Senti uma repentina falta de ar e procurei o corredor mais próximo, onde não houvesse garçons com bandejas de comida ou convidados socializando. Encontrei um largo corredor cheio de portas fechadas. Entre eles, havia lindas fotografias de árvores, neve, lábios, mãos e costas.
Para onde eu estava indo? Haveria ainda mais coisas sobre o Draco para eu descobrir? Será que eu encontraria um quarto cheio de coisas de mulher? Será que a razão para ele sempre ter aceitado tão bem minha exigência de ficar longe de seu apartamento era o fato de que isso o permitia ter privacidade com outra pessoa?
Por que diabos eu estava ali, afinal de contas?Ouvindo passos se aproximando, eu rapidamente me escondi num quarto no fim do corredor.
Dentro, longe das pessoas, o silêncio era tanto que eu podia ouvir minha própria pulsação batendo em meu ouvido.
E então, olhei ao redor.Era um quarto enorme, com uma grande cama no centro. No criado-mudo, onde estava o único abajur aceso, havia uma foto minha num porta-retratos.
Na foto, eu estava de pé encarando a câmera, com meus dedos em cima dos botões da camisa e os lábios separados. Olhei para aquilo sentindo surpresa e alívio ao mesmo tempo.
Eu sabia exatamente que foto era aquela. Ele tinha acabado de dizer que me amava.
Virei e olhei a parede atrás de mim. Havia mais fotos: minhas costas enquanto eu desabotoava o sutiã. Meu rosto sorridente olhando para baixo e desabotoando a saia. Meu rosto olhando para ele debaixo do sol da manhã.Comecei a andar cambaleando, querendo escapar da percepção de que eu tinha estragado tudo. De que havia mais coisas ali para eu entender. Mas, quando passei por outra porta, eu me deparei com um grande closet e, se ainda era possível, tudo piorou.
O lugar estava explodindo com intimidade. Havia provavelmente trinta fotos de nós dois, todas em preto e branco, de diferentes tamanhos, artisticamente penduradas na parede.Algumas eram recatadas e simplesmente lindas. A imagem de seus lábios pressionados no topo do meu pé. Seu polegar em cima de um pequeno espaço de pele enquanto levantava minha camisa.
Algumas eram eróticas, mas discretas, sugerindo momentos onde nos perdíamos um no outro, mas sem mostrar demais. Meus dentes mordendo sua orelha, onde apenas minha boca e queixo eram visíveis, mas meu estado de clímax era claro. Minha barriga debaixo de seu corpo. Minhas unhas se enterrando em seus ombros, minhas coxas levantadas para o alto.
Outras fotos eram totalmente depravadas. Minha mão agarrando seu pau duro. Seu corpo desfocado e contorcido por trás de mim.Mas aquela que me fez congelar ali mesmo era uma foto tirada na noite em que transamos em meu apartamento. Eu nem tinha percebido que Draco tinha programado o timer, com a câmera em cima do meu criado-mudo.
Na foto, Draco estava por cima, com os quadris flexionados enquanto me penetrava. Uma das minhas pernas enlaçava sua coxa. Ele se apoiava nos braços e se abaixava para me beijar. Nossos olhos estavam fechados, mas os rostos não mostravam qualquer tensão.
Aquilo era nossa essência, capturada numa única e perfeita imagem de nós dois fazendo amor.
E, ao lado, havia mais uma foto de seus lábios abertos em meu seio, com seus olhos focados em meu rosto mostrando uma completa adoração.
– Oh, meu Deus – sussurrei.
– Ninguém pode entrar aqui.
Pulei de susto, pressionando meu peito ao ouvir sua voz. Fechando os olhos, perguntei:
– Nem mesmo eu?
– Principalmente você.
Eu me virei para olhar em seu rosto, mas isso foi um erro. Eu deveria ter respirado fundo e me preparado para encarar sua imagem de perto: todo arrumado e incrivelmente lindo.
Mas, por dentro, ele parecia vazio. Linhas escuras circulavam seus olhos, que não sorriam.
Os lábios estavam duros e pálidos.
– Estava difícil ficar lá fora – admiti. – A sala, o sofá… Ele olhou para mim com olhos endurecidos.
– Foi difícil para mim também quando voltei para casa depois de São Francisco, sabe?
Pensei em jogar fora toda a mobília.
