Quando eu era jovem e inocente, Demitri Gerard foi o segundo cliente que tive. Ele tinha uma empresa pequena, mas rentável, que comercializava antiguidades no norte de Londres.
No papel, o negócio não tinha nada de especial: ele pagava as contas no prazo, tinha uma lista de clientes fiéis e, em um ano, fazia mais dinheiro do que gastava. Mas o ponto realmente excepcional era sua habilidade incrível de farejar achados que poucas pessoas sabiam existir.
Peças que, nas mãos certas, eram vendidas por pequenas fortunas para colecionadores do mundo todo.
Ele precisava de capital para expandir e, eu soube mais tarde, para bancar uma longa lista de informantes que o mantinham atualizado sobre o que se descobriria por aí. Informantes que permitiram que ele se tornasse um homem muito, muito rico. Legalmente, é claro.
De fato, Demitri Gerard se tornou tão bem-sucedido que era dono de doze galpões apenas em Nova York, sendo que o maior deles ficava entre a Décima Primeira e a Kent.
Tirando o papel do meu bolso, digitei o código que Demitri tinha me passado por telefone pela manhã. O alarme tocou duas vezes antes da fechadura da porta se abrir com um som metálico.
Com um rápido gesto para o meu motorista, abri a porta pesada, ouvindo meu carro partir enquanto eu entrava lá dentro.
Um elevador de carga me levou até o quinto andar e eu tirei meu casaco, dobrando a manga da camisa e olhando ao redor.
Paredes e chão de cimento liso, luminárias penduradas nas vigas do teto.
Demitri usava esses prédios para guardar coleções que seriam vendidas mais tarde em leilões ou transportadas para vários negociantes. Ainda bem que esta coleção ainda não tinha sido vendida.
A luz do sol ainda entrava pelas janelas sujas e rachadas que se alinhavam em duas paredes do galpão, e fileiras e mais fileiras de espelhos cobertos de panos preenchiam o espaço.
Cruzei o galpão, provocando nuvens de poeira a cada passo, e levantei uma cobertura de plástico da única peça de mobília do lugar: um sofá de veludo que eu tinha mandado entregar mais cedo. Sorri, passando as mãos na curva do assento, imaginando se Astroia estivesse ali, nua e implorando.
Perfeito.
Passei a hora seguinte cuidadosamente tirando a cobertura de cada espelho e os movendo ao redor, direcionando-os para o sofá que coloquei no meio de tudo. Alguns espelhos eram ornamentados, com grandes molduras douradas e vidros que envelheceram nas bordas com o passar do tempo.
Outros eram mais delicados, com detalhes esculpidos em madeira reluzente.
O sol havia se posto atrás dos prédios ao redor quando terminei, mas ainda brilhava o suficiente para que eu não tivesse que ligar as lâmpadas fluorescentes.
Uma luz tênue entrava pelas janelas, e, olhando meu relógio, percebi que Astroia chegaria a qualquer momento.
Pela primeira vez desde que pensei neste plano, considerei a possibilidade de que ela poderia não aparecer e o quanto isso seria decepcionante.
O que era estranho. É fácil desvendar a maioria das mulheres, que me querem por causa do meu dinheiro ou a notoriedade de serem vistas comigo.
Mas não Astroia . Nunca precisei me esforçar desse jeito para conseguir a atenção de uma mulher antes, e não sei como eu me sinto em relação a isso. Eu era mesmo um clichê tão grande assim?
Apenas querendo o que não posso ter? Eu me acalmei pensando que nós dois éramos adultos, nós dois queríamos aquilo e logo iríamos nos cansar e seguir em frente. Sem problemas.
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Estranho Irresistível = Drastoria =
Fanfic⚠️ essa fic e uma adaptação do livro estranho irresistível da Cristina Lauren , todos os direitos da fic são dela ⚠️ ⚠️ Fanfic postada no Spirit fanfic e wattpad ⚠️ Um charmoso playboy britânico. Uma garota determinada a finalmente viver. E uma liga...