Eleven

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Havia me decidido, eu falaria com Ambre e ela convenceria seus pais a me deixarem dormir lá, e assim eu tiraria minhas conclusões e de alguma maneira ajudaria o Nath.

Por falar nele, ele está quieto demais, e sim, eu estou na sala do grêmio em silêncio vendo-o trabalhar, ou fingir que trabalha.

- Bom dia, Nathaniel... – Melody entrou na sala um pouco eufórica, mas assim que me viu fez uma expressão diferente – e Gabe.

- Bom dia, Melô. – Forcei um sorriso, já Nathaniel nem a respondeu.

- Nathaniel? Nath!

- Ele está bem focado, melhor não atrapalhar.

- E o que você está fazendo aqui, então? – disse em tom baixo.

- Fazendo companhia.

- Então é melhor você não atrapalhar mais o Nath. – cerrei os olhos.

- Gabe não me atrapalha nunca. – Ouço o Nath falar sem desviar o olhar dos seus papéis. – Agora se não se incomoda, Melody, poderia sair e nos deixar como estávamos?

Reprimi uma risada, provavelmente, escandalosa, Melody abriu e fechou a boca várias vezes e acabou que não disse nada.

- Tchauzinho, Melô. – Aceno. Com isso a garota saiu daqui soltando fumaça.

Agora sim eu ri, mas parei, pois Nath mal se movia.

- Nath, olha pra mim. – Com um suspiro cansado, ele ergueu o olhar pra mim. – Para de olhar pra esses papéis, respira um pouco.

- Eu preciso terminar isso hoje.

- É só por alguns minutinhos. Não vai fazer mal.

- Tem razão. – Ele largou a caneta na mesa e puxou o ar com força, mas seu rosto não se aliviou da tensão.

- Aconteceu alguma coisa?

- Que?

- O que?

- Não aconteceu nada. – Franzi o cenho. Ele ficou incomodado agora.

- Vai, pode parando de fingir que tá tudo joinha, você pode me contar se quiser, é pra isso que eu tô aqui. – Me aproximo dele e sento em sua frente na cadeira vazia.

- Não posso contar ainda, só... Fica aqui? – arregalei levemente os olhos.

- Você quer dizer, ficar aqui com você até você acabar tudo, tipo, não ir pra aula?

- É. – ele dá de ombros.

- Proposta tentadora. – falei brincando, e ele esboçou um pequeno sorriso.

Desculpa, Nathaniel, eu sei de tudo, e não posso lhe contar também, mas eu vou te ajudar.

- Vou te ajudar.

- O que?

- Hã? – balancei a cabeça saindo dos meus devaneios.

- Me ajudar em que?

Caramba!

- Eu vou te ajudar a... Terminar.

- Que se danem esses papéis. – Ele bufou.

- Ok... Algo de errado não está certo. – Ele riu – Vamos fazer assim: você fica descansando aí, depois volta ao trabalho e eu posso te ajudar com ele, assim termina mais rápido.

- Vou ser obrigado a aceitar. – Bati palmas, feliz e o abracei. Ele retribuiu, e meu coração deu um salto. Que droga! Eu tinha deixado esse pensamento de lado por alguns instantes, mas ele voltou pra me deixar confusa.

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