Capítulo XXV

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Mikoto entrou na sala do trono e não se surpreendeu ao ver Konan conversando com o rei. Contudo, deu um sorriso discreto ao ver Sakura sentada ao lado dos dois, ouvindo Konan atentamente. Uma das coisas que mais lhe agradavam na rainha era a sinceridade que a mesma transmitia em suas feições. E naquele momento, Sakura não parecia simpatizar nem um pouco com Konan. O que divertiu internamente a Uchiha mais velha.

- Olá Mikoto. - Sakura sorriu em sua direção.

- Vossa majestade. - reverenciou a rainha e sorriu com verdadeira animação por lhe ver novamente bem - Fico feliz em vê-la recuperada.

Sakura sorriu novamente.

- Bem, foi difícil convencer o rei de que eu estava bem para voltar. Não aguentava mais ficar naquela cama.

- Deve ser algo muito entendiante. - Konan as interrompeu de repente - Não consigo imaginar como pode ter sido difícil para o rei ficar sem a companhia de vossa majestade. - olhou para Sakura - Aquela festa de ontem foi... - pareceu procurar a palavra certa - Estranha - disse por fim - Sem nossa amada rainha.

Madara não demonstrou reação alguma, ao contrário, parecia entediado e Mikoto precisou morder a língua para não rebater Konan na presença de Sakura. Para quem havia entendido o que a mulher queria dizer com aquilo, sabia do veneno em suas palavras.

- Não sabia de sua estima por mim. - Sakura respondeu Konan - É surpreendente. Diria ser até exagerado se contado levianamente. Impressionante.

Madara olhou para Sakura e depois para Mikoto que abaixou o olhar e prendeu o riso. Sakura respondeu no mesmo tom que Konan havia usado.

A conversa durou por mais alguns minutos até que Mikoto e Konan se despediram do rei e a rainha e saíram da sala do trono. Ao chegarem no corredor, o sorriso sempre tão caloroso de Mikoto morreu em seus lábios e olhar de Konan se tornou mais frio do que o apresentado diante das pessoas. Parecia que a tolerância das duas em relação a outra havia acabado assim que se afastaram da presença de testemunhas.

- Destilando seu veneno na presença da rainha Konan? - a mais velha perguntou.

Konan a encarou com seus frios olhos castanhos claros.

- Qual é o problema? Isso tem a ver com a mulher que o rei se deitou ontem?

Mikoto deu um passo para a frente.

- Você sabe que o rei Madara não é assim.

- Eu não sei de nada. - as duas se encaravam fixamente.

- Sabe sim. - Mikoto desdenhou - Pois, se ele fosse esse tipo de homem, já havia caído em alguma de suas investidas patéticas.

Konan pareceu ser pega de surpresa.

- E quem disse que ele nunca caiu? - provocou, irritada.

Ao contrário do que se mostrava capaz com sua habitual expressão bondosa e seu tom carinhoso com quase todos, Mikoto riu com desdém. Sua risada ecoou pelo corredor vazio e alguns cavaleiros que faziam a guarda olharam em sua direção, mas logo voltaram a sua posição novamente.

- Não seja ridícula Konan. - a encarou com diversão - Para Madara, mulheres como você são espiritualmente imundas. Ou se esqueceu de onde ele te tirou? - desdenhou mais uma vez e Konan fechou os punhos - Ele e a amizade que sinto pelo lorde Jiraya é a única coisa que me fez aturar você. Se não, você teria conhecido a minha espada no dia em que você ousou aparecer na minha frente. - falou olhando para os punhos fechados da outra mulher.

- Quanto ódio Mikoto. - respondeu tentando para manter a voz em um tom civilizado - Isso seria o ressentimento de antiga amante do rei falando?

Para o aborrecimento de Konan, Mikoto riu de novo.

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