•.•• 𝕿𝖊𝖝𝖙𝖎𝖓𝖌 𝕯𝖗𝖆𝖗𝖗𝖞 ••.•

•93•

— Definitivamente Draco, você se superou. – Blaise comentou enquanto estavam no voo.

O avião possuía três cadeiras juntas e a de Blaise era beirando o corredor, ou melhor, tinha se tornado naquele momento já Draco o convidou a sentar-se no lugar que deveria ser o seu.

— Como fez tudo isso? Como sabia o lugar que íamos sentar? – o de olhos escuros perguntou.

— Tive algumas ajudas. – deu de ombros e Harry riu negando.

— Os meus pais. – disse vendo o loiro confirmar. — Como?

— Pedi que papai marcasse um lugar pra irmos almoçar perto do trabalho deles, eu me desculpei e contei o que tinha planejado, o James quis me bater de imediato, mas acabou aceitando depois. – explicou alternando o olhar entre Harry e Blaise e depois virou-se para a janela onde o namorado havia ficado. — Eu errei de verdade, eu pisei na bola e sei que outra pessoa não me perdoaria. Eu já sabia que tinha feito merda, e papai só fez confirmar isso depois. – eles riram — Mas eu fui sincero com tudo amor, eu devia ter te ouvido, devia ter te apoiado e procurado uma solução pra nós. Eu sei que nossas escolhas acadêmicas foram diferentes, mas isso não devia ser motivo pra eu querer me separar, mesmo sabendo que eu estaria fodido pelo resto da vida por estar longe você. – Harry riu negando e viu o loiro pegar a mão em que ele agora tinha o anel. — Pode ter sido loucura ou precipitação minha, mas eu não queria e eu não podia deixar isso apenas na minha mente. Hazz, nós passamos muita coisa juntos, com certeza ainda vamos enfrentar muito mais, mas se estivermos juntos tudo vai ser melhor. Porque você é o melhor que eu poderia ter e querer, você me fez e me faz melhor a cada dia que passa. E eu te amo por isso.

— Okay, alguém precisa me tirar daqui antes que eu vomite sem nem termos chegado na Califórnia. – Blaise comentou ao ver os amigos se beijarem e sorrindo, eles o olharam. — Estou orgulhoso você, Draco.

— Obrigado cara.

— Quantas ameaças você recebeu? – o loiro coçou a nuca e deu de ombros vendo o melhor amigo rir. — Espero que tenha amadurecido...

O olhar de seriedade de Blaise voltou a reinar, os risos de desdém de Draco cessaram e ele apenas assentiu ao amigo. Ele sabia que assim como todos que lhe enviaram mensagens, Blaise havia ficado igualmente puto com toda a situação, mas ainda sim, preferiu apenas lhe questionar de forma retórica, o que talvez, tivesse lhe ajudado a cair realmente em si antes que Lucius completasse a sua tarefa.

Ele e Harry tinham apenas dezenove, sem sombra de dúvidas enfrentariam muitos problemas, alguns causando brigas mais intensas do que aquela, e talvez, a vontade de ir embora viesse, mas Draco sabia que se eles se mantivessem o diálogo em primeiro lugar, como Lucius e Narcisa sempre faziam com seus filhos, tudo ficaria bem.

No final, é o amor que sempre vence.

— Agora teremos que ajustar nossas viagens de ida a vinda a Londres. – Harry disse e Malfoy ergueu uma sobrancelha pra ele.

— Você não entendeu? Eu disse que iria com você..

— Eu sei, mas agora só estamos indo preencher meus dados e conhecer o lugar que vou ficar, mas quando eu realmente tiver que ir de vez pra Califórnia. – Draco balançou a cabeça rindo e se aproximou, segurando o rosto do moreno.

— Amor, eu vou mudar com você, nós dois vamos fazer faculdades juntos, na Califórnia, vamos dividir um apartamento longe do campus e vamos viver nossa vida e nosso romance lá. – Harry engoliu seco e sentiu os olhos marejarem, parecia que ele tinha "acordado" para os fatos que se seguiam agora, Blaise sorriu enquanto via o moreno de olhos verdes sem ação.

— M-Mas Draco, e sua família? Nossos amigos... Você não pode...

— Não posso deixar você sem mim, já te disse. Eu falei com meus pais e eles disseram que eu devia fazer o que me fizesse bem, e estar com você é o que me faz bem, Harry. Ainda não entendeu? – ele sorriu em meio as lágrimas. — Papai já organizou tudo, já temos lugar pra ficar e nas férias de verão, a gente volta pra casa.

— Eu não acredito. Draco, isso é tão clichê...

O loiro riu beijando as costas de suas mãos antes de encará-lo outra vez.

— Eu sei. Mas é o nosso clichê. Te amo.

— Eu também te amo.