Capítulo LXIII

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- Não, não pode ser! Vocês sempre se dão tão bem! - Mikoto entrou no quarto apressadamente, Sakura havia mandado chamá-la em segredo ninguém, pois, poderia saber o que estava acontecendo com ela e Madara - Sakura, o que você fez? - olhou para a rainha.

Sakura estava com o rosto banhado em lágrimas.

- O-o que eu fiz? - perguntou a si mesmo, com a voz embargada - Eu acabei com a paz do meu próprio casamento, foi isso?

Mikoto olhou para Sakura com irritação.

- O que você fez de tão terrível para ele sair assim? - a olhou - Eu a amo, como minha rainha e até mesmo como uma querida amiga - disse de repente - Mas não permitirei que machuque os sentimentos dele assim. - parecia sombria - Ele estava bem nos últimos meses, por sua causa!

Uma lágrima escorreu dos olhos de Sakura.

- Eu... Eu acho que bati ele, mas-mas ele é tão forte, não acreditei que fosse machucar...

- Madara tem traumas severos devido a violências físicas que sofreu no passado. - interrompeu Sakura - Se um cavaleiro no campo de batalha tivesse batido nele, ele não estaria assim, teria revidado e o matado na mesma hora, mas foi vossa majestade, a mulher que ele ama!

Sakura estava se culpando severamente.

- Mas ele é sempre tão forte que...

- Não confunda a força dele com insensibilidade. Ele ainda é humano, e sofre como um! - começou a tirar luva as luvas de suas mãos - Às vezes, Madara se isola não porque a maldição está consumindo seu corpo, e sim porque sua cabeça não aguenta mais. Às vezes ele sufoca sem conseguir respirar, as vezes cai no chão tendo convulsões e às vezes se mutila em meio a surtos em que perde a razão diante da dor. Mas... - se obrigou a não começar a se sentir mal por Madara, como se estivesse em seu lugar - Ele não quer que você saiba, porque te ama e não quer te ver sofrer. Aliás, nunca quis que ninguém soubesse, mas no passado ele foi gravemente ferido por quem amava e simplesmente abomina a ideia de violência em um relacionamento.

Sakura se sentou na poltrona e cobriu o rosto.

- É por isso que ele pretende matar? - falou ainda de cabeça baixa.

Mikoto se virou para Sakura e depois de alguns segundos em silêncio, se aproximou da rainha e se ajoelhou a sua frente, ficando na mesma altura.

- Sakura...

A rainha a encarou, com o rosto vermelho.

- Desculpa Mikoto, não quis machucá-lo. Foi só um momento de raiva, eu nunca o machucaria intencionalmente!

Mikoto respirou fundo, ela estava certa.

- Me perdoe por falar daquele jeito com vossa majestade, eu fui muito rude. Você é minha rainha e eu lhe devo respeito. - limpou a lágrima do rosto de Sakura - Mas por experiência própria, digo que não pode haver violência entre duas pessoas que dividem a mesma cama. - tocou na mão da mesma - E Madara sempre fez de tudo para que você se sentisse bem e segura ao seu lado, tudo por não querer que você sofra como em seu passado.

Sakura começou a chorar intensamente ao imaginar o quanto foi injusta com Madada. Ela foi egoísta e má quando gritou com ele?

- Veja, amanhã ele estará mais calmo. - Mikoto sorriu, para consolar a rainha, mas não tinha certeza do que dizia - E você também. Assim vocês dois poderão resolver as coisas.

- Não, não poderemos. Agora eu sei que ele não me ama tanto quanto eu imaginei. Talvez ele só se apegou a mim pela ideia de possuir um herdeiro acabar com a maldição.

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