capítulo 07

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Sinto um cheiro forte e aos poucos os meus olhos vão se abrindo. A primeira pessoa que eu vejo é a minha tia.

A minha garganta está tão seca. 

― Tia. ― A minha voz sai baixa.

― Que bom que acordou, Ella.

― O que aconteceu?

Observo o local em que eu estou. Estou deitada em uma cama e vejo uma senhora se aproximando de mim.

― Está se sentindo melhor?

― Estou.

Ela me entrega um copo com um pouco de água e a bebo devagar.

― O que aconteceu?

― Você desmaiou, um rapaz a trouxe para cá.

Nessa hora me lembro do terraço, do Aaron e de tudo.

― Você estava com febre, aposto que não se alimentou direto, a gripe só piorou as coisas.

― Eu te falei para ficar em casa hoje, Ella ― a minha tia fala, o seu rosto com a expressão de preocupada.

― Eu estava melhor quando saí de casa. Me desculpa.

Ela respira profundamente, mas me dá um sorriso.

― Você ficará bem ― a senhora fala e retira a agulha do meu braço. Faço uma careta pela ardência que sinto.

― Pode levá-la e certifique-se que ela coma um pouco.

Agradeço a senhora, minha tia me ajuda a ficar de pé e saímos da sala. Já estamos no hall da escola quando a minha tia fala:

― Droga!

Me viro para ela.

― O que foi?

― Esqueci a chave do carro lá em cima, vou te deixar sentada aqui, já volto ok?

― Pode ficar tranquila.

Me sento em um banco, e a vejo subir as escadas novamente.

Ainda sinto dor de cabeça, mas não estou tão tonta como antes.

― Vejo que já está melhor!

Levantei o olhar e vi Aaron me encarando. Suspirei alto.

Ele continua:

― Da próxima vez, se estiver passando mal não venha à aula para não atrapalhar as outras pessoas.

O observei por um momento, ele está com a mesma cara de ironia de sempre. Estou cansada demais para discutir com ele.

Me levanto com um pouco de dificuldade, mas me coloco de pé e fico frente a frente com ele.

Ouço passos e vejo a minha tia vindo na minha direção. Me viro novamente para ele.

Respiro fundo e engulo o meu orgulho quando falo:

― Obrigada!

A minha tia chega bem na hora.

― Oi.

Ele a cumprimenta, mas não responde ao meu agradecimento, coloca uma mão no bolso da calça como sempre faz e começa a subir as escadas.

― Quem era aquele?

Ela pergunta quando já estamos no carro.

― Ele é um colega de sala.

― Ele me lembrou alguém.

Me virei em sua direção.

― Quem?

Garoto MauOnde histórias criam vida. Descubra agora