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Você encarou o garoto a sua frente, decepcionada. Os olhos vermelhos, a voz grogue e o jeito de andar denuncia tudo. Rafe sorriu ao te ver, estranhou o fato de você não ter respondido a ele.
— S/A! O que aconteceu? — ele chegou perto de você e cerrou os olhos.
— O que aconteceu? Você ainda pergunta Rafe? Porra! — você se levantou, levantando os braços e os deixando cair, batendo em suas coxas brava.
— Sim, o que aconteceu?
— Porra Rafe! Olha pra você, outra vez. — você fechou os olhos suspirando, tentando manter a voz firme. — Todas as vezes que você vem me ver, é isso que eu encontro, um Rafe totalmente chapado! EU TÔ CANSADA! Você pensa que eu não vejo? Eu sei que você anda devendo, como sempre.
— Olha, e isso importa?
— Claro que importa, idiota. Sabe que eu me preocupo com você, eu te amo. Só que você me deixa de lado pra ficar com seus colegas, você fica longe o dia inteiro e quando me procura é pelo sexo. E ainda por cima drogado. Se continuar desse jeito, não vai dar mais.
Rafe te olhou arregalando os olhos e correndo até você, segurando seus ombros. Por mais idiota e babaca que ele fosse as vezes, ele te ama.
— Não! Você tá querendo terminar? — na sua voz tinha desespero, ele não suportaria não te ter na vida dele. Com carinho, você colocou a mão no rosto do loiro e acariciou sua bochecha.
— Eu tentei te ajudar, eu ainda tô aqui pra te ajudar, você sabe disso... — as primeiras lágrimas caíram, você o viu chorar algumas vezes, e doía.
— Me perdoa, me perdoa...— Você embalou Rafe em um abraço, onde ele se agarrou. — Eu não sei como parar.
— Eu tô aqui pra te ajudar, amor. — você separou o abraço e limpou o rosto molhado do garoto, que soluçava. — Vem.
Rafe se deitou na cama, retirando os tênis e você deitou ao seu lado, ele agarrou sua cintura já não chorando mais. Suas mãos fazia um cafuné nos seus cabelos.
— Sabe, acho que o primeiro passo pra começar a mudar é você ir na terapia. Sei que se sente inútil dentro daquela casa, Rafe. — você ao menos percebeu que Rafe agora dormia tranquilo em seu colo, agarrado a você como se pudesse fugir a qualquer momento.
alguns dias
Rafe entrou na cozinha em passos lentos e preguiçosos. Seus cabelos estavam bagunçados e o rosto enchado pela noite de sono. Você estava fazendo café quando sentiu as mãos do loiro em seus quadris.
— Bom dia. — você se arrepiou com a voz rouca de Rafe e com o beijo inocente em seu pescoço.
— Bom dia, aurora.
— Hum? — ele resmungou confuso.
— Enquanto você dormia, eu fui na academia, no mercado, voltei, tomei banho, fiz misto e tô terminando o café e você babava no travesseiro. — você debochou observando o rosto dele ficar vermelho.
— Você tem o pique, eu não.
— Ahamm... Encontrei sua irmã hoje. — comentei terminando de colocar o café na garrafa.
— E?
— É aniversário dela esse final de semana, por mais que você ache que não é mais da família, ela quer que você vá. — você passou os braços em volta do pescoço de Rafe e depositou um selinho em seus lábios. Rafe passou os braços pela sua cintura.
— Bem, se você for comigo, acho que consigo aguentar.
Rafe está morando com você desde do ocorrido de quase termino entre vocês. Agora ele está em um tratamento com remédios e terapia. Ele vem sendo um cara totalmente diferente, talvez o Rafe por quem você se apaixonou do ensino fundamental.