☙ Quatorze

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Eu estava em Nova York há dois meses e até então não sabia dizer como passava meu tempo fora do trabalho. Eu corria. Tinha alguns amigos com quem me encontrava para ir a shows, tomar café ou beber alguma coisa. Conversava com meus pais algumas vezes por semana. Não me sentia solitária; certamente minha vida estava mais cheia aqui do que no final do meu tempo em Chicago. Mas a maior parte da minha vida fora do trabalho tinha a ver com Draco.

Como diabos isso foi acontecer?

Sexo casual: você está fazendo isso errado.
Por outro lado, da parte dele, draco nunca pareceu surpreso com nada que acontecia entre nós. Não se surpreendeu quando o coagi a transarmos na boate, ou quando fui até seu escritório oferecendo sexo e nada mais, e nem mesmo quando fui atrás dele em seu prédio e acabei caindo em lágrimas debaixo do chuveiro, implorando para transar comigo e fazer todo o resto desaparecer.

Até mesmo seus amigos eram incríveis. Derek era provavelmente o maior ser humano que já conheci, e, embora não fosse exatamente ligeiro com os pés, dançar com ele foi uma das coisas mais divertidas que fiz nos últimos tempos... com exceção de todas as horas que passei com Max, é claro.

Eu me despedi de Derek e ele piscou para mim, acenando com a cabeça para onde draco estava e lembrando aquilo que me disse na pista de dança:

- Esse cara aí é um tonto.

Debaixo da única luz da pista de dança, Derek parecia ainda mais coberto de lama que antes. Olhei para meu vestido e notei algumas impressões digitais em meu ombro.

- Ele não é tão ruim assim.

Rindo, Derek afagou minha cabeça.

- Ele é o pior, é legal com todo mundo e nunca faz nada de errado. Sempre está lá para os amigos, nunca age como um filho da mãe - ele piscou. - Que maldito pesadelo.

Depois de agradecer à Maddie quando saímos, ainda ouvi a cantoria bêbada do resto do time enquanto draco chamava um táxi e abria a porta para mim.

- Vejo você daqui a pouco - ele disse, antes de fechar a porta e acenar levemente pela janela enquanto o motorista acelerava.
Olhei pela janela de trás. Draco estava de pé, observando meu táxi desaparecer pela avenida Lenox.

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Decidimos por algo mais simples para o jantar: hambúrguer numa pequena e silenciosa lanchonete no East Village.
O silêncio era bom. A quietude iria ajudar a abafar o caos na minha mente. Meu plano de apenas me divertir, ser selvagem e manter as coisas separadas tinha ido para o espaço.

Fui para casa e tomei um banho para tirar a lama depois de dançar com Derek e draco,depois escolhi um vestido azul simples. As canções do bar ainda ecoavam em meus ouvidos e deixei minha mente imaginar como seria encontrar seus amigos de novo: abraçada com Draco no sofá de um amigo assistindo um filme com eles, ou tomando uma xícara de café em uma partida de rúgbi. Cada uma das fantasias parecia agradável, mas parei de pensar nisso quando as catracas da minha mente começaram a agir como o advogado do diabo, analisando demais e criando preocupações demais.

Saí e tranquei meu apartamento, lembrando a mim mesma: Uma coisa por vez. Ninguém está obrigando você a fazer nada disso.

Mesmo numa noite de sábado, com as pessoas saindo para desfrutar o preguiçoso pôr do sol, o Village estava menos agitado do qualquer dia que passei no centro da cidade. Quando foi que este lugar se tornou tão aconchegante? Draco escolheu um restaurante perto do meu prédio - eu não precisava mais ler cada placa de rua para me localizar.

Fios com pequenas lâmpadas amarelas iluminavam a entrada e um sininho soou quando abri a porta. Draco já estava lá, de banho tomado e sentado nos fundos lendo o New York Times.

Estranho Irresistível = Drastoria = Onde histórias criam vida. Descubra agora