II - My Body's Made of Crushed Little Stars

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I should tell them that I'm not afraid to die

I better ace that interview

I work better under a deadline

I work better under a deadline

I pick an age when I'm gonna disappear

Until then I can try again

Until then I can try again


Acordar era irritante o suficiente. Acordar com dor de cabeça era um pesadelo para Tadashi.

Ele odiava as manhãs. Que horas eram, aliás? Chutou algo entre sete e nove. Não tinha ideia do quanto dormiu, só sabia que não havia adiantado coisa nenhuma. Sentia-se como se tivesse sido empurrado do décimo andar de um prédio.

Apesar disso, agradeceu por pelo menos não ter sido acordado por um toque de celular. Era algo raro de se acontecer. Talvez estivesse em um sono tão pesado que não ouviu, ou, num cenário mais improvável, Ainosuke ainda não resolveu o incomodar.

A lembrança de Ainosuke parecia errada de alguma forma. Não sabia bem o porquê, mas sentia que não deveria se preocupar com o chefe naquele momento. Talvez algo tivesse acontecido na noite anterior. Explicaria a dor infernal que estava sofrendo agora.

Tadashi abre devagar os olhos. A luz é incômoda e as cores estão borradas, mas ele se acostuma aos poucos. Quando as imagens se tornam nítidas, ele leva um susto.

Aquela não era sua casa, muito menos a mansão de Ainosuke. Não tinha ideia de onde estava.

Ele senta no sofá num pulo, em pânico, fazendo um cobertor fino deslizar sobre seu peito até o colo. Entretanto, sua cabeça pesa tanto que o obriga a deitar-se novamente.

— Só fique com Reki até o fim da tarde, tudo bem? Cherry vai te buscar assim que puder.

Reki?

Cherry?

Tadashi reconhecia aqueles nomes e aquela voz.

Antes que pudesse se manifestar, Kojiro Nanjo surge no cômodo onde estava.

— Vou desligar agora — Ele fala para a pessoa da ligação assim que põe os olhos no homem recém-acordado e bastante confuso em seu sofá — Até mais tarde.

Tadashi observa-o deixar o celular de lado e logo depois se aproximar de onde estava, suspirando.

— Primeiro de tudo, os comprimidos para dor estão na mesa de centro.

Tadashi pisca. Seu olhar vai até as duas pílulas e o copo de água esperando no lugar onde haviam sido indicados. Preguiçosamente, ele estica o braço para alcançá-los e os toma com calma, sendo vigiado a todo momento. Quando põe o copo de volta no móvel, Nanjo continua falando.

— As coisas ficaram complicadas com Adam?

Com os pensamentos agora mais claros, Tadashi busca pelas memórias da noite passada. Os flashes vêm de maneira muito vaga: lembra-se de estar cansado e de ter perdido a paciência quando Ainosuke o pediu para coletar as imagens de Langa. Lembra-se de ter saído do carro depois de confrontá-lo e de ouvi-lo gritar seu nome. Por último, lembra-se de ter ido direto para um bar. O que quer que aconteceu a partir daí foi cortado pela sua mente, inclusive como ele chegou à casa do antigo amigo de Ainosuke.

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