The Poison Garden| Sevmione

35 | Agapantos

22 de dezembro de 2001

Hermione acordou com o som de água corrente. Resmungando, ela estendeu a mão para Severus, apenas para encontrar lençóis vazios e frios em seu lugar. Ela se sentou com um suspiro.

O som mudou quando seu batimento cardíaco desacelerou, passos distantes substituíram o barulho da água. Ela estava no quarto de Severus, na cama dele. Ao pé da cama, dobrada em cima do grosso edredom branco, havia uma pilha de roupas trouxas. Hermione riu ao reconhecer o suéter e o jeans como coisas que ela comprou nos anos 80.

Enquanto se vestia, ela olhou em volta para os detalhes que havia perdido na noite anterior: paredes azuis escuras, uma fileira de estantes pela metade, uma fotografia mágica emoldurada dela e de Severus em uma das mesas de cabeceira.

Depois de entrar no banheiro para enxaguar o rosto e usar o arsenal de produtos de higiene dental que ele tinha preparado para ela, ela foi até a cozinha. Como o resto da casa, era completamente diferente. Novos armários e bancadas, azulejos em vez de linóleo gasto, sem mais papel de parede amarelo mostarda descascando. Severus, também vestido de trouxa, examinava o conteúdo da geladeira.

— Bom dia — disse ele, inclinando-se para dar um beijo doce e lento em seus lábios. — Eu estava prestes a sair para comprar algo para o café da manhã. Aparentemente eu preciso comprar leite também, porque Charity acredita que minha geladeira é uma extensão da dela, que pode ser invadida.

Hermione passou os braços ao redor dele e aqueceu as mãos frias, colocando-as sob o suéter e apoiando-as na parte inferior das costas. Ele apenas resmungou um pouco.

— Sua geladeira realmente tem coisas dentro? — ela perguntou. — Coisas que não são condimentos vencidos? As coisas realmente mudaram por aqui. Parece uma casa totalmente nova.

— Mmn. É, de várias maneiras. Você deveria dar uma olhada enquanto eu estiver fora. — Olhando para a janela, que mostrava apenas a garagem vizinha aos olhos de Hermione, ele acrescentou: — Charity Burbage arrasa no número dezenove da Spinner's End.

A vista além do vidro mudou, ficou frondosa e selvagem, como se seu jardim estivesse acordando para recebê-la em casa.

Hermione sorriu.

— Suponho que Charity escolheu a frase para o Fidelius?

— Obviamente. É uma pequena pena que eu tenha tido pouca necessidade de dizer isso.

Assim que Severus saiu, Hermione decidiu examinar o jardim primeiro. Ela calçou um par de botas de couro de dragão e saiu. Uma espessa camada de gelo delineava galhos mais altos e arbustos maiores do que aqueles que ela cuidava. Severus e Charity fizeram um bom trabalho em mantê-lo ao longo dos anos. Hermione estalou a língua apenas uma vez, parando para cortar algumas flores esquecidas e murchas. Tudo no jardim havia sido plantado por suas mãos, exceto uma árvore carregada de romãs. Fawkes empoleirou-se no alto dos galhos, vibrando um gentil olá. Um Dionísio grisalho soltou um pio estridente e pulou de um membro inferior para acariciar a bochecha de Hermione. Ela sorriu. Entrando no encanto do clima quente que cercava a árvore, ela colheu uma das frutas.

De volta para dentro, ela encontrou vários pratos, tigelas e canecas nos armários. O suficiente para convidados. Ele costumava ter apenas dois de tudo. Não havia muito para explorar no andar de cima – apenas o que um dia fora seu quarto de infância. Hermione encontrou-o completamente vazio, as paredes eram de magnólia suave. Uma lousa em branco.

Ela não tinha notado o sofá quando montou nele na noite anterior, pois estava compreensivelmente distraída, mas isso também era diferente - não a coisa marrom-escura que já estava puída em 1987. As estantes que cobriam o sofá as paredes da sala de estar não estavam mais abarrotadas. Havia lacunas aqui e ali, como se ele estivesse abrindo espaço para adicionar a coleção dela à dele. Nem de longe espaço suficiente, mas ainda assim. O gesto a fez sentir-se aquecida por dentro.