Sinto um cheiro forte e aos poucos os meus olhos vão se abrindo. A primeira pessoa que eu vejo é a minha tia.
A minha garganta está tão seca.
― Tia. ― A minha voz sai baixa.
― Que bom que acordou, Ella.
― O que aconteceu?
Observo o local em que eu estou. Estou deitada em uma cama e vejo uma senhora se aproximando de mim.
― Está se sentindo melhor?
― Estou.
Ela me entrega um copo com um pouco de água e a bebo devagar.
― O que aconteceu?
― Você desmaiou, um rapaz a trouxe para cá.
Nessa hora me lembro do terraço, do Aaron e de tudo.
― Você estava com febre, aposto que não se alimentou direto, a gripe só piorou as coisas.
― Eu te falei para ficar em casa hoje, Ella ― a minha tia fala, o seu rosto com a expressão de preocupada.
― Eu estava melhor quando saí de casa. Me desculpa.
Ela respira profundamente, mas me dá um sorriso.
― Você ficará bem ― a senhora fala e retira a agulha do meu braço. Faço uma careta pela ardência que sinto.
― Pode levá-la e certifique-se que ela coma um pouco.
Agradeço a senhora, minha tia me ajuda a ficar de pé e saímos da sala. Já estamos no hall da escola quando a minha tia fala:
― Droga!
Me viro para ela.
― O que foi?
― Esqueci a chave do carro lá em cima, vou te deixar sentada aqui, já volto ok?
― Pode ficar tranquila.
Me sento em um banco, e a vejo subir as escadas novamente.
Ainda sinto dor de cabeça, mas não estou tão tonta como antes.
― Vejo que já está melhor!
Levantei o olhar e vi Aaron me encarando. Suspirei alto.
Ele continua:
― Da próxima vez, se estiver passando mal não venha à aula para não atrapalhar as outras pessoas.
O observei por um momento, ele está com a mesma cara de ironia de sempre. Estou cansada demais para discutir com ele.
Me levanto com um pouco de dificuldade, mas me coloco de pé e fico frente a frente com ele.
Ouço passos e vejo a minha tia vindo na minha direção. Me viro novamente para ele.
Respiro fundo e engulo o meu orgulho quando falo:
― Obrigada!
A minha tia chega bem na hora.
― Oi.
Ele a cumprimenta, mas não responde ao meu agradecimento, coloca uma mão no bolso da calça como sempre faz e começa a subir as escadas.
― Quem era aquele?
Ela pergunta quando já estamos no carro.
― Ele é um colega de sala.
― Ele me lembrou alguém.
Me virei em sua direção.
― Quem?
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Garoto Mau
Ficção AdolescentePosso ser o vilão da sua história, mas no fim da sua jornada, você não poderá negar que suas escolhas foram apenas suas. E eu fui apenas uma recompensa. Aaron Scott Tudo que Ella queria era que tudo desse certo na sua nova vida. Com a morte de sua m...