Capítulo 8 - Memories

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Os médicos pediram para não contar nada do que acontecera à Emi, para não a sobrecarregar, ela lembrar-se-ia de tudo mais cedo ou mais tarde. Parece a Cadence... agora que passo por isto sei como doi. Mas pelo menos tenho a minha irmã de volta e agora não sairei do lado dela.

- Que colar bonito. – Digo-lhe para fazer reviver algumas memórias.

- Pois é, sabes quem mo deu? – Pergunta. A perda da sua memória é parcial, não se lembra de nada depois de Agosto. Não se lembra da Ellen, do Ethan nem dos nossos últimos momentos juntas.

- Fui eu, como prenda de Natal.

- Desculpa, não me lembro... Quem era aquele rapaz que me chamou boneca no hospital?

- Ethan, irmão do Tyler, joga futebol pela equipa da escola.

- Não me diz nada.

- Qual é a última coisa que te lembras? – Pergunto.

- Lembro-me de irmos à piscina no fim das férias de verão, a partir daí é um borrão negro.

Tenho de a levar a um sítio especial. Alguma coisa que restaure um pouco da sua memória.

O troféu! Peço-lhe para me seguir até ao seu quarto, mostro-lhe o troféu, mas não se lembra como o ganhou. Está um pouco difícil...

Pego no telemóvel e ligo ao Ethan. Peço-lhe para vir cá a casa e falar com ela como se fosse a primeira vez. E ele veio.

- Ele de novo? – Diz a Emi, percebo que o coração do Eth lhe cai aos pés.

- Fala com ele mana. – Peço e ela aceita.

Estão no quarto da Emi a falar à horas, li um livro enquanto isso, mas nada afasta a minha cabeça da Emi. Nem o anel que o Ethan lhe deu a fez lembrar de alguma coisa.

- Alguma coisa? – Pergunto ao Eth quando ele sai do quarto dela.

- Nada, nem sei se confia em mim. – Diz.

- Ela vai. – Digo-lhe.

- Espero que sim. Bem, Scar, tenho de ir.

- Adeus. – Despeço-me.

Amanhã vou levá-la a Boston, vamos reviver o nosso primeiro dia na cidade.

Ela tem andado um pouco em baixo, mas espero pô-la para cima.

............

- Acorda sua dorminhoca! – Acordo-a com um abano leve.

- Scar... - Protesta.

- Veste-te, vamos sair.

Custou tirá-la da cama, mas lá vamos nós a caminho de Boston, onde tudo é melhor.

Vamos ao café onde fomos mal aterramos em Boston.

- O mesmo da última vez?

- Vai ser sempre o mesmo. -Diz a Emi. – É o melhor chocolate quente do mundo.

- Já sabes, em Boston tudo é melhor! – Digo a sorrir. Faço sempre esta referência ao único livro que ela leu na vida, "Isto acaba aqui" da Colleen. Viemos a Boston à procura de um Atlas e para deixar um Ryle para trás.

- Em Boston tudo é melhor! – Repete e entramos no café.

Falamos de muita coisa que tínhamos saudades, os bolos da mãe, as voltas no carro de corrida do pai, a escola e os nossos amigos. A nossa casa, principalmente.

Vamos ao Boston Common, o parque mais antigo e bonito da cidade. Sentamo-nos na relva e olhamos para as nuvens a comentar as suas formas estranhas como quando éramos crianças. Tiro um livro da bolsa e leio. A Emi liga os fones ao telemóvel e fica a escutar música de olhos fechados, a sentir o sol. Vamos ao zoo como último ponto. Damos de comer a alguns animais e rimos como perdidas com as coisas estúpidas que os animais faziam. Sentamo-nos a comer um gelado em forma de abelha em frente ao lago do zoo. Rimos das crianças que faziam asneiras e sentimos pena dos pais que tinham de as acalmar.

Gémeas - Love storyOnde histórias criam vida. Descubra agora