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Essa é a minha melhor amiga
Ela é foda demais
Tem seu próprio dinheiro
Ela não precisa de cara nenhum
Na pista de dança
Ela bebeu duas, três bebidas
Agora ela está rebolando "
| Best Friend (feat. Doja Cat), Saweetie|



Faith Hall

Era uma tarde chuvosa de quinta-feira.

Eu amava Boston porque, primeiramente não era Somerville e segundo porque, chovia muito. Eu amo chuva mais que tudo. Amo quando chove e eu me deito no sofá com uma manta, uma enorme xícara com chocolate quente e um bom livro. Eram os meus dias e momentos preferidos.

Costumo sempre dizer que em outra vida — se é que existiu, mesmo que eu não acredite nisso e digo isso por mera brincadeira —, eu era uma filhote de pinguim. Pelo simples fato de amar uma chuva e frio. Juntando os dois, eram as ocasiões perfeitas. Por esse simples fato, decidi fazer alguns cupcakes. Preparei a massa de chocolate e dividi nas pequenas forminhas e levei ao forno. Enquanto assava, fiz a geleia de morango com amoras e deixei esfriar. Quando os cupcakes estavam frios, desenformei e abri um pequeno buraco no meio e coloquei a geleia de morangos com amoras e coloquei chantilly por cima. Por fim, coloquei os cupcakes em embalagens próprias para eles.

Caminhei até o meu quarto, vesti uma calça jeans, um suéter e coloquei a capa de chuva. Retornei para a cozinha e peguei três cupcakes, os coloquei na mão e abri a porta. No entanto, parei ao ver Sandy prestes a bater na minha porta. Olhei para ela surpresa e curiosa, ao ver que ela segurava cupcakes.

— Fiz pra você — me estendeu os cupcakes que segurava. — São de morangos, os seus preferidos.

Eu os peguei, sorrindo. Estendi os cupcakes que eu segurava para ela.

— Fiz pra você também. Os seus preferidos.

Depois de um longo momento de reflexão comigo mesma, decidi ir até ela e pedir desculpas, mesmo não sendo a minha culpa. Mas eu não poderia ser hipócrita e jogar a culpa toda nela, sendo que eu também tinha culpa. E além do mais, eu ainda a queria na minha vida porque sem ela, eu não seria nada. Então engolindo todo o meu orgulho, decidi ir atrás. Porém, não só eu pensei assim, porque ela também estava na minha porta, literalmente.

— Quer entrar?

Ela concordou e entrou, tirando sua capa de chuva que escorria alguns pingos de água. Segui para a cozinha com Sandy ao meu encalço e ela sentou na banqueta, dei a volta no balcão ficando em pé na sua frente.

Abri a embalagem dos cupcakes que ela fez e mordi um deles, sentindo minha mandíbula doer ao sentir o gosto cítrico do morango. Os cupcakes de morango eram os meus favoritos, os de Sandy então, eram os prediletos da vida.

— Isso tá muito bom — murmurou de boca cheia.

— Digo o mesmo.

Um silêncio pesado caiu entre nós. Tinham coisas para serem ditas, mas não queríamos dizer. Não queríamos estragar aquele momento com palavras que estávamos ignorando. Mas infelizmente, era preciso dizer palavras para resolver o problema. Nenhum problema será resolvido à base do silêncio.

Ela soltou um suspiro chamando a minha atenção, enquanto lambia os dedos.

— Desculpe por sábado — ela declarou, com aquele olhar do gato de botas. — E desculpe por ter escondido que eu estava trepando com o seu irmão. Parei para pensar e cheguei à conclusão que eu cobrava tanto de você e não segui as minhas próprias cobranças.

FALLING FOR LOVE #1Onde histórias criam vida. Descubra agora