A Distância Que Nos Aproxima

Condeixa

Ia faltando cada vez menos tempo para o encontro com o Tomás, e a Bea estava super ansiosa. Sentia borboletas no estômago e não parava quieta, a andar de um lado para o outro. Finalmente chegou a hora...

- Tomás!!!

- Bea!!!

E correram para os braços um do outro, dando um abraço esganador.

- Que saudades que eu tive! nem imaginas! - disse a Bia.

- Oh!, imagino sim porque eu também tive imensas saudades! - respondeu o Tomás. - Para onde vamos?

- Segue-me. Acho que vais gostar do sítio que escolhi - respondeu a Bea, sorrindo.

- Bem, somos almas gémeas. O que tu gostas, muito provavelmente eu também gostarei!

Dirigiram-se para um parque com árvores e uma mesa de piquenique de pedra. O Tomás ofereceu à Bea um transpositor para a guitarra e com o transpositor vinha uma carta. Uma carta de jogar. Era um Às de Copas e, de cada lado do coração que se encontrava no meio, tinha um "I" e um "U". Como já devem ter percebido, a frase que se formava era "I <3 U", e tinha assinado por baixo "Your Soulmate". A Bea corou e abraçou o Tomás.

- Estragaste um baralho de cartas e uma carta só por mim? - perguntou a Bea.

- Sim! Tu mereces. Eu já tinha pensado em fazer isto a uma rapariga de quem gostasse mesmo muito, mas até agora ainda não tinha encontrado ninguém. Mas já encontrei! E essa rapariga és tu! - respondeu o Tomás.

- Oh, és muito querido! - disse a Bea, sorrindo. E o Tomás retribuiu esse sorriso.

Sendo um mágico, o Tomás tem sempre consigo um baralho de cartas para fazer e praticar alguns truques. Mostrou alguns truques à Bea e ela adorou! Não falava de outra coisa quando me contou sobre o seu encontro com o Tomás!

A Bea e o Tomás ficaram cerca de uma hora e um quarto a falar, sem parar. Soube bem, aos dois. Não só porque gostam muito um do outro, mas também porque é tão bom falar com quem nos entende a 100%. Contudo, infelizmente, essa hora e um quarto acabaram. O Tomás tinha que se ir embora.

- Vou ter saudades, Tomás... vou sentir a tua falta.

- Eu também vou ter saudades tuas. Porque é que tem de ser assim?! Porque é que vivemos assim tão longe?

- Não sei...

E abraçaram-se... durante bastante tempo. Quando se separaram, afastaram-se, caminhando, olhando de vez em quando para trás. A cara do Tomás espelhava a tristeza que se tinha apoderado dele. A da Bea também, mas ela teve que fingir-se alegre, pois não queria enfrentar as perguntas que viriam quando ela voltasse para casa.

Mas, no dia seguinte, a Bea acordou com uma notícia maravilhosa: ela iria passar o Ano Novo no norte! Isso significaria que haveria hipótese de se encontrar com o Tomás outra vez! Correu para o computador e escreveu isso ao Tomás. O Tomás, como era de esperar, também ficou radiante. Desta vez, o encontro deles foi em Aveiro...