Capítulo 1 (prologo)

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eu estava sentada na beirada da ponte, o vento forte fazia meu cabelo voar, eu me sentia tão gelada, a água do rio passada pelos meus pés, o som era relaxante, o rio fundo o bastante para que meu corpo nunca fosse encontrado.

eu só precisava pular, criar coragem e pular... mas eu não conseguia, eu era tão covarde que nem mesmo era capaz de tirar minha própria vida.

ninguém sentiria minha falta, eu não ligava para mais nada, queria que o mundo fosse destruído, desejo que todos ardessem em chamas mas sabia que não aconteceria.

por que tenho que viver? esse mundo é tão cruel e não possui beleza alguma, apenas dor e sofrimento.

não sou boa o bastante para minha familia...

não tenho amigos que se importem de verdade comigo...

minhas notas diminuem a cada ano...

por que ninguém me intende? 

uma lagrima escorreu pelo meu rosto, eu estava cansada de toda a solidão que é viver.

eu sou tão covarde

tão indefesa.

eu só... queria ser forte...

"s/n... qual é o seu desejo?" indagou uma voz doce que parecia acompanhar o vento, não havia ninguém por perto mas a voz era audível demais para ser da minha cabeça

talvez eu finalmente tenha enlouquecido.

ri com minha possível loucura e joguei minha cabeça para tras onde vi o céu, não era azul como um dia foi.

respirei fundo e falei em alto som.

_quero uma nova chance

"o que voce faria diferente?" interrogou

_eu seria forte... - digo com raiva

a voz ri com deboche.

nem mesmo as vozes da minha cabeça tem pena de mim.

me sinto patética.

"não se arrependa da sua escolha... voce não poderá voltar atrás" conclui a voz, a cada palavra mais distante como o vento ia embora.

senti como se o chão desaparece e cai em um buraco sem fim, eu gritei desesperadamente conforme via o céu acinzentado ficar mais distante.

ate que a escuridão me consumiu por completo.

o toque, o ar, o cheiro, a visão, a minha voz e qualquer sentido simplesmente sumirão.

me sentia uma alma vagando.

fiquei aterrorizada.

não sentia meu coração pulsar rápido ou minha respiração ficar ofegante.

o que esta acontecendo?

alguem me tire daqui!

um clarão começou a surgir sem ter ponto especifico.

eu finalmente morri?

ouso vozes enquanto retomo a consciência, sentia o ar em meus pulmões e o toque das minhas mãos... por que minhas mãos estão tão gordas?

_ela não esta chorando... - disse algumas vozes femininas.

algo estava me segurando e me balançando conforme abri meus olhos e me deparei com um rosto de uma mulher gigante, seu rosto próximo ao meu me fez entrar em panico.

no susto eu gritei mas invés de palavras saírem da minha boca eu comecei a chorar.

eu estava rodeada de gigantes?!?

isso é assustado...

por que eu não consigo falar? por que eu sou tão gorda? por que estou no colo dessa mulher gigante?

_deixe eu pegar ela - falou a voz sedutora de um homem.

tentei me mover e lutar mas não conseguia, a cada movimento meu exigia que meus olhos fossem fechados.

o calor dos braços do homem me envolveram.

_esta tudo bem - disse a voz me balançando enquanto me abraçava - papai esta aqui

papai???

desisti de lutar e abri meus olhos.

encarei o homem, fiquei tão surpresa que ate mesmo parei de chorar.

sotoru gojo... era o homem que me segurava...

ele sorri e se vira de frente a um espelho.

a imagem que via no espelho me assustou mais ainda.

eu era um bebe no colo do grande satoru gojo.

_seu nome será sara - disse gojo sorrindo - significa princesa

_é um lindo nome - completou a voz, a mesma que me chamou para esse lugar - sara satoru

a voz vinha de uma mulher que estava deitada em uma cama, tinha cabelos pretos lisos e sorri para mim.

 a voz que me trouxe aqui era da minha nova mãe?

_minha filha... viva bastante... - conclui a mulher ela piscou lentamente conforme seu corpo parecia amolecer

_querida? - indagou gojo assustado, uma das mulheres me tomou do seu colo e me levou para fora da sala

antes de sair eu vi meu novo pai chorar segurando a mão pálida da mulher.

Até o fimOnde histórias criam vida. Descubra agora