•.•• 𝕿𝖊𝖝𝖙𝖎𝖓𝖌 𝕯𝖗𝖆𝖗𝖗𝖞 ••.•

•94•

Luna estava deitada na espreguiçadeira ao lado da piscina quando uma sombra se fez ao lado dela, Draco já tinha voltado da viagem com Harry no dia anterior, mas ficou com o namorado até a manhã seguinte. Os irmãos ainda não tinham conversado, e Malfoy sabia que ela estava brava e não tirava sua razão.

— Oi cabeçudo. – ela disse brevemente, sem tirar os olhos de sol, ou os braços de trás da cabeça.

— Precisamos conversar. – Draco suspirou e sentou na mesma cadeira que a irmã, vendo-a endireitar o corpo e colocar os óculos de sol em suas pernas. — Me desculpe por ter agido daquele jeito, eu nunca quis magoar o Harry, mas você precisa entender que foi um choque pra mim receber aquela notícia, se coloque no meu lugar, Lunny, se fosse a Gina quem te contasse aquilo, o que faria?

— Surtaria por ela ter demorado tanto pra me contar. – a loira retrucou com a voz baixa vendo o irmão rir de leve —Mas me ofereceria pra ir junto... Você sabe que eu faria. – ele assentiu passando as mãos nos cabelos. — Você é uma metade de mim, Dray, você sabe que eu te amo mais do que ninguém, mamãe e papai fizeram nossos laços serem inabaláveis, fomos criados como se fôssemos gêmeos e da mesma forma que eu amo você, eu amo o Harry, ele é meu melhor amigo, foi a primeira pessoa que conheci naquela escola quando todos me olhavam torto por ter os cabelos quase brancos... Eu só tinha nove anos e o Harry foi a primeira pessoa que pegou na minha mão e me fez sentar ao lado dele. – ela disse com os olhos lacrimejando. — Ele foi o único que sorriu e acariciou meus cabelos dizendo que eu poderia sentar ao lado dele pelo resto da vida. – duas lágrimas escorreram ela riu em um breve soluço. — Ver que você tinha simplesmente mandado ele embora sem sequer conversarem, sem ao menos tentar ajudar a entender os pensamentos dele, fez eu me lembrar de quando entrei naquela sala e não sabia o que fazer, não sabia em quem confiar ou a quem pedir ajuda, ficou tudo uma loucura na minha mente até que o Harry me fizesse sentir segura. Não suportaria ver você magoando ele.

— Eu sei, e me perdoa por isso... – ele fez uma pausa — Mamãe disse que você ficou furiosa e me praguejou de tudo. – ela riu sem graça.

— Disse que não era mais sua irmã. – Draco fez uma careta fingindo-se ofendido enquanto a irmã dava de ombros. —Não queria ser comparada a alguém que feriu os sentimentos de alguém que ama... Não me leve a mal.

— Claro que não, insuportável. Até porque você não aguentaria ficar sem falar comigo por muito tempo. – o loiro disse se gabando enquanto levantava da cadeira, Luna riu em deboche e também levantou, mas ao contrário do que pensou, Draco sentiu as mãos da irmã em sua barriga antes de ser "engolido" pela água azul atrás de si.

Luna gargalhou e antes que o irmão pudesse xingá-la, ela pulou junto e o esperou retornar para fazerem o que faziam desde pequenos. Guerra de água.

— Desculpe ter sido idiota. – a loira disse passando a mão na testa pra tirar a água que ainda escorria. — Fui infantil.

O mais velho a abraçou pelo pescoço e beijou sua cabeça antes de ambos deixarem a piscina e voltar pra dentro de casa. Narcisa e Lucius viam TV e riram ao notar a situação dos filhos, aquilo era prova de que eles não estavam brigados e era a prova de que eles tinham criado seus filhos da maneira correta.

— Acho que não precisamos perguntar nada. – Lucius disse rindo — E então, filho, como se resolveu lá com a faculdade?

— Foi fácil, eles nunca recusariam uma ficha escolar tão boa quanto a minha. – Draco disse dando de ombros enquanto os pais riam. — O diretor até sugeriu que eu fizesse esportes também, mas preferi deixar o legado pro Harry.

— Tem certeza que administração vai te fazer bem? – Narcisa perguntou com uma sobrancelha erguida.

— Claro mãe. Se por acaso eu achar chato, eles disseram que eu posso mudar. – deu de ombros. — Mas não se preocupem.

— E quando vocês viajam? – Luna perguntou.

— Final desse mês. Eu sei que ainda falta muito pro início das aulas, mas o Harry e eu queremos organizar nossa casa, comprar móveis, decorações, essas coisas. – Luna sorriu de orelha a orelha e abraçou o irmão espremendo sua roupa molhando o chão.

— Ele finalmente cresceu, mamãe!!! Que orgulho de você, porra. – Draco riu e bateu com a mão em seu braço, tentando afastar a irmã. — Ele virou um homem de família, papai, em breve virão os filhos, teremos a casa cheia...

— Calma lá, mocinha. – Narcisa levantou do sofá — O Draco e o Harry ainda são muito novos, nem começaram a faculdade. – ela se aproximou do filho, segurando em seu rosto. — Nada de filhos por enquanto, ok?

Draco revirou os olhos rindo.

— Okay mamãe, não se preocupe. Não traremos netos pra casa tão cedo.

— Certo, agora subam pra tirar essa roupa encharcada e voltem aqui que vamos sair pra comer fora. – Draco e Luna se entreolharam como crianças travessas.

— Perfeito. – rebatem em uníssono.

•••

— E então, animado com a mudança? – Lily perguntou ao entrar no quarto do filho enquanto ele brincava no chão com seu amigo peludo.

Harry a encarou, sorrindo fraco.

— Não estou feliz por deixar vocês, mamãe. – retrucou acariciando os pelos claros do animal. — Mas eu vou aparecer sempre que possível. – a ruiva sorriu concordando. Eles nunca ficarão tanto tempo separados, exceto pelas férias de verão, quando os adultos não iam juntos também, Harry crescera muito mais do que Lily e James esperavam, ele havia se tornado um homem e agora traçaria o próprio futuro com suas próprias pernas e mãos, e apesar da saudade que sentiria, ela estava feliz.

Assim como James, Sirius e Lupin.

— Estamos mais tranquilos de saber que o Malfoy irá junto, não menosprezando a boa vontade do Blaise em se oferecer pra mudar com você. – Harry riu — Mas pensar em você tão longe e brigado com o Draco, não era uma coisa boa, querido...

— Eu sei mãe, também não sei como seria ter que lidar com tudo isso lá. Mas que bom que as coisas mudaram. – ela riu concordando.

— Seu pai precisou sair pra resolver umas coisas, não quer ver um filme? Nossa ultima sessão mãe e filho?! – Harry revirou os olhos e levantou do chão.

— Mãe, quanto drama, parece que vou morrer. – sentindo um tapa no braço, o moreno reclamou.

— Isso é pra aprender a como falar comigo, muleke. – ele riu abraçando a mãe pela cintura.

Ele sentiria falta de seus pais, das conversas bobas e risadas inesperadas, dos conselhos e das piadas de duplo sentido quando Malfoy estava por vir, e até dos puxões de orelha toda vez que eles tinham algum tipo de briga.

Seria difícil ficar longe. E Harry esperava conseguir sobreviver.