Nós caímos num pesado silêncio até que ele finalmente desviou o olhar. Eu não sabia por onde começar. Tive que me lembrar que seu celular tinha fotos de outras mulheres, algumas mais recentes do que as minhas. Mas ali, naquele quarto, ele parecia mais machucado do que eu.– Não entendo o que está acontecendo agora – admiti.
– Eu não preciso que minha humilhação seja jogada na minha cara desse jeito – ele disse, fazendo um gesto para as fotos. – Acredite em mim, Astroia, eu já me sinto bastante patético sem você vir até aqui sem ser convidada – ele olhou para a foto onde meus lábios beijavam sua cintura. – Fiz um acordo comigo mesmo. Iria deixar as fotos penduradas por duas semanas, e depois tiraria.
– Draco…
– Você disse que me amava – seu exterior calmo se partiu levemente; nunca o vi tão bravo antes.
Eu não sabia o que dizer. Ele usou o verbo no passado. Mas nada parecia tão presente quanto meus sentimentos por ele, principalmente naquele quarto, cercada pela evidência daquilo que nos tornamos naquela noite.
– Você tinha fotos de outra mu…
– Mas se você me amasse da mesma maneira que eu te amo – ele me interrompeu, – teria dado uma chance para eu explicar o que você viu no Post.
– Mas quando explicações são necessárias, geralmente já é tarde demais.
– Você deixou isso bem claro. Mas por que presume que eu fiz algo errado? Por acaso eu já menti para você alguma vez? Eu confiei em você. E você presume que eu nunca me machuquei e que a confiança vem fácil para mim. Você fica ocupada demais protegendo seu coração para perceber que talvez eu não seja o filho da mãe que todos esperam que eu seja.
Qualquer resposta que eu pudesse dar se dissipou quando ele disse isso. Draco estava certo.
Depois do que me contou sobre Pansy e sua vida romântica depois dela, eu presumi que tinha sido fácil para ele, e também pensei que ele não tinha experiência com o lado difícil do amor.
– Você poderia ter me deixado explicar – ele disse.
– Estou aqui. Então me explique agora.
Seu rosto ficou ainda mais fechado, mas concordou.
– A pessoa que roubou minha mala vendeu as fotos como se fossem dela. Os idiotas do Celebritini encontraram cento e noventa e oito fotos suas. Estavam no meu cartão, no meu celular e num pen drive. Se tivessem descoberto a senha do meu laptop, teriam encontrado outras duzentas fotos. Mas, mesmo assim, eles decidiram publicar uma foto dos seus quadris e a foto de uma mulher que eu nunca vi antes.
Senti minhas sobrancelhas se curvarem sem entender; meu coração batia desesperadamente em meu peito.
– Você quer dizer que eles simplesmente colocaram lá no site? A foto não era sua?
– A foto estava no meu celular – ele disse, olhando de volta para mim. – Mas eu não sei quem ela é. Era uma foto que o Blaise tinha me enviado naquela manhã, um pouco antes da minha mala ter sido roubada. Era de uma mulher com quem ele ficou algumas vezes, vários anos atrás.
Balancei a cabeça, ainda sem entender.
– Por que ele enviaria isso?
– Eu contei a ele sobre as fotos artísticas que tirei de você e como tudo isso era novo para mim. E, como sempre, ele fez piada dizendo que obviamente já tinha feito isso antes. Tirar fotografias de amantes, fotografias artísticas. Era uma piada entre melhores amigos. Ele estava tirando sarro de mim. Percebeu que eu estava sendo sincero e amava você de verdade – Draco deu um passo para trás e se encostou na parede. – E estava fazendo piada sobre isso no dia anterior à viagem. Ele perguntou se eu tinha enchido meu celular com pornô da Astroia. E enviou aquela foto só porque estava sendo um cretino e tirando sarro. Mas não podia ter sido numa hora pior.
– O artigo dizia que havia fotos de várias mulheres.
– Foi uma mentira.
– Por que você não me disse isso? Por que não deixou uma mensagem de voz ou de texto falando a verdade?
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Estranho Irresistível = Drastoria =
Fanfiction⚠️ essa fic e uma adaptação do livro estranho irresistível da Cristina Lauren , todos os direitos da fic são dela ⚠️ ⚠️ Fanfic postada no Spirit fanfic e wattpad ⚠️ Um charmoso playboy britânico. Uma garota determinada a finalmente viver. E uma liga...