Afeto ; larry stylinson

capítulo 14

da uma atenção aqui antes: gente a mãe do lou não vai se chamar Jay, porque não gosto de fazer os parentes dos meninos serem malvados, fico com peso na consciência, ai dei outro nome, yeah? 

AVISO DE GATILHO
tem outra cena de homofobia nesse capítulo, o mesmo esquema daquele outro cap. mas também tem manipulação emocional e menção a suicídio. nada é intenso demais ou muito descritivo, mas se mantenham atentes quanto ao seus limites.

boa leitura nenéns :)

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Era por volta das dezoito horas, Louis estava no sofá do apartamento que dividia com Liam. Suas mãos esfregando suas têmporas e seus cotovelos estavam apoiados em suas coxas, enquanto a mão direita segurava o celular em seu ouvido, escutando a voz de sua mãe falar firma e decididamente.

- Mãe... - Tomlinson ouviu a mulher pigarreando do outro lado e se corrigiu - Mary, eu realmente estou me certificando que não tenho nenhuma segunda intenção, ou más intenções... eu apenas sinto muita saudade delas! - Louis suspirou alto e audivelmente, seu cansaço era extremamente nítido. - Eu não... não quero que elas achem que eu não as amo, que elas têm um irmão que não se importa com elas. Eu entendo a nossa relação e com o pai ser um pouco intensa, mas não precisa ser com elas também - dessa vez sua mãe que suspirou alto pelo o outro lado da outra linha.

- Louis William, se você realmente as amasse, se me amasse e amasse seu pai, não tomaria as escolhas que tomou. Você não vê? Nós, nós demos tudo por você! Fizemos tudo para que você fosse uma pessoa estruturada e bem encaminhada. Mas você - ela se referiu com um nítido desgosto na voz - optou por ser essa pessoa ingrata que é. Você não tem gratidão pelo nosso esforço, por todo o amor que demos à você! E isso é o que mais machuca meu coração, Louis, a sua falta de gratidão com a gente.

Louis estava tão cansado, com os olhos pesados, a visão girando, o corpo doendo e agora sua cabeça também. Era sempre a mesma manipulação emocional, as mesmas palavras escolhidas para tornar Louis um grande vilão. Quando, na verdade, Louis nunca foi um filho mal, ele nunca foi nem uma pessoa má, ele apenas tentou defender sua verdade, sem ao menos impor isso a ninguém, viveu secretamente sua sexualidade e sua expressão de gênero sem que ninguém visse. Mas, mesmo assim, eles o faziam soar mal o suficiente para que a crueldade e intolerância que eles cometiam com Louis fossem justificadas em suas mentes.

- Você me fez sofrer muito, você não faz ideia do quanto o que você escolheu me machucou por dentro. Eu perdi toda a vontade viver, Louis... - ela chorava e dizia as palavras lentamente. - Você tem noção do que é isso? Não querer viver? E, ainda por cima, por causa do meu próprio filho. Você quase fez sua mãe se matar, Louis!

E agora pronto, esse era o ápice daquela conversa. Como sempre, o assunto começou a ser focado em Mary, era sempre como ela se sentia, o que ela achava, o que ela queria. Mary fazia esse jogo emocional com todos à sua volta, mantendo-os abaixo dela, fazendo todos temê-la e ao mesmo tempo ser o centro de suas vidas. Ela era assim com as irmãs de Louis também, criticando fortemente seus corpos, suas aparências, a forma como se vestiam, fazendo brincadeiras com a personalidade delas... contudo, sempre que algo ia contra Mary - como o fato de Louis não ceder e defender a sua verdade -, entrava em cena uma grande manipulação e jogos emocionais, tentando fazer com que as pessoas sintam pressão o suficiente para ceder o que ela quer.

- Mary, eu... uh, você sabe que eu nunca quis te machucar, eu nunca quis te decepcionar... - Louis falava chorando um pouco, e o gato de pelagem marrom andou entre suas pernas se esfregando em sua calça e o olhando em seus olhos pedindo carinho, Louis estendeu sua mão livre até a cabeça do felino que fechou os olhos satisfeito, fazendo Tomlinson voltar para a realidade e ver que estava caindo, novamente, na armadilha de sua mãe. - O quê? Não, não! Caramba, eu nunca nem fiz nada! Eu nunca briguei com você, nem nunca levantei a voz pra você... eu, eu só disse que não mudaria quem eu sou, eu... - e ele bufou zangado - eu nunca fui ruim, você faz eu parecer ruim e afasta minhas irmãs! Você sabe muito bem, porra, você me criou, sabe que eu nunca faria nada de ruim com ninguém... que merda! Você sempre faz isso, você me culpa sendo que vocês foram os adultos responsáveis por um menor, que o expulsaram sem ter onde ficar, colocando toda a família contra mim!