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— Bom... Dia? – Harry disse confuso assim que abriu os olhos e deu de cara com Malfoy o encarando. O moreno piscou algumas vezes antes de sorrir consigo mesmo; ele  não sabia quantas pessoas já tiveram a oportunidade de ver Draco Malfoy acordando, de cabelos bagunçados e rosto amassado dos lençóis, mas sabia que ele era sortudo pra caralho pote r aquela visão dos deuses.

— Bom dia, Harry. – o loiro sorriu de volta e então levantou da cama pra ir até a cômoda onde uma bandeja enorme já o esperava. Harry sentou e coçou a nuca, Draco estava sem camisa, e já tinha tirado a bermuda que usara na festa da noite anterior, Harry estranhamente também estava sem a sua peça de baixo e se perguntou em que momento da noite ele tirara. — Trouxe algumas coisas pro café da manhã, não sabia do que você gosta, então tem um pouco de tudo... – Harry analisou a bandeja — Também trouxe dois comprimidos pra dor de cabeça e curar a ressaca, meus pais já saíram e Luna ainda não voltou, então não tenha pressa pra nada.

— Okay... – Harry suspirou e esfregou seu rosto outra vez. Que espécie de sonho louco era aquele?! Sim, porque a única explicação era essa, um sonho completamente anormal que ele estava tendo com Draco Malfoy. — Vamos por partes, o que é... isso tudo?

— Comida, oras. – ele riu.

— Não seja idiota, Malfoy. Você sabe do que to falando... – o loiro suspirou e por vários minutos, ficou em silêncio.

— Eu não sei. – disse por fim — Eu realmente não sei de nada, mas acho que não posso mais lutar com isso, seja lá o que isso for. – Harry riu — Eu disse que íamos conversar, mas a verdade é que estou fugindo disso porque não sei por onde ir, por onde começar, ou o que falar... – ele fez uma pausa e então encarou o moreno — O que eu faço?

— O que você quer fazer?

— Te beijar. – Harry sorriu — Na verdade, eu quero fazer isso desde que acordei.

Draco então se aproximou segurando em seu queixo antes de beijá-lo, Harry colocou a mão em sua nuca e acariciou o local enquanto suas línguas brincavam para quem dominaria toda aquela área de suas bocas. O frio na barriga de Malfoy surgiu e se arrepiando, Harry sentiu suas pernas ficarem bambas; o que era tudo aquilo?! E por que somente agora estavam vindo a tona?!

Mesmo que nenhum dos dois tenha relatado o que acontecia dentro de si, eles permaneceram se beijando ate que a falta de ar os dominou, Harry ofegou e desviou a atenção do loiro, enquanto Malfoy nem conseguia se concentrar em nada.

— Harry? – o chamou minutos depois.

— Sim?

— Acho que eu gosto de você. – Harry gargalhou.

— Foi isso que você disse há uma semana, antes de fugir de mim, lembra? – o loiro engoliu seco — Você não precisa dizer nada se ainda não entende...

— Eu nunca senti isso por ninguém, garota alguma... Você foi o primeiro cara com quem fiquei, e é estranho que justo você , tenha feito... Bom, seja lá o que tenha feito.

Harry riu outra vez.

— Tá me chamando de feiticeiro? – o moreno indagou divertido vendo-o dar de ombros.

— Tô dizendo que você mexe comigo, Potter, de uma forma inexplicável, eu quero estar com você, e eu pensei muito nos últimos dias, quase surtei... – ele suspirou — Mamãe tentou conversar comigo, mas eu tava ficando louco, e quando te vi beijando aquele cara...

— Você decidiu arrumar briga? – Malfoy ficou em silencio — Eu sei que está confuso, eu também estou. Eu sempre fui de pegar e não me apegar, mas uma hora a casa cai, né? E pra minha loucura ser maior, teve que ser você.

Malfoy sorriu bobo.

— Isso significa que você também gosta de mim? – Harry sentiu o rosto corar e deu de ombros.

— O que acha?

