6. Você está dando em cima da minha namorada?

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- Andrew Chevalier, você está dando em cima da minha namorada? – perguntou Gael sinceramente e eu pude sentir irritação na voz dele.

- Ei, Gael, você até me ofende dizendo isso. Alexia é minha prima. Aposto que Estevan ficaria muito bravo se soubesse que você sequer mencionou esta possibilidade. Conheço Ale desde que ela nasceu.

Ale? Como assim "Ale"? Só meu avô me chama assim, de forma tão íntima. Quem é você, Andrew Chevalier, que chega do nada e toma conta de tudo?

- Ei, eu estou aqui. Detesto quando falam sobre mim fingindo que não estão na minha presença. – falei. – Gael, só estávamos conversando sobre quando éramos crianças. Fiquei oito anos sem ver "meu primo". Então estávamos lembrando divertidamente da nossa infância. – olhei para Andrew. – Não tente deixá-lo com dúvidas com relação a mim, Andrew. Eu não sou este tipo de garota.

Andrew me olhou sarcasticamente, com um meio sorriso. Saí e deixei os dois ali sozinhos, sentindo meu rosto pegar fogo.

Andei até o local onde ficava a cabine de transmissão sonora, num prédio de três andares e fiquei lá. Subi até o terceiro andar e fiquei lá, sozinha. Era muita coisa acontecendo em tão pouco tempo com uma pessoa que levava a vida mais pacata e monótona de todas em Alpemburg. Se eu não fosse tão sonhadora, eu poderia imaginar que Andrew Chevalier estava "me cantando". Mas eu sabia que tudo poderia ser parte de uma brincadeira inocente, como quando éramos crianças. Ele sempre foi um garoto legal e gentil. E ainda era assim, com todos. Por isso ele era tão amado pelas garotas e fãs em geral.

Peguei meu celular e abri a página dele numa rede social e comecei a olhar as fotos postadas, que certamente eu já havia visto anteriormente. E lá estava ela, Laura, tomando conta do perfil dele. Eles pareciam se divertir e fazer muitas coisas juntos. Lembrei de quando foi mencionado, há oito anos atrás, que eles já haviam se beijado. Será que os dois tinham algum relacionamento escondido? Afinal, haviam se beijado, mas eles eram primos de verdade, já que a mãe dela era irmã de Katrina e de Magnus. Acho que eram mais que primos... Primos duplamente... Muito primos... Quase irmãos. A quem eu estava tentando enganar? Eu estava morta de ciúme. E por que eu estava olhando novamente as fotos dele?

Desliguei o telefone e sentei na cadeira almofadada, de frente para o microfone, olhando grande parte do autódromo. Eu precisava pilotar um carro... Ou morreria sufocada com meus pensamentos, que tentavam tirar minha sanidade mental.

Fiquei ali, sozinha, cheia de pensamentos, até ver meus pais voltando abraçados, depois das dezenas de entrevistas. Enfim, hora de voltar para casa. E junto dos Chevalier.

Desci a escadaria e me juntei à minha família e aos nossos futuros hóspedes. Por que Gael ainda estava ali?

Minha mãe organizou os carros que voltariam ao castelo de forma que eu e minhas irmãs ficaríamos em um e ela e meu pai com os Chevalier em outro. Gael voltaria em seu próprio carro... E não tenho certeza se iria para minha casa ou para a dele.

Assim que chegamos no carro, Pauline disse:

- Como Henry ficou tão lindo e eu nunca me dei conta?

- Acho melhor você nem pensar nisso, Pauline. Não sei o que nosso pai acharia pior: Alef ou Henry.

- Por que eles foram nascer primos do nosso pai... – ela lamentou.

- Eu ganhei a coroa de flores de Andrew. – disse Aimê orgulhosa. – Se ele beijou Alexia quando ela tinha dez anos, acham que pode me beijar também?

- Não acredito que você saiu da mesma barriga que nós. – falei fazendo cócegas nela, que se atirou gargalhando no banco.

Quando nós duas paramos, Pauline disse:

Acordo de Amor com um Chevalier (DEGUSTAÇÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora