Seven

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Sentia o olhar de Nathaniel em mim. Sem querer, o deixei preocupado quando apareci chorando, o que eu podia esperar? Eu estava chorando! Mas... não sei explicar, foi estranho ouvir Castiel falar comigo daquela maneira, não só ele como Iris e Violette também.

Expliquei para o loiro o que aconteceu quando ele me trouxe pra sala do grêmio para que eu me acalmasse. E de alguma forma deu certo.

- Gabe... A Debrah, ela te contou porque foi embora ou porque ela e Castiel terminaram?

- Ela me contou tudo – funguei – O que foi meio estranho se parar pra pensar, a gente nem se conhecia. Aí aconteceu isso agora.

- Ela queria que você saísse como errada.

- Do mesmo jeito que fez com você – ele assentiu impassível.

- É melhor deixar isso pra lá. – O olho de sobrancelhas unidas. – Não vai adiantar nada.

- Ei, ei! – me levanto de uma vez – Olha, Nath, só porque você saiu errado e deixou por isso mesmo com toda a confusão passada entre você, ela e Castiel, não quer dizer que eu tenha que deixar como está, do jeito que ela quer. Eu não sou todo mundo, não sou você, e não vou deixar essa piranha fazer todos de marionetes e levar meu melhor amigo, pra depois, quando tiver no topo, o abandonar... de novo.

Nathaniel ficou a me olhar sem expressão, soltei um suspiro abaixando a cabeça, então senti uma mão tocar a minha, Nath havia se aproximado de mim.

- Você é incrível, sabia? – ele ergueu meu rosto delicadamente com o indicador. – Mesmo com o que eu te disse e com várias pessoas contra você, você não desistiu. Me desculpa, eu fui idiota e... fraco. – fitei diretamente seus olhos dourados – Eu não gosto do Castiel, mas se for por você, eu faço essa forcinha. – Nath deu um beijo na minha testa e sorriu, sorri de volta.

- Obrigada, Nath.

- Vamos procurar pelos outros.

- Mas tá todo mundo contra mim.

- Ué, cadê aquela Gabe determinada em ajudar seu melhor amigo e provar que não fez nada de errado? – ele fez aquela pose intimidante que me fez revirar os olhos rindo. – E nem todos estão contra você, ainda tem seus amigos, e eu.

- Mas você é meu amigo, Nath.

O loiro esboçou um sorriso de lado e me mandou uma piscadela antes de segurar firme minha mão e me puxar pra fora da sala.

[...]

- Gabe, você sumiu! Quer me matar de preocupação, garota? – Rosa me abraçou apertado quando apareceu no ginásio junto de Alexy, Ariana, Armin e... Lysandre?

- A essa altura todo mundo já sabe o que rolou no corredor. – Armin disse me abraçando também. Usei o ombro dele como apoio.

- Que vadia aquela garota! – Ari grunhiu com raiva. – Ai, me segura, Lexy, eu vou já dar na cara daquela desgraçada. Quem ela pensa que é?

- Ei, Ari, calma. – Rosa tocou em seu ombro. – Se controla, vai. Paz interior... – a platinada puxou o ar pelo nariz, expirando pela boca. Ari repetiu o ato. – Precisamos de um plano.

- É melhor deixar a Gabe explicar direito o que aconteceu. – Lys sensato.

- É, verdade. Explique, Gabezinha.

Olhei para Nathaniel, ele fez um gesto com a cabeça, enfim contei: desde a hora que fui ao banheiro, que encontrei o Castiel no corredor, e logo apareceu Debrah que iniciou um teatro e assim Gabe ficou malvista em toda Sweet Amoris.

- Ele acreditou naquela vagabunda que o deixou, mas não acreditou em você? Filho da mãe! – uma Ariana híper revoltada bradou. – Ele vai ver!

- Ari! – Rosa a chama, mas ela estava longe.

- O que ela vai fazer? – Lys indaga.

- Matar o Castiel. – respondeu Armin, tranquilíssimo.

- Nós vamos atrás dela? – Nath que pergunta dessa vez.

Rosa, Alexy e eu nos olhamos. E tão rápido quanto a velocidade da luz nós corremos pra fora do ginásio. Procuramos na escola inteira, praticamente. Teve um momento que nos separamos para – talvez – encontrarmos a azulada mais rápido. Mas nada.

Bufei olhando para os lados, sentindo olhares de algumas pessoas, até que algo chamou minha atenção. Ambre, Li e Charlotte estavam subindo as escadas para o próximo andar com um balde cheio de alguma coisa. Devo me preocupar?

Sem pensar muito começo a segui-las. Cheguei a tempo de ver o que elas estavam aprontando. A loira posicionou o balde, cheio com uma tinta verde pelo que pude perceber, na janela.

- Ambre? – ela se assustou, e com isso deixou o balde virar e cair lá embaixo. Ouvimos um grito agudo.

Tanto eu como a loira botamos a cabeça pra fora da janela pra ver quem tinha sido a vítima. Péssima ideia!

- Bingo. – Ambre comemorou junto as amigas.

De repente vários alunos cercaram Debrah cheia de tinta lá embaixo, e quando me virei para falar com as três capetinhas, percebi que ali também já estava lotado de alunos.

- Merda! – praguejo.

- O que deu em você, Gabriella?! – por falar em capeta, sua secretária acaba de aparecer.

- Debrah, não foi...

- Foram as quatro! O que eu fiz pra vocês? Estão sempre tentando fazer alguma coisa ruim pra mim. – fechei os olhos. A voz dela começava a vacilar, ela iria "chorar", certamente.

- Qual o seu problema, Debrah? – Ambre surgiu entre nós duas. – Foi um acidente, nem eu nem Gabe tínhamos a intenção.

- Qual o seu problema, Ambre? É estranho ver você defender alguém, e está defendendo justo ela – a morena aponta pra mim – a namoradinha do seu irmão.

- Meu irmão tem bom gosto pelo menos, diferente de certas pessoas. Não é querendo citar nomes, mas já citando, Castiel por exemplo.

Vi que Debrah cerrou o punho, e iria explodir se não fosse a diretora aparecer furiosa.

- O que está acontecendo aqui?! – berrou Sra. Shermansky.

Um braço rodeou o meu ombro me puxando de lá. Não vi quem era apenas acompanhei. Provavelmente é um dos garotos. Descemos as escadas e entramos na sala de aula vazia.

- Você está bem, Gabe? – ergo a cabeça contemplando um garoto de cabelos castanho e olhos verdes brilhantes.

- Ken? – uni as sobrancelhas.

- Tsc! Ken não, por favor. Kentin.

- Ok... Kentin. Quando... quando você voltou? O que você?... Como você?... Hã? – gaguejo confusa.

- Calma. – Ele dá uma risadinha. – Voltei hoje. Encontrei com Nathaniel e perguntei sobre você, lembra, minha única amiga? Bem, ele me contou tudo vi uma movimentação lá fora, me aproximei e acabei te vendo na janela com aquela loira lá. E aí... é, você sabe, eu vi tudo.

- Você tá...

- Diferente? É, eu sei. Me caiu bem essa aparência.

- Se u tivesse no meu estado normal eu te abraçaria e diria que senti saudade, e que você está ótimo assim com essa confiança toda. E... é, eu já disse.

- Só falta o abraço. – Ken...tin abriu os braços, e eu o abracei. – Não se preocupa, Gabe. Eu também estou com você agora.

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