结语

46 5 43
                                    

Liang Jie tinha quatro anos quando entendeu que sua mãe ficava triste naquele dia do ano

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Liang Jie tinha quatro anos quando entendeu que sua mãe ficava triste naquele dia do ano. Yan Da era sempre sorridente, vivaz, iluminada e apaixonada por Shi, mas havia um dia no ano em que esse brilho genuíno se apagava, como se fosse uma permissão para ela sentir-se melancólica. A menina, é claro, não entendia a razão daquilo, mas todos os anos a situação se repetia e seu pai ficava ao lado dela na cama abraçando-a quando eles voltavam da rua.

Um dia, ela perguntou ao pai porque a mãe ficava triste naquele dia do ano e Shi lhe contara que, muitos anos atrás, bem antes de ela nascer e dos dois se conhecerem, a mamãe tinha um amigo muito especial que havia ido morar nas estrelas, por isso, todos os anos, a mamãe lembrava daquela tristeza e ficava mais quietinha, então eles dois precisavam dar muito carinho para ela se sentir melhor. A partir desse momento, Liang Jie começou a marcar esses dias no seu calendário como o dia das lágrimas da mamãe.

Quando esse dia chegava, ela subia na cama dos pais bem cedinho e abraçava Yan Da dando um beijo no seu rosto, Shi levantava para preparar o café da manhã, e a menina continuava abraçada à mãe na cama, silenciosa, sem fazer perguntas. Yan Da lhe apertava suavemente contra si e beijava sua cabeça. Nesse dia ela nunca ia trabalhar nem Shi, e Liang Jie pedia para não ir a escola e ficar com a mãe, algo que o pai lhe consentia.

Apenas aos dez anos ela entendeu que os pais, naquele dia, visitavam o cemitério, colocavam flores e frutas no túmulo de alguém chamado Peng Yan. Todos os anos o ritual continuava. Só em seus quinze anos, Shi contou a ela o que realmente havia acontecido com Peng Yan e Liang Jie entendeu a dimensão da tristeza da mãe, colocou-se no lugar dela perdendo Xiao Ming ou Qiao Xin daquela maneira horrível. Assim, passou a também levar flores e conversar com o amigo morto da mãe, pedindo que que pudesse renascer e abençoar Yan Da para que ela não ficasse mais triste.

O relógio despertou as cinco e meia. Liang Jie abriu os olhos, sonolenta, e encarou o calendário marcado com um adesivo cinza. Lavou o rosto no banheiro e caminhou até o quarto dos pais que ainda dormiam, com cuidado, esgueirou-se na beira da cama deitando atrás de Yan Da, os pais sempre dormiam abraçados e a cama era larga o bastante para caber ela e Qiao Xin junto com eles.

Às seis e meia, Shi acordou e beijou a cabeça da filha, era o primeiro dia de Liang Jie na faculdade e a primeira vez que ela romperia a tradição de ficar ao lado da mãe o dia inteiro. Com a saída do marido, Yan Da acordou para sentir o braço da filha substituir o de Shi, ela esboçou um sorriso triste e virou-se para ela, abraçando-a.

- Sinto muito... - Disse baixinho.

- Por que, meu amorzinho? - Yan Da perguntou.

- Me sinto mal por deixar a senhora hoje... especialmente quando está em um estado tão delicado.

- Não sinta. - Beijou a testa da filha. - A dor da mamãe não precisa ser sua. Além disso, seu pai vai ficar comigo como sempre. Quero que você viva livre dessas sombras, elas já fizeram parte de tempo demais da sua vida.

爱如樱 |Love as Sakura - Livro 2 [+Extras]Onde histórias criam vida. Descubra agora