Volta às aulas

953 90 32
                                    

O barulho do despertador, repercutindo por todo o grande quarto, corta o silêncio calmo da manhã. O desliga em meio a resmungos, por ter atrapalhado seu sono de beleza, mas logo o mal humor dá lugar a felicidade ao se lembrar que as férias haviam acabado.

Deixa a exagerada cama em um pulo, se espreguiçando ao sentir o piso frio em seus pés. Após colocar uma música calma se dirige ao banheiro, tomando seu longo banho e terminando o resto de suas higienes matinais.

Adentra o closet, se deparando com a roupa que havia separado na noite anterior, afinal, a ansiedade não cabia em seu peito. Após estar pronta toma seu celular e bolsa em mãos e desce pela gigantesca escada, adentrando a grande sala de jantar.

- Bom dia Emilia querida! - sua tia a recebe com um grande sorriso. - Dormiu bem?

- Bom dia tia! - deposita um beijo na bochecha da mais velha, se juntando a ela na mesa repleta do café da manhã. - Sim e você?

- Maravilhosamente. - diz do seu jeito engraçado de sempre.

- Minha mãe já saiu? - Alo questiona ao notar a louça usada e a cadeira remexida a sua frente.

- Já sim. - Renata responde com pesar na voz. - Mas ela te desejou um ótimo primeiro dia de aula.

- Claro que sim. - a brasileira solta um riso descrente, levando uma torrada a boca.

- Mas então, tá animada? - a mais velha tenta mudar de assunto.

- Muito. - a mais nova sorri. - Esse ano eu ganho a batalha das bandas, sem dúvidas.

- Oh. - a mulher sorri. - E isso, por acaso, tem alguma coisa a ver com aquela linda garota que tem te trazido em casa nos últimos dias?

- Tia! - Emilia sorri sem graça.

- O quê? - questiona como se não fosse nada demais. - Estamos no século XXI minha querida. - se inclina sobre a mesa. - Ela é sua namorada?

- Não! - responde mais que depressa. - Quer dizer... - rapidamente se arrepende. - É complicado.

- Vocês jovens e essas complicações. - ri revirando os olhos. - Na minha época era segurou a mão casou meu amor.

Alo não consegue evitar a risada de sair de seus lábios. Sua tia é uma figura, completamente diferente do poço de seriedade que é sua mãe, e é o que a faz amar tanto ela.

- Mas não fala nada sobre isso pra minha mãe, por favor. - pede, sentindo o medo tomar conta de si só pela possibilidade de sua mãe sonhar com aquilo. - Você sabe como ela é.

Renata sorri compadecida, pegando na mão da sobrinha.

- Pode ficar tranquila, minha boca é um túmulo. - Emilia sorri agradecida. - Agora termina de comer, você ainda tem um longo dia para mostrar a todos a garota maravilhosa que é.

- Só você mesmo tia. - ri negando com a cabeça, pegando o celular no bolso para mandar uma mensagem a Agosti.

"bom dia namoradinha falsa! pronta pro grande dia?"

Enquanto isso, do outro lado da cidade, num bairro menos nobre mas ainda de respeito, a mexicana desce as escadas como um furacão após responder a mensagem. Não via a hora de finalmente deixar aquela casa.

- Só vai levar essa mochila meu amor? - Cassandra questiona quando a filha para na sala.

- Sim, eu não trouxe nada de lá. - dá de ombros, conferindo o celular pela milésima vez.

- E ainda assim seu quarto está lotado. - o comentário pertinente do homem, lendo o jornal na mesa do café, é o que a faz levantar o olhar do smartphone.

Fake Dating - EndiOnde histórias criam vida. Descubra agora