☙ treze

26 0 0
                                    

Coloquei Astroia num táxi e fiquei olhando enquanto o carro desaparecia no meio do trânsito.

Merda.

Ela ignorou a chamada no restaurante, olhando a tela de relance antes de parar a vibração, mas não antes que eu pudesse ver quem era, e definitivamente não antes que eu pudesse ver sua tentativa de esconder sua reação.

THEO CEL Nunca vi alguém se fechar daquela maneira; era como se alguém tivesse apertado um botão e a luz tivesse apagado de seu rosto. Ela voltou a comer em silêncio e respondia apenas com monossílabos pelo resto do jantar. Tentei aliviar o clima, contei algumas piadas e flertei com ela desavergonhadamente, mas... nada. Após dez minutos, ela acabou com nossa situação, fingindo uma dor de cabeça e insistindo em voltar para casa de táxi. Sozinha.

Merda.

Continuei olhando para a rua enquanto meu carro era estacionado atrás de mim. Acenei para o motorista, abri a porta e entrei.

- Para onde vamos agora, sr. Malfoy?

- Vamos para casa, Scott - eu disse. Ganhamos a rua e fiquei observando a cidade passar diante de mim como um borrão. Meu humor piorava a cada quarteirão que passávamos.

As coisas estavam indo tão bem. Ela finalmente estava começando a se abrir, deixando eu entrar naquele cofre que era sua mente. Eu ainda estava digerindo sua revelação de que os pais eram donos de uma das maiores cadeias de lojas de departamento do país. E então, "theo cel". Maldito celular do Theo.

Uma raiva explodia em meu peito, e, por um breve momento, comecei a pensar qual era a frequência com que eles se falavam. Seis anos é um longo tempo e significava que eles tinham uma história juntos que seria difícil simplesmente varrer para debaixo do tapete. Não sei por que eu pensei que ele estava completamente fora de sua vida. Fazia sentido ela não querer outro relacionamento, mas seu distanciamento forçado parecia ir muito mais longe.

Talvez ele a quisesse de volta.
Franzi a testa enquanto deixava esse pensamento tomar conta da minha mente.
É claro que ele a queria de volta; como não? Pela centésima vez eu me encontrei pensando no que teria realmente acontecido entre eles e por que ela resistia tanto a me contar.

Estávamos quase no meu prédio quando meu celular vibrou em meu bolso.

Já cheguei em casa. Obrigada pelo jantar. Bjs.

Bom, esta noite realmente foi maluca.
Reli a mensagem e considerei ligar, sabendo que seria uma causa perdida. Ela era tão teimosa. Digitei ao menos dez respostas diferentes, apagando uma por uma antes de enviar.

O problema era que eu queria conversar sobre isso e ela não queria. E o problema era também que eu estava completamente sem coragem.

- Você se importa de dirigir por aí um pouco, Scott? - eu perguntei. Ele balançou a cabeça, virando e seguindo em direção ao parque. Procurei o número de blaise e liguei. Após duas chamadas, ele atendeu.

- E aí?

- Você tem um tempo? - perguntei, olhando as ruas pela janela do carro.

- Claro, espere só um segundo - ouvi um barulho ao fundo e depois uma porta se fechou. - Está tudo bem?

Encostei a cabeça no banco, sem saber por onde começar. Apenas sabia que precisava desabafar um pouco sobre essa confusão com alguém e, infelizmente para ele, essa pessoa em minha vida era o blaise.

- Não tenho ideia.

- Bom, isso não ajuda muito. Não recebi nenhum e-mail sobre algum incêndio, então acho que não é sobre o trabalho, certo?

Estranho Irresistível = Drastoria = Onde histórias criam vida. Descubra agora