir ter agido daquela forma comigo não é nem um pouco amigável ou inocente. O que passava na cabeça da morena não eram apenas pensamentos normais.

ELA QUASE ME COMEU.

Suspirei fundo voltando a caminhar de forma rápida, havia estagnado no meio do corredor perdida dentro da minha cabeça. Com algumas folhas em minha mão juntamente com minha bolsa, me encaminhei para o setor de fabricação de roupas.

Adentrando no setor, me dirigi à mesa logo na entrada.

— Bom dia Dona Teresinha, quanto tempo! — sorri gentilmente chegando perto da anciã. Sua feição nunca mudava, era surreal.

— O que você quer?

Me entregou um olhar pouco preocupado, logo voltando a escrever alguma coisa no computador. Bom dia senhora?

—Tem um modelo sobrando dessa saia só pra quebrar o galho? — entreguei minha saia antiga em suas mãos.

Havia vindo com blazer com o caimento até acima do joelho. Fechado, até porque além dele e a camisa social, não havia nenhuma outra roupa na parte de baixo, além da calcinha.

— Você estraga o uniforme e quer ter direito de pedir outro. Indignação total!

— A Saia rasgou Teresa, rasgou! — digo logo após sua fala, fazendo uma expressão confusa. Que velha mal humorada.

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