— Acho que devíamos nos beijar de novo. – Harry riu concordando.

Aquele seria um longo dia, principalmente por ambos terem a casa só pra eles o dia inteiro.

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— Acha que eles sobrevivem? – Pansy perguntou depois de bloquear a tela do celular.

— Não há sinal de sirenes da polícia ou bombeiros. – Gina comentou rindo — Então acho que ainda estão vivos.

— O que não significa muito coisa né, gente. – Blaise disse pensativo — Pensei só, tudo está uma loucura, não só pra gente que descobriu de tudo recentemente, mas pra eles que estavam se envolvendo sem medir as consequências dos atos.

— O Blaise tem razão. Meu irmão é muito mais complicado do que o Harry pra aceitar conselhos, ou até entender a si mesmo, ele demora séculos. Mas acho que levar o Harry pra dormir lá em casa foi um grande passo. – Luna disse vendo os amigos concordarem.

— Agora, gente, se o Draco já era insuportável em dias normais, imagine quando assumir o namoro com o Harry? – Rony disse com uma careta enquanto os demais riram — Acho que nosso amigo vai mudar de vida.

— Ou talvez, ele faça o Draco mudar de vida – Luna interrompeu — Eu sei que meu irmão é muito cheio de si, mas se ele foi capaz de mostrar ciúmes e admitir que gostava do Harry, muita coisa ainda poderá mudar. – os demais deram de ombros — O que temos de fazer agora, é esperar eles aparecerem e ver o que decidiram.

— E deixar o Cedrico fora do caminho. – Blaise comentou caindo na risada — Gente, qual é, vocês sabem que o ciúmes do Cedrico foi o que fez o Draco dizer que gostava do Harry. Se eles começarem a namorar, como acha que ele vai reagir sabendo que o Harry e Cedrico estão sob o mesmo teto?

Os demais ficaram em silêncio por vários minutos enquanto Blaise esperava qualquer resposta possível. Mas ela não veio, no entanto, a empregada dos Parkinson anunciou o café da manhã, interrompendo qualquer discussão futura que ainda pudesse acontecer.

Quando todos foram embora, Pansy pegou o celular e procurou o número do melhor amigo, Luna decidiu ficar na casa da namorada até que Draco ou Harry dessem sinais de vida. E como odiava esperar, a morena jogou-se no sofá e esperou o terceiro toque até que a voz rouca de seu melhor amigo soou do outro lado.

— Algum problema? – perguntou confuso ouvindo a garota rir.

— Só queria saber se está bem...

— Estou ótimo, Pans.. Cadê o pessoal? – Pansy afastou o celular do ouvido, como se pudesse ver Draco através dele, apesar de não estarem em chamada de vídeo.

Ele tinha mesmo agido normal?! Sem piadas ou grosserias por ter sido interrompido de qualquer coisa que estivesse fazendo?

Quem era aquele e o que tinha feito com seu melhor amigo?!

Ja foram embora, dormiram aqui em casa, e a Luna foi pra casa da Gina, vai esperar seus pais chegarem pra voltar com eles. – ela fez uma pausa ao perceber o silêncio do outro lado e sorriu — Draco?

— Hum?

— Cadê o Harry? – questionou receosa.

— Dormindo.. E eu tô aqui na varanda... – a morena não disse nada e Draco suspirou — Pans?

— Tô ouvindo, meu bem.

— Eu gosto dele. – ela sorriu mesmo que ele não pudesse ver — Eu realmente gosto dele.

Eu sei, Dray, Eu sei.

Draco então ouviu o barulho da porta sendo aberta e virou pra trás sorrindo largo enquanto mostrava o visor do telefone ao moreno.

— Preciso ir. – disse brevemente.

Amo vocês. – o loiro fez uma careta e encerrou o contato antes de se aproximar de Harry e abraçá-lo por vários minutos.

•.•• 𝕿𝖊𝖝𝖙𝖎𝖓𝖌 𝕯𝖗𝖆𝖗𝖗𝖞 ••.•Onde histórias criam vida. Descubra agora