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"Lindas garotas ao redor do mundo
Eu poderia estar atrás delas
Mas o meu tempo seria esperdiçado
Elas não são nada comparadas à você, amor
Nada comparadas à você, amor"
| Nothing On, Bruno Mars|



Rhydian Sullivan

ANTES:

25 de Setembro de 2000.

Era uma tarde de verão, quando meu pai decidiu que era uma boa ideia fazer um churrasco no quintal da nossa casa. Eu não gostei nem um pouco da ideia. Não gostei porque, eu não gostava da nossa nova casa, da nova cidade ou de tudo que era novo na nossa vida. Eu queria tudo como antes.

Morávamos em Nova Iorque, eu amava aquela cidade, amava tudo nela. E quando meu pai aceitou a promoção no escritório de contabilidade que trabalha, teve também que se mudar de cidade. No começo, ele ia todos os fins de semana nos visitar, mas foi ficando cada vez mais complicado e o tempo dele estava cada vez mais escasso e a minha mãe sentia falta dele. Não demorou para que eles aceitassem que aquilo não daria certo. Então, ele começou a procurar casas e um belo dia, cheguei da escola e a minha mãe estava encaixotando todas as nossas coisas. E aqui estávamos, numa cidade pacata e sem graça.

Havia pouco mais de um mês que tínhamos nos mudado e todos pareciam gostar da cidade, menos eu. Não sei o motivo e nem nada, mas eu odiei a cidade com todas as células no meu corpo. Eu não conseguia me sentir em casa, não conseguia ter aquele sentimento de pertencimento que eu tinha em Nova Iorque, não tinha nada além de ódio pelo lugar.

A única parte boa era o meu vizinho e novo melhor amigo, Grayson. Ele tinha a mesma idade que eu — doze anos —, gostava dos mesmos jogos, músicas, bandas, filmes e CD's que eu. Estudamos na mesma escola e por sorte ou destino, caímos na mesma sala. Grayson ou Gray, como prefere ser chamado, tem me ajudado bastante no processo de adaptação. Todo fim de tarde, andamos de skate na nossa rua ou andamos de bicicleta, e devo confessar, eu gosto dele. Gosto mais do que meu antigo melhor amigo.

Outra parte boa, era a irmã caçula de Gray. Faith era uma garotinha adorável — para não dizer o pior. Eu gostava de ficar olhando para ela e observando o seu jeito de menina meiga. Eu gostava ainda mais de ficar próximo a ela e observar o quanto o nariz dela ficava vermelho quando ela se irritava comigo — o que era constantemente. Ela era uma garotinha muito irritável e gostava de rolar os olhos para mim. Era satisfatório irritá-la.

Enquanto eu pensava na garota, observei a família chegar no meu quintal. Os Hall eram nossos vizinhos, então bastava abrir a portinha da cerca branca e eles estavam no nosso quintal. O primeiro a chegar foi Gray e ao cumprimentar meus pais, veio na minha direção e fez um toque comigo. Depois o Senhor Hall chegou e acenou para mim, seguindo para onde meus pais estavam. E por último, veio ela. Caminhando delicadamente, como se estivesse pisando em nuvens. Eu gostava de observar o quanto ela era delicada, eu amava estourar aquela bolha delicada que ela tinha.

— Gostei do cabelo, algodão — comentei, observando a nova cor do cabelo dela.

Faith tinha dez anos e tinha os cabelos coloridos. Era engraçado uma garota da idade dela ter os cabelos coloridos quimicamente e a cada dia que eu a via, estava com uma cor diferente. Mês passado, quando nos conhecemos, era roxo e hoje, era um rosa bem claro.

Ela olhou as pontas do cabelo rosa e depois sorriu, satisfeita pelo elogio.

— Obrigada, cenourinha.

Desde que nos conhecemos, essa era a nossa primeira conversa civilizada. E eu sentia uma necessidade absurda de estragar aquilo. Eu gostava de vê-la vermelha de raiva.

Me levantei da espreguiçadeira que eu estava e aproveitei a brecha que ela estava na ponta da piscina e a empurrei. A risada de Grayson vibrou ao fundo e eu observava ela na água. Quando voltou à superfície, me lançou um olhar carregado de ódio e se, olhares matassem, eu estaria morto.

— Meninos, não esqueçam do protetor solar — minha mãe gritou.

Concordamos, mas não fomos passar o bendito protetor. Só pulamos na água.

— Eu odeio você tanto — Faith gritou, histérica e vermelha. Era adorável quando ela ficava vermelha de raiva e acontecia com frequência. — Um dia, eu vou me vingar de você. E eu juro que não vai demorar para acontecer.

Sorri, nadando para longe dela.

— Isso é uma ameaça?

— Leve como quiser, só não se esqueça.

Saiu da piscina, enfurecida.

Olhei para Grayson que sorria.

— Sua irmã é perigosa.

— Ela é inofensiva — Gray a defendeu. — Sabe o que acho?

— Não, o quê?

— Que tudo isso, um dia vai virar amor.

Parei de respirar e fiz uma careta.

— Eu e ela? — ele acenou, confirmando. — Eca! As garotas são chatas, Gray. E a sua irmã é a rainha delas. Deus me livre dela e de todas as outras garotas.

Em imaginar eu e Faith, meu estômago embrulhava e uma ânsia vinha até a minha garganta. Aquilo nunca aconteceria, nem com ela e nem com nenhuma outra garota.

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