Cap 4 - A porta está bem ali,se quiser ir embora... Será um favor imenso!

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"Muitos homens têm um orgulho que os leva a ocultar os seus combates e apenas a mostrarem-se vitoriosos."

Honoré de Balzac.

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Há 2 anos atrás...

Luke

Estou,agora mesmo,neste momento,pulando a janela do meu quarto. É arriscado?Sim,mas não tô nem aí,eu só quero sair dessa casa o mais rápido possível. Não aguento mais essa pressão e todos os sermões que eu recebo o tempo todo por querer formar uma banda com os meus amigos. Já tá ficando chato. Bom,eu também não quero morrer,então tô levando apenas o necessário. Levar roupas é o óbvio né,não posso sair pelado por aí. Comida eu também tenho que ter comigo,se não, posso morrer de fome. Eu não sei quanto tempo vou ficar fora,pretendo trabalhar pra ter dinheiro próprio. Isso pode demorar,então tenho que me prevenir. Tá, pra comer eu tô levando: Balas, bolachinhas ou biscoitinhos(como quiser chamar) recheadas (os), Pringles, chocolates, pirulitos etc. E pra beber eu tô levando:Água -obviamente- e refrigerante. Eu não tenho muito dinheiro,na verdade eu tô levando 20 reais. Isso pode me sustentar durante algumas semanas,eu acho.
(...)
EU TÔ MAL!Essa vida de mendigo é difícil. Às vezes algumas pessoas me olham estranho. Qual é,eu não sou um extraterrestre!Lembra dos R$20 que eu disse que trouxe?Eu gastei em picolés na praia. Aí eu inventei de querer pular um muro e me machuquei,tô sem dinheiro,sujo e sem rumo. Depois de dias cansado de comer só besteira,como balas,batatinhas,chocolates,bolachas/biscoitos e etc. E cansado de dormir em papelão na rua,ou até mesmo no chão puro,eu sentei na frente de um supermercado e apenas comecei a pensar. Me lembrar que eu tinha família,pensar no como eles devem estar me procurando,e até mesmo me arrependendo de ter fugido. Mas o meu orgulho não deixa eu voltar para lá. Não quero me dar como vencido. Não, não, não. Isso está longe dos meus pensamentos. Do nada,sinto uma mão tocar meu ombro. Tiro meu rosto do meio dos braços e olho para cima. Vejo uma mulher com cara de pena olhando para mim. Será que eu tenho algum tipo de GPS ligado com a tia Rose?Não é possível que ela me encontre em qualquer lugar que eu esteja!Ela estava com a Julie saindo do mercado com sacolas na mão. Julie estava com todas elas nos braços mais para o lado,nem tinha me visto. Ela estava tentando sustentar as 4 sacolas pesadas nos dois braços.

-Luke?Você tá bem,mi amor?O que está fazendo aqui?Devia estar em casa,não?

-É, mas... eu fugi...de casa.

-Eu sei. Todos estão te procurando por todos os lados. Por que tudo isso?Seu rosto está inchado. Você estava chorando...-Interrompi sua fala com um abraço. Na minha cabeça ela iria recusar,mas não. Me abraçou,mesmo eu estando naquele estado imprestável. A tia Rose é incrível mesmo. Começo a chorar em seus braços e ela me consola. Sinto Julie se aproximar.

-Mamá,tá tudo bem?-Ela pergunta e se choca quando vê que quem está abraçado com sua mãe sou eu. -Luke?Crum,digo...Luke Patterson,como veio parar aqui?

-É uma longa história...

-Oh,é. Nem quero saber!-Ela diz me cortando. -Mamá,já são 20 hrs,tá ficando tarde....

-Podem ir,eu vou ficar bem.

-Não mesmo!Você está louco,garoto?!Venha,vamos até a minha casa!-Tia Rose me puxa e me levanta do chão em um instante. Começa a andar deixando eu e Julie um pouco mais atrás. Estendo meu braço à ela,me oferecendo para carregar as sacolas,mas a morena vira o rosto para mim,sem nem falar nada. Sigo andando como se nada tivesse acontecido.

Na casa dos Molina, a tia Rose me mandou ir pro banho. Eu fui,logo depois ela me chamou na bancada da cozinha.

-Luke...Sua mãe está muito preocupada contigo...Não acha que deveria voltar para lá?

《 I still need you 》▪︎Juke Onde histórias criam vida. Descubra agora