Fourteen

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Lembro de ter perguntado pro Castiel se ele e Nathaniel voltariam a ser amigos. E o que ele me respondeu? "Mas nem ferrando". Me senti uma palhaça, mas, bem, poderia ser pior. Eu também perguntei o que os dois conversaram, e ele não quis me responder.

— Algum dia você saberá.

Foi isso que ele me disse. Um dia eu vou é pirar, certeza.

Dois, três, cinco dias que Nathaniel não dá as caras ou sinal de vida. Nem ele e nem Ambre. Eu mandei mensagem para ela, mas não obtive resposta nenhuma. Eu só queria saber se estão bem. Só!

Rosa diz que eu tô muito quieta, e não é pra menos, o cara que eu descobri que gosto passou por tanta coisa que eu não fazia ideia até dar uma de intrometida. Eu confesso que errei quando quis espionar a tatuagem do Lysandre, tipo, que merda eu tinha na minha cabeça? Mas se não fosse por isso, eu não teria desconfiado que havia algo errado com o Nath tão cedo. E se eu tivesse demorado mais? Ele poderia continuar alienado, ou esperado ficar maior de idade pra fazer alguma coisa, mas e se nada se resolvesse, de qualquer jeito? Não gosto de pensar nisso. Ele deve ter ficado com muita raiva de mim, mesmo que não queira admitir.

— Gabe, por favor — Alexy me sacode — Acorda!

— Para, Alexy — Armin deu um tapa leve nele — Deixa a menina ficar depressiva.

— Não tô depressiva, tô preocupada — suspiro.

— Relaxa, Gabe, eles devem estar bem — Ari diz pra me tranquilizar.

— Precisamos fazer alguma coisa — Alexy torna a dizer — Compras! É isso. Hoje vamos às compras depois da escola.

— Não podíamos simplesmente ficar na praça de alimentação? — Armin pergunta fazendo careta.

— Não. Precisamos distrair a Gabe com roupas bonitas.

— Gabe! Gabe! — Vi Kentin vir correndo na minha direção.

— Credo, Kentinho, o que houve? — Alexy pôs a mão no peito. Kentin se apoiou no de cabelo azul, puxando o ar.

— Tem alguém que quer falar com você… — puxou o ar de novo — lá fora, no pátio.

Abri a boca, mas não saiu nenhum som. Senti a mão de Ari no meu ombro, e ela sorriu como quem diz "tá esperando o quê?".

Peguei minha mochila que estava no chão do lado da cadeira onde eu estava sentada e levantei dando um meio abraço no Kentin.

— Obrigada, Kentin.

Saí correndo pelos corredores da escola com a mochila escorregando do ombro. Cruzei com o Castiel em algum momento, ele mandou uma piscada pra mim, mas não me parou.

Depois de não sei quantos dias sem vê-lo, ele finalmente aparece, por Deus, eu fiquei tão preocupada que nem cabe em mim.

Foi só quando vi de longe os cabelos dourados dele voando com o vento que meu coração pareceu querer sair do peito, ao mesmo tempo em que fiquei aliviada. Parei de correr, respirei fundo duas vezes e continuei a caminhar até ele. Parei na sua frente, ajeitando a mochila que ainda insistia em cair.

— Gabe… — ele murmura. Olhei em seu rosto, ao redor de seu olho já não estava tão roxo, e os cortes agora eram cicatrizes.

— Só me diz que você está bem, por favor.

— Eu… — Nath me encarou, e suspirou relaxando os ombros — Eu estou bem.

Vi que ele ergueu uma mão para me tocar e me mantive imóvel, mas sua mão não me alcançou.

Tell MeOnde histórias criam vida. Descubra agora